Na vizinhança das eleições o foguetório da propaganda apregoa
“êxitos” do governo. A recessão continua…mas está a diminuir. O investimento
cai…mas menos. O desemprego cresceu…mas não tanto. Tudo isto esconde fatores
sazonais, emigração massiva, pobreza crescente, confundem-se valores em cadeia
com valores homólogos.
A apregoada “consolidação orçamental primária”, esconde que com
os cortes nas prestações sociais e no investimento público, a austeridade serve
apenas para pagar juros. Como Marx referiu nenhuma força produtiva pode satisfazer as
exigências dos juros compostos sendo os juros uma forma de acumulação
capitalista, o juro reconvertido em capital e portanto uma forma de extração de mais-valia. (Teorias da Mais Valia)
A questão que surge é a seguinte: se a austeridade cessasse,
haveria “crescimento e emprego”? “Crescimento e emprego” tem sido a frase feita
para a direita procurar convencer as pessoas que está muito preocupada com os
seus problemas. É também o “argumento” da UGT para todas as cedências nos
direitos laborais. A frase esconde: Que crescimento? Que emprego?
No fascismo houve, períodos de crescimento económico,
acompanhado de miséria generalizada, fome, analfabetismo, mortalidade ao nível
do “terceiro mundo”, intensa repressão. Mesmo nos anos 60, mesmo com melhorias
em algumas cidades a miséria nos campos era intensa, a emigração atingia mais
da centena de milhar por ano, o atraso do país era abissal. É este o período
que na TV propagandistas do sistema mostram como exemplo de equilíbrio das
contas públicas…
O INE refere a criação de emprego, porém emprego precário,
mal pago, baixa produtividade, em grande parte sazonal. Há também um retorno
para nichos do sector alimentar que inclusivamente se dedica à exportação. São
micro empresas que devendo ser apoiadas, pouco peso têm a nível macroeconómico
e estrutural.
A política de direita erige a exportação (a par do
“investimento estrangeiro) como salvação nacional. Mias outra ilusão. Durante a
II Guerra Mundial Portugal teve uma BC
positiva. Serviu: para o enriquecimento de uns poucos e a miséria crescente do
povo. Um homem do regime, Daniel Barbosa, evidenciava em 1949 que os salários
estavam abaixo do mínimo de sobrevivência.
Tal como Marx refere o comércio
externo determina a forma social das nações atrasadas, ao transformar os
produtos simples exportados em artigos de luxo para certas camadas. (Teorias da
Mais Valia) Foi o que aconteceu, é o que a direita pretende.
A austeridade esteja suspensa até às eleições, depois teremos
o orçamento para 2014 e as exigências da troika. A recessão irá prosseguir para
pagar juros e amortizações.
Porém, independentemente destas situações importa distinguir
entre “crescimento” e desenvolvimento” e avaliar a qualidade do emprego: com
que produtividade, direitos, nível salarial.
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