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31 de março de 2016

Silêncio mediático sobre a vitória Síria em Palmira

Os telejornais de hora e meia não tiveram mais que escassos segundos para noticiar a derrota do ISIS e a vitória do exército Sírio, melhor dizendo, do povo sírio. As centrais de informação determinam e a “liberdade de informação” vigente cumpre…
Mas compreende-se o desconforto na UE e EUA. Meses de retórica contra o terrorismo, apelos sentimentais chocantes, imagens das barbaridade dos ditos fundamentalistas, na realidade mercenários pagos por aliados do chamado Ocidente, como a Turquia, Arábia Saudita, Qatar, etc., e o “estado Islâmico” prosperava.
Os bombardeamentos de países da NATO ou mostravam um total estado de impreparação (improvável) ou não passavam de uma estratégia para manipular a opinião pública enquanto prosseguia o objetivo prioritário: derrubar o governo sírio para destruir o país, como a Líbia, repartindo-a pela Turquia e em zonas rivais ocupadas pelos atuais “terroristas” e os “moderados” - tão criminosos como os outros.
Um exemplo: nem sequer eliminaram as rotas de abastecimento – que se faziam em zona desértica - rotas que aliás tinham origem em países aliados ou controlados por países da NATO. Nem mesmo fizeram cessar a obtenção de dinheiro com a venda do petróleo roubado.
A manipulação e censura que percorre a comunicação social ignorou as declarações do secretário-geral da ONU, que felicitou o governo sírio pelo seu sucesso. Numa conferência de imprensa na Jordânia, Ban Ki Moon disse que se sentia "encorajado" pelo facto de que as ruínas romanas de Palmira, Património Mundial da UNESCO não estava mais nas mãos dos extremistas e que o governo sírio "agora é capaz de preservar e proteger o património cultural comum da humanidade".
Mas esta vitória mostra-nos algo mais. O exército sírio – e aliados - que há dois anos comentadores e governantes dos EUA e UE com sobranceria e satisfação davam como liquidado, tem a iniciativa e obtém decisivos sucessos militares.
Mostra a capacidade de intervenção das forças armadas russas e a eficácia insuspeitada até aqui dos seus equipamentos. Mostra como a Turquia que fazia tudo para intervir ainda mais diretamente no conflito foi obrigada a recuar.
Mostra que a guerra eletrónica não é domínio reservado dos EUA. As ruinas de Palmira estavam armadilhadas com explosivos para serem detonadas à distância pelo ISIS, os equipamentos russos bloquearam os sinais eletrónicos e as ruínas não foram destruídas. Também a guerra eletrónica da Turquia (NATO…) que perturbava as comunicações do exército sírio foi anulada.
Mostra toda uma série de mentiras – da panóplia da propaganda habitual – a caírem pela base. É caso dos russos atacarem população civil e “moderados”; o exército sírio a braços com deserções e abandonando cidades – como Palmira em que ao contrário do noticiado resistiram em inferioridade 13 dias face aos mercenários pagos pelos que queriam destruir a Síria.
A guerra na Síria não acaba com a vitória em Palmira, mas evidencia a derrota da agressão comandada e financiada do exterior.
 

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