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24 de agosto de 2013

A execução Orçamental- tudo a correr pelo melhor !


Sobre a Execução Orçamental nos primeiros sete meses de 2013
1.     Os dados agora divulgados reflectem bem a profunda recessão económica em que o nosso país está mergulhado e que uma menos má evolução do nosso PIB no 2º trimestre do ano não consegue esconder.
2.     A forte subida da receita fiscal nos 1ºs sete meses do ano (+5,2%), não resulta do desejável aumento da actividade económica, pois as receitas dos impostos indirectos (em especial IVA e imposto sobre combustíveis) caíram 5% neste período, mas resultam do enorme aumento da carga fiscal sobre os trabalhadores e pensionistas, com um aumento de 36,8% do IRS, o que agravou ainda mais a injustiça fiscal entre os rendimentos do trabalho e do capital.
3.     Estes dados mostram também que a despesa da Segurança Social com o subsídio de desemprego subiu 10,5% nos 1ºs sete meses do ano, apesar dos cortes nos seus montantes e prazo de duração, em si mesmo testemunho da degradação da situação social, enquanto a recessão económica se reflectiu na estagnação das receitas das contribuições e quotizações arrecadadas.
4.     Por fim estes dados revelam ainda um agravamento do défice das Administrações Públicas de mais de 1300 milhões de euros de junho para julho, apesar do Governo ter imposto aos trabalhadores e pensionistas o recebimento do subsídio de férias apenas no próximo mês de Novembro e desta forma ter reduzido o montante das despesas pagas com pessoal nos 1ºs sete meses do ano.
5.      Os dados da execução orçamental mostram claramente a necessidade de se interromper rapidamente as políticas que têm vindo a ser seguidas sob pena da espiral recessiva se vir a aprofundar ainda mais, com mais desemprego, mais recessão, mais défice orçamental e mais dívida pública a sucederem-se uns atrás dos outros.(...)
6.     J Lourenço

20 de agosto de 2013

ERA DE ESPERAR…

O governo diz que iniciámos a retoma. Nada mais falso. A austeridade foi adiada com a conivência da troika (o tal “exame regular”) para depois das eleições, entretanto apenas minorada por algumas medidas anticonstitucionais terem ficado sem efeito, permitindo um certo aumento do consumo.
Na vizinhança das eleições o foguetório da propaganda apregoa “êxitos” do governo. A recessão continua…mas está a diminuir. O investimento cai…mas menos. O desemprego cresceu…mas não tanto. Tudo isto esconde fatores sazonais, emigração massiva, pobreza crescente, confundem-se valores em cadeia com valores homólogos.
A apregoada “consolidação orçamental primária”, esconde que com os cortes nas prestações sociais e no investimento público, a austeridade serve apenas para pagar juros. Como Marx referiu  nenhuma força produtiva pode satisfazer as exigências dos juros compostos sendo os juros uma forma de acumulação capitalista, o juro reconvertido em capital e portanto uma forma de extração de mais-valia. (Teorias da Mais Valia)
A questão que surge é a seguinte: se a austeridade cessasse, haveria “crescimento e emprego”? “Crescimento e emprego” tem sido a frase feita para a direita procurar convencer as pessoas que está muito preocupada com os seus problemas. É também o “argumento” da UGT para todas as cedências nos direitos laborais. A frase esconde: Que crescimento? Que emprego?
No fascismo houve, períodos de crescimento económico, acompanhado de miséria generalizada, fome, analfabetismo, mortalidade ao nível do “terceiro mundo”, intensa repressão. Mesmo nos anos 60, mesmo com melhorias em algumas cidades a miséria nos campos era intensa, a emigração atingia mais da centena de milhar por ano, o atraso do país era abissal. É este o período que na TV propagandistas do sistema mostram como exemplo de equilíbrio das contas públicas…
O INE refere a criação de emprego, porém emprego precário, mal pago, baixa produtividade, em grande parte sazonal. Há também um retorno para nichos do sector alimentar que inclusivamente se dedica à exportação. São micro empresas que devendo ser apoiadas, pouco peso têm a nível macroeconómico e estrutural.
A política de direita erige a exportação (a par do “investimento estrangeiro) como salvação nacional. Mias outra ilusão. Durante a II Guerra Mundial Portugal teve uma BC positiva. Serviu: para o enriquecimento de uns poucos e a miséria crescente do povo. Um homem do regime, Daniel Barbosa, evidenciava em 1949 que os salários estavam abaixo do mínimo de sobrevivência.
Tal como Marx refere o comércio externo determina a forma social das nações atrasadas, ao transformar os produtos simples exportados em artigos de luxo para certas camadas. (Teorias da Mais Valia) Foi o que aconteceu, é o que a direita pretende.
A austeridade esteja suspensa até às eleições, depois teremos o orçamento para 2014 e as exigências da troika. A recessão irá prosseguir para pagar juros e amortizações.
Porém, independentemente destas situações importa distinguir entre “crescimento” e desenvolvimento” e avaliar a qualidade do emprego: com que produtividade, direitos, nível salarial.

