Mão
amiga fez-me chegar «'às mãos» - por via electrónica – um
artigo de Sérgio Aníbal publicado no jornal PÚBLICO em 24 de Maio
(se não estou em erro).
Tem
por título «Anda por aí um novo Marx»... Referindo-se ao ultimo
grito dos sucessos editoriais – eu invejoso me confesso – o livro
de Thomas Picketty, «Capital no Século XXI»
Segundo
nos diz Sérgio Aníbal, «"Maior livro da última década” e
“brilhantemente revolucionário” ou “lengalenga ideológica
bizarra” e “espantosamente ignorante” foram alguns dos
adjectivos usados para descrever a obra de Piketty».
Confesso
que já ando a ficar «excitado» (para não dizer «farto»...) com
esta mania do «novo Marx»...
Ainda não tive pachorra (se chegar
a ter...) para ler o referido livro e portanto estas reflexões são
elaboradas para serem lidas (se isso chegar a acontecer, claro...) com
algum «sal e pimenta»...
Thomas Pickety - por aquilo que já li –
conseguiu coligir informação mais do que suficiente para demonstrar
– empiricamente – aquilo que muitos andam a denunciar há
décadas: as desigualdades crescentes na distribuição da riqueza
global. Só por isso já valeu a pena o trabalho elaborado por Thomas Picketty!
Mas, no que diz respeito a
explicação teórica sobre as causas dessa crescente desigualdade
parece confundir «efeitos» com «causas»... Talvez seja por isso
que se sente - dizem - pouco confortável com a comparação com
Marx.
Passo a citar de novo o autor do
artigo
«A fórmula, a mais discutida no debate económico dos últimos meses, escreve-se como r>g, em que r é a taxa de retorno do capital e g é a taxa de crescimento da economia. A tendência de longo prazo, diz Piketty, é a de que r supera g»...
«A fórmula, a mais discutida no debate económico dos últimos meses, escreve-se como r>g, em que r é a taxa de retorno do capital e g é a taxa de crescimento da economia. A tendência de longo prazo, diz Piketty, é a de que r supera g»...
Por outras palavras, a tendência
de longo prazo, dizem que diz Picketty, é a de que «a
taxa de lucro excede a taxa de crescimento da economia como um
todo»...
Como explicação para um fenómeno
historicamente recorrente (ou seja, não é sempre assim...), é caso
para dizer. NADA DE MAIS ERRADO!...
Em primeiro lugar não vi ainda qualquer referência ao caracter oscilatório (e dinâmico) das «ondas de evolução» da história económica... Ondas de Kuznetts, ou de outros quaisquer...
Em primeiro lugar não vi ainda qualquer referência ao caracter oscilatório (e dinâmico) das «ondas de evolução» da história económica... Ondas de Kuznetts, ou de outros quaisquer...
Por coincidência ando já há umas
semanas a reler – paulatinamente - um livro que li já há uns 20
anos justamente sobre esta temática. «The
Long Wave in the World Economy»
de Andrew Tylecote. Este autor afirma-se como «não marxista» (e de
facto não é...), mas isso não impede que o livro contenha muita
informação interessante e reflexões válidas sobre a noção de
«onda» na evolução da Economia global.
Voltando ao livro de Picketty, este outro autor, pelos vistos, não explica - ou não aborda - porque razão às vezes as «coisas» sobem e às vezes as «coisas» descem...
O que verdadeiramente acontece é que quando a taxa de crescimento da economia começa a abrandar (por via do esgotamento progressivo das oportunidades de investimento - é como eu prefiro designar a famigerada «lei da queda tentencial da taxa de lucro»...) o grau de apropriação do valor excedente que vai sendo criado por parte dos «donos» e «gestores» do sistema, esse grau de apropriação, começa - necessariamente - a aumentar. Por outra palavras, se o «bolo» aumenta «mais devagarinho» - e quem parte e reparte e não fica com a melhor parte (...) - então aquilo que sobra para os «outros» é necessariamente mais relativamente reduzido... «Elementar meu caro Watson»...
Repito, salvo uma leitura integral do livro do Picketty - não sei se terei pachorra - por aquilo que já li (que foi apenas o «quanto baste»...) Picketty confunde «efeitos» com «causas»...
Voltando ao livro de Picketty, este outro autor, pelos vistos, não explica - ou não aborda - porque razão às vezes as «coisas» sobem e às vezes as «coisas» descem...
O que verdadeiramente acontece é que quando a taxa de crescimento da economia começa a abrandar (por via do esgotamento progressivo das oportunidades de investimento - é como eu prefiro designar a famigerada «lei da queda tentencial da taxa de lucro»...) o grau de apropriação do valor excedente que vai sendo criado por parte dos «donos» e «gestores» do sistema, esse grau de apropriação, começa - necessariamente - a aumentar. Por outra palavras, se o «bolo» aumenta «mais devagarinho» - e quem parte e reparte e não fica com a melhor parte (...) - então aquilo que sobra para os «outros» é necessariamente mais relativamente reduzido... «Elementar meu caro Watson»...
Repito, salvo uma leitura integral do livro do Picketty - não sei se terei pachorra - por aquilo que já li (que foi apenas o «quanto baste»...) Picketty confunde «efeitos» com «causas»...
Segundo também li, Thomas Picketty, para se distanciar de Karl Marx (não era preciso...) terá afirmado algo como «que nem sequer tinha conseguido ler "O Capital" até ao fim»... Pois... ler - e compreender - Marx (e a sua
análise do Capitalismo!...) é de facto uma chatice...Mas não precisava de ser!
http://www.publico.pt/economia/noticia/anda-por-ai-um-novo-marx-1637139
2 comentários:
À margem: a vossa imagem de topo da barra lateral é demasiadamente grande e invade a coluna dos textos.
Parabéns pelo blogue.
http://port.pravda.ru/news/russa/12-06-2014/36905-guerra_mundial-0/
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