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12 de novembro de 2013

DESEMPREGO JOVEM E CONTRADIÇÕES

O primeiro ministro, isto é, o “gauleiter” de serviço a esta província do 4º reich “à beira mar plantada”, mais o ministro da caridadezinha, voaram até Paris para uma reunião da UE sobre o desemprego jovem.
O desemprego jovem na UE atingiu em setembro de 2013, 23,5% (23,4% em setembro de 2012). Na zona euro 24,1% (23,6% um ano antes), afetando 3 548 milhares de jovens com menos de 25 anos. Os países mais afetados são a Grécia (57,3%), Espanha (56,5%). (dados Eurostat).Em Portugal como se sabe, apesar da emigração se elevar a 120 000 pessoas num ano, fundamentalmente jovens, o desemprego atinge cerca de 40% dos jovens.
Trata-se de um problema a agravar-se desde há pelo menos uma década, sem nada de eficaz ter sido sequer tentado, o que é estranho para gente que tem tantos pruridos com os seus propalados desideratos de “eficácia”.
É mais um concílio da teologia neoliberal, para laudatório ao neoliberalismo tal como outros. Serve para entreter a opinião pública, espalhando ilusões, fazer prédicas e invocações à “iniciativa privada” e ao empreendedorismo – outra forma de precariedade.
Já dizia um daqueles livros dos “segredos” para triunfar na vida: “se quiseres ser rico, pensa como eles”, isto é, trata de explorar os outros o mais que puderes.
No final, como de costume, vai-se aplaudir decisões tomadas antes para os países canalizarem dinheiros da UE para programas de incentivos, (mais um…) de que se aproveita o grande capital, para ter custos laborais ainda mais reduzidos, pagar menos impostos e aumentar os lucros que logo desaparecem nos “paraísos fiscais”.
O que se pretende é deixar tudo na mesma, e “incentivar” o capital para explorar mais trabalhadores jovens, com ordenados de pobreza, em precariedade e “flexibilizados”.
A única preocupação desta gente são as consequências da radicalização do descontentamento da juventude, na contestação a um sistema que os marginaliza e que sobrepõe os interesses da agiotagem e dos monopólios aos direitos sociais.
È espantoso como gente que alardeava a sua arrogância contra o “despesismo” do Estado, atacando as políticas sociais que representariam uma forma de resolver problemas (educação, saúde, segurança social) “despejando dinheiro sobre os problemas”, não fique nada incomodada e até aplauda este despejar de dinheiro para “incentivos” ao capital, sem controlo da forma como o aplica – aqui já vale o “mercado”.
A frase de Galbraith é conhecida, mas temos de recorda-la – pena é que a generalidade das pessoas a ignore – pois retrata exemplarmente este modelo de sociedade: para o neoliberalismo os ricos nunca são demasiado ricos para investir, nem os pobres suficientemente pobres para trabalharem mais.
Eis a que se reduzem as “preocupações sociais” na UE.
É este o “sonho europeu” srs. europeístas, que querem “a plena integração numa Europa viável"? Mas…viável como e para quem? Para os jovens está provado que não.

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