A delegação
do PE visitou Portugal, para avaliar o desempenho do programa da troika.
Criticou o seu “desenho” e os resultados obtidos, dizendo que de futuro (?)
teriam de ser revistas metas e critérios de austeridade.
Os partidos
da troika interna (PS, PSD, CDS) apressaram-se a soltar o habitual foguetório
europeísta, excedendo-se até no que é a sua “normal” hipocrisia política.
Os da maioria apoiaram as críticas, os mesmos que só viam virtudes no programa, que disseram que era o seu programa
de governo, que iriam e foram até mais além. O PS que
negociou o programa inicial e nem sequer votou contra o primeiro orçamento
inconstitucional deste governo, veio pôr-se em bicos dos pés e reivindicar
louros pelas críticas. É o seu habitual contorcionismo político.
Alguma coisa
mudou? Nada. O governo usou estes argumentos para negociar com a troika? Não.
Procurou alterar as metas do défice e reduzir a austeridade? Não. À troika nem
sequer se exige uma margem de 0,2 pontos percentuais do défice para evitar a
agressão aos rendimentos e direitos de cidadãos, que afinal nada valem ao pé
dos interesses dos “mercados”.
As cenas
seriam picarescas se não representassem a destruição do país, cessaram rápido e
duas semanas depois, já a ministra das finanças, publicamente elogiava a
troika, para lembrar aos seus deputados que estão ali e são o que são, ao
serviço da troika.
A visita da
delegação do PE, que se insere na campanha eleitoral deste ano, veio fazer o
papel do “médico da pide” e do “pide bom”.
O médico
vinha ver se podiam prosseguir os “interrogatórios”. Não era do interesse da
pide que os detidos lhes morressem nas mãos. Também o PE não quer que o euro
fragilize tanto os países que a pressão para a saída ou a própria sobrevivência
do euro seja posta em causa. De resto, procederam como o “pide bom”, que
criticava os outros, tentando manipular a vontade do resistente.
Lá ia
dizendo: “pois é, ele há aí agentes muito brutos, também não estou de acordo,
mas que se há de fazer. São assim. Mas olhe, colabore, que vejo o que posso
fazer por si. Não é preciso muito, basta dizer uns nomes. Afinal, você é boa
pessoa, deixe lá aqueles gajos com quem andou metido e vá descansado à sua
vida, afinal até tem uma boa posição, Francamente, não compreendo por se meteu
nisto.”
Eis a
resposta que um amigo deu então:
- Pois, de
facto se você percebesse não estava aí onde está. Estava onde eu estou.
Voltando ao
PE e á troika. A delegação foi-se, a troika fica, prossegue a agressão com a cumplicidade dos seus agentes internos, o governo mais os consensos do
PS.
Nada de
novo, pauperização, endividamento, atraso económico e social, tentativas de
supressão da atividade política independente.
Chama-se a
isto “europeísmo” e “defender a moeda única”.
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