15 de agosto de 2013

.... " com prudência" !

Quando aparece um indicador  positivo quase sempre conjuntural e de pouco significado os comentadores do governo e seus apoiantes começam por realçar e enfatizar o significado do indicador .
Depois de terem sublinhado o positivo do indicador como se fosse um resultado estrutural e de grande significado acrescentam-lhe a "moderação " . "Mas este indicador tem que ser visto com prudência"....  Com a introdução da " prudência " pretendem dar ao que disseram antes muitas vezes de forma hipervalorizada , um tom de seriedade e de verdade e aparecer aos olhos da opinião pública como gente realista , que analisa as coisas com objectividade , que não embandeira em arco !
O ministro dito da solidariedade, Paulo Portas e os deputados do CDS , bem como o Primeiro Ministro são useiros e vezeiros na utilização deste truque !!!
O actual ministro da economia segue pelo mesmo caminho e no discurso do  " Pontal" , Passos Coelho deve usar a mesma fórmula .... com PRUDÊNCIA...
Um outro truque é dizer que a oposição ficou descontente com o dado" positivo ". Procuram assim inculcar a ideia de que eles ,oposição, dizem mal de tudo !!

14 de agosto de 2013

Continuamos em recessão


Recessão continua, mas abranda ritmo do 1º para o 2º trimestre do ano


De acordo com o INE, no 2º trimestre do corrente ano o PIB variou positivamente comparativamente com o 1º trimestre do ano (+1,1%), o que se verificou pela 1ª vez ao fim de 10 trimestres consecutivos, mas continuou a caír comparativamente com o trimestre homólogo do ano anterior (-2,0%). O que é que significa tudo isto? Significa que a nossa economia continua em recessão mas ao ter registado uma variação em cadeia positiva do 1º para o 2º trimestre do ano, o seu ritmo de recessão abrandou passando a sua queda homóloga de -4,0% para -2,0%.
Tudo leva a crer que para esta variação terá contribuído o facto de por um lado este trimestre ter mais um dia útil do que o trimestre anterior e o trimestre homólogo e por outro lado o facto de se ter verificado uma queda menos acentuada do consumo privado, do consumo público e do investimento e um melhor comportamento do índice de produção industrial e das nossas exportações.
Vejamos alguns exemplos que ilustram bem aquilo que afirmamos:
1.     O volume de negócios da indústria transformadora depois de ter caído em termos homólogos no 1º trimestre do ano -6,5%, registou no 2º trimestre do ano uma variação homóloga nula;
2.     O volume de negócios no sector dos serviços caíu -9,2% em termos homólogos no 1º trimestre e caíu -5,3% no 2º trimestre, isto é, continuou a caír, mas caiu menos;
3.     O volume de produção na construção e obras públicas caíu no 1º trimestre do ano -23,8% e no 2º trimestre do ano caíu -16,3%, isto é, continuou a caír mas caíu menos;
4.     As vendas de cimento caíram no 1º trimestre -39,2%, enquanto no 2º trimestre caíram -20,9%.
5.     O consumo de electricidade caíu no 1º trimestre 3%, enquanto no 2º trimestre caíu 0,4%. Também aqui se verifica uma queda, mas menor.
