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14 de julho de 2014

NO PE O SYRIZA APELA AO VOTO EM JUNKERS

Era de esperar. A propaganda orquestrada a nível europeu apresentava o Syriza de “extrema-esquerda” e “antieuropeísta”. A opinião pública foi agitada antes das eleições para o PE com as alterações que a vitória do Syriza na Grécia podia ocasionar nas políticas europeias.
Era apenas uma manobra – diríamos a do costume – para tirar votos à esquerda consequente e canalizar votos para um partido cuja prática – nem é preciso falar de teoria porque não a tinha – não era nem “antieuropeia” e muito menos de “extrema-esquerda”, o que quer que isto queira dizer.
Agora Tsipras, chefe do Syriza, apelou a que no PE se votasse em Jean-Claude Junkers candidato da direita para a Comissão Europeia. (1) Razões: a direita tinha obtido a maioria nas eleições! Não, isto ultrapassa o “cretinismo parlamentar” de que falava Marx, é simplesmente traição a tudo o que fingiu que defendia. Nem sequer o facto da maioria dos eleitores de se ter abstido incomoda esta falsa social-democracia de “esquerda”. Afinal, para alguma coisa devem ter servido as conversas com a D. Merkel…
O Siryza está pois a descoberto: não passa de um PASOK (o PS grego) recauchutado, para semear ilusões de que vai convencer a oligarquia a ser “boazinha”. Eis o que acontece a quem mete o marxismo na gaveta (do leninismo nem se fala).
O Syriza ganhou de facto as eleições na Grécia, embora perdendo votos. O PCG apesar da modesta votação subiu em percentagem e votantes.
E são estas casos que nos fazem pensar nas guerras de alecrim e manjerona no PS. J. Seguro e companhia vão disfarçando o incontido desejo de se aliarem ao PSD e entretanto vão dizendo o que for preciso para não ficar atrás da propaganda do adversário.
A. Costa fala em alterar os tratados de UE, mudar a arquitetura do euro, etc. Está a plagiar o PCP, mal, mas adiante. A questão é o “como”. Fala em aplicar de forma inteligente o absurdo, iníquo e classificado como estúpido, tratado orçamental que só interessa à Alemanha e mais dois ou três países. Isto sim, é uma verdadeira “quadratura do círculo”, de facto só há uma forma inteligente de o aplicar: é não o aplicar.
Nada indica que a Alemanha esteja disposta a alterar algo além de cosmética, mas até agora nem isso. Muito pelo contrário, quer o reforço destas políticas e um “ministro das finanças da UE” ao serviço dos seus exclusivos interesses. Portanto a questão que se põe ao sr. Costa é: qual o plano B? Ou o seu plano B é fazer como o chefe do Syriza?
Quanto ao BE, saem mais uns, dá a ideia que querem apanhar boleia na carrinha do A. Costa. É normal. Esta esquerda libertária pensa que é possível mudar a sociedade sem ideologia, sem organização e sem disciplina. Depois é o que se vê, e tudo em nome da unidade, por agora…

 

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