Era apenas uma manobra – diríamos a do costume – para tirar
votos à esquerda consequente e canalizar votos para um partido cuja prática –
nem é preciso falar de teoria porque não a tinha – não era nem “antieuropeia” e
muito menos de “extrema-esquerda”, o que quer que isto queira dizer.
Agora Tsipras, chefe do Syriza, apelou a que no PE se votasse em
Jean-Claude Junkers candidato da direita para a Comissão Europeia. (1) Razões:
a direita tinha obtido a maioria nas eleições! Não, isto ultrapassa o
“cretinismo parlamentar” de que falava Marx, é simplesmente traição a tudo o
que fingiu que defendia. Nem sequer o facto da maioria dos eleitores de se ter
abstido incomoda esta falsa social-democracia de “esquerda”. Afinal, para
alguma coisa devem ter servido as conversas com a D. Merkel…
O Siryza está pois a descoberto: não passa de um PASOK (o PS
grego) recauchutado, para semear ilusões de que vai convencer a oligarquia a
ser “boazinha”. Eis o que acontece a quem mete o marxismo na gaveta (do
leninismo nem se fala).
O Syriza ganhou de facto as eleições na Grécia, embora
perdendo votos. O PCG apesar da modesta votação subiu em percentagem e
votantes.
E são estas casos que nos fazem pensar nas guerras de
alecrim e manjerona no PS. J. Seguro e companhia vão disfarçando o incontido
desejo de se aliarem ao PSD e entretanto vão dizendo o que for preciso para não
ficar atrás da propaganda do adversário.
A. Costa fala em alterar os tratados de UE, mudar a
arquitetura do euro, etc. Está a plagiar o PCP, mal, mas adiante. A questão é o
“como”. Fala em aplicar de forma inteligente o absurdo, iníquo e classificado como estúpido, tratado
orçamental que só interessa à Alemanha e mais dois ou três países. Isto sim, é uma verdadeira “quadratura do círculo”, de facto só
há uma forma inteligente de o aplicar: é não o aplicar.
Nada indica que a Alemanha esteja disposta a alterar algo
além de cosmética, mas até agora nem isso. Muito pelo contrário, quer o reforço
destas políticas e um “ministro das finanças da UE” ao serviço dos seus
exclusivos interesses. Portanto a questão que se põe ao sr. Costa é: qual o
plano B? Ou o seu plano B é fazer como o chefe do Syriza?
Quanto ao BE, saem mais uns, dá a ideia que querem apanhar
boleia na carrinha do A. Costa. É normal. Esta esquerda libertária pensa que é
possível mudar a sociedade sem ideologia, sem organização e sem disciplina. Depois é o que se vê, e tudo em nome da unidade, por agora…
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