6.     Os índices de confiança na indústria, na construção, no comércio e nos serviços continuam todos com níveis bastante negativos, mas qualquer deles é menos negativo no 2º trimestre do ano, do que no 1º.
7.     O índice de produção industrial da indústria transformadora depois de ter caído em termos homólogos nos últimos 6 trimestres registou no 2º trimestre de 2013 uma subida de 1,8%;
8.     As exportações de mercadorias depois de terem crescido em termos homólogos 4,8% no 1º trimestre, cresceram no 2º trimestre 4,7%, enquanto as importações depois de terem caído 2% no 1º trimestre subiram no 2º trimestre 0,7%. O ritmo de crescimento das exportações devido ao início de funcionamento de uma nova refinaria de petróleo em Sines tem-se situado acima das previsões. Expurgado o impacto das exportações de petróleo refinado, as nossas exportações teriam crescido apenas 0,7% nos 1ºs seis meses do ano, o que significa uma estagnação na sua evolução.
Considerar que a evolução registada no 2º trimestre do ano apresenta já sinais claros de retoma da nossa economia é manifestamente exagerado porque ignora a situação actual da nossa economia, com perto de milhão e meio de desempregados, cerca de 37% de desemprego jovem, com um nível de PIB que em volume recuo para valores do início do ano 2000 e com um nível de investimento que se aproxima do registado em 1996.
O crescimento do PIB em cadeia no 2º trimestre do ano dir-se-ia natural depois de 10 trimestres em queda, mais tempo do que a própria Grécia, e que fez recuar o PIB para os seus níveis de há 12 anos atrás. Ele é mais o resultado estatístico de sucessivas quedas dos vários indicadores do que o resultado de qualquer política económica que vise o crescimento e o desenvolvimento económico do nosso país.
Estes resultados não permitem disfarçar o caminho para o abismo económico a que este Governo e esta política nos conduzem e que se traduzem numa queda homóloga do PIB de 2% e numa queda anualizada do PIB de 3,4%, acima da queda registada em 2012, que foi de 3,2%.
Num momento em que está em preparação o maior despedimento de trabalhadores, jamais realizado no nosso país, com milhares e milhares de despedimentos na forja na administração pública e em que mais cortes estão em preparação com o Orçamento de Estado para 2014, reafirmamos a urgência da demissão deste Governo, que com o prosseguimento destas políticas irá provocar inevitavelmente o empobrecimento dos trabalhadores e do povo, a destruição do aparelho produtivo nacional, o aumento do desemprego e consequentemente o aprofundamento da recessão.   
O que a situação do país revela é que a demissão de Governo e o fim das políticas que a coberto do Pacto de Agressão têm vindo a ser prosseguidas são cada vez mais um imperativo nacional, sob pena de o nosso país poder ver agravada a depressão económica e social, para que o país foi arrastado pela aplicação do Pacto de Agressão, subscrito por PS, PSD e CDS a partir de Junho de 2011, com impacto extremamente negativo na vida dos trabalhadores e do povo.
14 Agosto 2013

