A invasão da Ucrânia pela Rússia teve o dom de juntar, pela primeira vez, muitos politólogos, jornalistas e dirigentes políticos a defender a soberania de um país. Até então, todas as agressões eram legítimas porque eram dirigidas pelos Estados Unidos e pelos seus aliados europeus. Mas foi febre de pouca dura. A maioria perdeu logo o fervor soberanista quando Israel, com o apoio dos Estados Unidos, começou a atacar a Palestina, o Líbano, a Síria, o Iémen e o Irão. Com Washington a fazer bullying militar sobre a Venezuela e a cometer assassinatos extrajudiciais contra tripulantes de pequenas embarcações, já ninguém exige a defesa de um Estado soberano, o respeito do direito internacional e o envio de armas para que Caracas se possa defender.
Linha de separação
26 de novembro de 2025
A
tragédia da Venezuela não é ter uma ditadura. É ser o país com as
maiores reservas de petróleo do mundo. Se, de facto, uma possível
agressão dos Estados Unidos tivesse a ver com o regime político
venezuelano, então estaríamos na iminência de um ataque a vários regimes
que têm apenas um partido, nenhum partido ou a maioria da oposição
ilegalizada como a Arábia Saudita ou a Ucrânia. Também a Estados
colonialistas como Israel ou Marrocos. Independentemente do que possamos
achar da Venezuela, ou de qualquer outro país, são os povos que neles
vivem que devem resolver os seus próprios problemas. Bruno Carvalho Facebook
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