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3 de setembro de 2014

Roma não paga a traidores – acerca da Ucrânia

Esta seria a frase em que o sr. Gorbatchov deveria meditar, se porventura tiver um pingo de consciência, ele que assumiu o poder jurando e proclamando o leninismo, mas que destruiu a URSS mesmo quando já no fim da perestroika e da intensa propaganda antisoviética, 85% da população segundo uma sondagem ocidental queria o socialismo. Outro traidor o patético sr, Chevarnadze (ministro dos negócios estrangeiros da URSS) que já está no túmulo depois de ter levado a guerra civil e a desgraça à sua terra natal, a Goórgia, graças à conspiração dos seus amigos dos EUA.
Depois de todas as cedências ao “Ocidente” – leia-se NATO – a Rússia está mais ameaçada do que nunca esteve desde o fim da II Guerra Mundial. Aqueles que diziam que a UE tinha trazido mais de 60 anos de paz à Europa, escamoteavam que isso só tinha existido por haver uma RDA e o contra poder do Pacto de Varsóvia que equilibrava – apesar das provocações – a NATO. Com a “anschluss” (anexação) da RDA, liquidada a URSS, extinto o Pacto de Varsóvia, a guerra na Europa voltou de imediato na ex-Jugoslávia, começando a concretizar os desejos expansionistas da Alemanha e da NATO.
O grande capital avançou também para a sua guerra social contra os direitos dos trabalhadores e a soberania dos Estados, vergados aos seus interesses. Os socialistas europeus como de tradição desde o assassinato de Jean Jaurés em 1914, estiveram sempre do lado do militarismo e do grande capital.
As grandes crises capitalistas conduzem à guerra como forma do capital resolver as contradições mais profundas e ter argumentos para a exploração acrescida. Infelizmente as teses marxistas verificam-se. E infelizmente, pois o mundo seria mais feliz, se o Capital fosse um livro histórico, como a Republica de Platão ou o Tratado Político de Espinosa, continuando como estes  a dar ensinamentos e proporcionar reflexões. Era sinal que o capitalismo já não dirigia o mundo, já não sacrificava mais os povos.
A propaganda de guerra, assalta a comunicação social, a mentira, a deturpação dos factos, o branqueamento do neofascismo, atinge o nível do repulsivo. Quando dizem que a Rússia está a violar Tratados internacionais, esquecem-se que tinah sido acordado com o fim da URSS a dissolução dos dois blocos militares: a NATO e o Pacto de Varsóvia. Até um comboio humanitário de camiões russos foi qualificado como violação da soberania da Ucrânia, pelos que bombardearam a Jugoeslávia, a Líbia, o Afeganistão, o Iraque, intervêm em África, etc.  
De facto o imperialismo – qualquer que ele seja - não paga a traidores: só reconhece os seus interesses, por isso se chama: imperialismo.

 

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