11 de agosto de 2013

Evolução do comércio externo

Nota sobre os dados do Comércio Externo do 1º semestre do ano

1.     O INE divulgou informação sobre o comércio externo de mercadorias no 1º semestre de 2013 e a partir destes dados é possível tirar algumas conclusões importantes:
1.1.  As nossas exportações de mercadorias feita, a correcção por dias úteis de trabalho, neste 1º semestre do ano e no 1º semestre do ano passado, cresceram em termos homólogos 4,8% no 1º trimestre e 4,7% no 2º trimestre, enquanto em cadeia cresceram 7% no 1º trimestre em relação ao 4º trimestre de 2012 e 4,5% no 2º trimestre do ano em relação ao 1º trimestre. Pode pois concluir-se que as nossas exportações globalmente evoluíram a bom ritmo nos 1ºs seis meses do ano, com uma ligeira desaceleração ao longo do semestre.
1.2.  As nossas importações de mercadorias usando a mesma metodologia, isto é, procedendo à correcção dos úteis, depois de terem caído em termos homólogos 2% no 1º trimestre do ano, já cresceram 0,7% no 2º trimestre. Em cadeia verifica-se o mesmo no 1º trimestre cresceram 0,7%, enquanto no 2º cresceram 3,8%. Pode no caso das importações de mercadorias afirmar-se que ao contrário das exportações, estas registam uma tendência crescente ao longo do 1º semestre do ano.
1.3.  Uma leitura mais fina da evolução das nossas exportações e importações de mercadorias, isto é, analisando a sua evolução de forma mais desagregada através da chamada Nomenclatura Combinada e pela desagregação dos seus 99 capítulos a conclusão a que chegamos é ainda mais clara: as exportações e importações de mercadorias são fortemente influenciadas pela exportação de petróleo refinado e pela importação do crude. A evolução destas actividades tem sido de tal forma influenciada pela abertura de uma nova refinaria da Petrogal em Sines que as exportações de combustíveis refinados representavam em 2008 5,6% das nossas exportações de mercadorias e nos 1ºs seis meses do corrente ano ela representa já 10,6%, isto é quase duplicou a sua importância nas nossas exportações. Em seis meses a exportação de refinados de petróleo cresceu em termos homólogos 30,3% corrigidos dos dias úteis, isto é, exportaram-se neste período mais 553 milhões de euros do que em igual período de 2012. A influência desta evolução nas nossas exportações é tal que expurgando o seu impacto nas exportações, as nossas exportações teriam crescido apenas 0,7% no 1º semestre do ano, o que significa na prática que as nossas exportações sem a refinação de petróleo teriam estagnado neste período. Enquanto isto acontece do lado das exportações, do lado das importações, a importação de crude baixou no 1º semestre do ano 8% porque o consumo de combustíveis caíu devido à quebra do Consumo das Famílias e à queda da actividade económica das empresas. É claro que logo que se verifique uma efectiva retoma da actividade económica, a importação de crude crescerá e a nossa balança comercial energética será mais deficitária. Esta é do meu ponto de vista a nota mais importante a retirar da evolução verificada no Comércio Externo de Mercadorias no 1º semestre do ano, a nossa balança de mercadorias está fortemente dependente da actividade de refinação de petróleo e qualquer agravamento no preço do barril de petróleo, quer ele resulte da desvalorização do euro em relação ao dólar ou de qualquer outro factor que conduza à subida do preço do barril de petróleo, imediatamente as importações da matéria-prima crude encarecem e a actividade de refinação se torna menos rentável para o nosso país.

CAE, 9 de Agosto de 2013
José Alberto Lourenço    

5 de agosto de 2013

Coisas Feias !

 Machete perguntava a um jornalista : Você nunca comprou acções de um banco ?

Então  colocamos uma questão a Machete , mas também a Cavaco e outros militantes e financiadores do PSD.
Por que será que V. Exªs só ganharam com o BPN ?
Indiquem um outro banco onde ganharam especulando 100 e 150% ?
Vossas Exªs  não correram risco nehum e aplicaram o vosso dinheiro porque os vossos amigos - a começar por Oliveira e Costa- e correligionários estavam dentro do banco fundado pelas elites políticas e empresariais do PSD . E Oliveira e Costa e não só , garantiu-vos que iriam ganhar e muito e dentro de pouco tempo . Tudo combinado tudo acertado.
O dinheiro ...o manganão... é tão bonito o ladrão !!!

4 de agosto de 2013

Notas breves de férias

Uma pergunta !
No seu comentário semanal Marques Mendes afirmou , com ar sério que a ministra das finanças não devia ser demitida mas o Secretário de Estado doTesouro  sim, por isto, por aquilo, por causa dos swaps !
Mas não é verdade que este Secretário de Estado foi escolhido pela Ministra das Finanças ?
É uma escolha da Ministra... 
Então a ministra escolhe um cavalheiro ligado à tentativa de venda de Swaps ao governo de Sócrates para camuflar dívida pública... ,um Secretário de Estado que segundo Marques Mendes devia ser demitido e esta escolha-não merece nenhum comentário ao dito Comentador...
Diz-me quem escolhes e eu dirte-ei quem és !!!
Referindo-se ao BPN disse que era um caso de polícia .
Olhe que não , olhe que não ! 
É  um caso vergonhoso para o PSD , para Cavaco Silva , para  as mais altas figuras deste Partido...
Ao afirmar que é um caso de polícia Marques Mendes quer arrumar o assunto e fugir às responsabilidades políticas do PSD , às negociatas feitas neste banco pelos seus amigos e comparsas !!!

