Linha de separação


18 de novembro de 2013

A propósito da «saída da recessão»

Como sabe qualquer observador minimamente atento destas coisas da sociedade, aquilo a que estamos a ser sujeitos de há uns tempos a esta parte é uma verdadeira «experiência de laboratório». Um pouco à imagem das experiências em biologia, química ou fisica...
Parte-se do presumido conhecimento de alguns «princípios» ou «leis» científicas e depois experimenta-se a ver se é meso assim, se de facto há esta ou aquela relação de «causa» e «efeito».
Parece que aquilo que estes senhores (des)governantes do laboratório social em que nos transformaram querem demonstrar, é se em resultado das medidas de austeridade se vem (ou não) a verificar algum crescimento económico. 
Já presenciei um exame da «Probabilidades e Estatística» em que na prova oral da cadeira um aluno respondeu, literalmente, a uma determinada questão, «a probabilidade desse evento é de 105%»...
O professor começou por ficar embatucado, mas rápidamente recuperou a composture disse ao aluno, com alguma rispidez, para voltar a tentar no ano seguinte.
Vem esta lembrança dos recônditos da minha memória «académica» a propósito da «noa notícia» do muito satisfeito Cavaco Sila relativamente ao crescimento de 0,2% (zero vírgula dois por cento) supostamente verificado no último trimestre... 
Será que o ilustre «professor» terá percebido, quando era aluno, o conceito de «margem de erro» ou «valor significativo» ou ainda o que são «smoothing techniques» («técnicas de alisamento»?...) nas linhas mais ou menos curvas, cheias de altos e baixos, nas tendências de médio prazo ?...
Se está tudo doido, alguém que me ajude a sair deste manicómio.
Se o desespero dos nossos (salvo seja...) (des)governantes é tal que embandeiram em arco com «milagres económicos» (miragens que só alguns conseguem ver...) ou com «saídas de recessão com crescimento de 0,2%», então a situação é capaz de ser ainda mais grave do que alguns observadores mais atentos vão começando a suspeitar...