3 de agosto de 2013

Políticas de austeridade ?

Políticas de concentração de riqueza !
Camufladas com a denominação de: políticas de austeridade!
A concentração  e a centralização de capitais acelera-se com a crise .
O zé continua a pagar  o desendividamento  da banca .
Publica-se nota -a traduzir- sobre o aumento das desigualdades na base de relatório da OCDE.


L’actualité de demain : LE TEMPS DES PARTAGEUX, par François Leclerc

3 AOÛT 2013 par FRANÇOIS LECLERC | Print L’actualité de demain : LE TEMPS DES PARTAGEUX, par François Leclerc
Billet invité.
« Il faut prendre aux riches pour donner aux pauvres ! », disait-on non sans bon sens. Ce vieux slogan raillé pour sa démagogie par ceux qui en possèdent une bonne dose a-t-il perdu une ride ? Plus que jamais, il semble d’actualité lorsque les sources les plus autorisées et peu suspectes de mauvaises fréquentations, comme l’OCDE, constatent que les inégalités de la distribution de la richesse continuent de s’accroitre en s’accélérant. Dans les 30 pays membres de l’organisation, elles se sont davantage accrues de 2008 à la fin de 2010 que pendant les douze années précédentes, selon un rapport publié en mai dernier.
Le capitalisme financier est une machine à produire de la dette pour le plus grand bénéfice de ceux qu’en visant juste on appelait « les possédants », au détriment de ceux dont la ressource est de tendre la main. Il peut se résumer par une constatation élémentaire : certains doivent gagner leur vie, d’autres se contentent de faire travailler leur argent.
Le paradoxe en a été abondamment relevé : la crise que connait ce système, issue de ses propres profondeurs et contradictions, n’a fait qu’amplifier un phénomène déjà bien accentué ces trente dernières années. Ne serait-ce que parce qu’elle a donné lieu à un transfert massif des dettes de la sphère privée vers la sphère publique (qui n’est pas terminé). L’élévation du niveau de vie moyen a longtemps masqué un accroissement des inégalités sociales, phénomène mondial particulièrement visible dans des pays émergents qui n’ont été de ce point de vue que la caricature du cas général. Puis, le transfert des revenus du bas vers le haut s’est brutalement accentué, afin de financer le sauvetage d’un chef-d’œuvre en péril, un patrimoine comme « les possédants » en sont si friands quand il reflète leur gloire passée (à moins qu’il ne constitue leur chère cassette).
On a beaucoup parlé ces dernières années de déséquilibre pour ne voir que celui du commerce international, qui a résulté de l’émergence de pays auparavant qualifiés de sous-développés. Tel un effet collatéral d’une mondialisation dont il faudra bien également reconnaître qu’elle est à bout de souffle en raison de sa conception. Mais l’on a occulté le déséquilibre qui a été créé par un excès d’épargne, auquel a inévitablement correspondu un excès d’endettement. En s’accentuant encore, celui-ci fait perdurer la crise au lieu de la résoudre, ce qui supposerait de procéder à une redistribution de la richesse et, tant qu’à faire, à l’élargissement de sa définition pour ne plus la restreindre à une comptabilisation monétaire.
Faute de procéder à une telle redistribution, il ne reste comme choix que soit tenter de relancer la dangereuse machine à produire de la dette, soit considérer que l’inégalité sociale approfondie est structurelleet qu’il faut désormais s’en accommoder. Mais la taille atteinte par la sphère financière, comparée à celle de l’économie réelle, suppose pour remplir la première de ces deux options d’accomplir des acrobaties et de prendre à nouveau des risques incalculables. La régulation financière est aujourd’hui freinée au nom de la relance de l’économie et de la croissance, demain, elle le sera au nom de la préservation de la paix sociale…
Le monde était divisé entre pays riches et pauvres, chaque pays l’est désormais tout autant, et le tour est joué. Les riches ont leur pauvres, c’est à dire leurs œuvres, renouant avec la tradition ancestrale de l’aumône et de la charité pour ne pas affronter celle du partage. La santé florissante de l’industrie du luxe est un symbole parfait de la décadence d’un autre chef d’œuvre en grand péril : le monde que nous vivons.