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15 de junho de 2015

A UE, a TAP, a Grécia e…José Vilhena

Dizia o humorista José Vilhena que tudo o que sabia bem ou era pecado ou fazia mal ao fígado. Assim estamos com a UE: tudo o que seria necessário para o desenvolvimento económico e social do país e a sua autodeterminação a sua soberania (sim, é isto que está em causa!), não pode ser feito…porque vai contra as regras da UE.
Mas então para que raio serve a UE e o seu euro?! Para tramar a vida dos portugueses e desmantelar o país? Pelo menos é o que acontece.
É ver os “comentadores/propagandistas” justificarem o escândalo da alienação da TAP - mais um destes governos do “arco da ruína do país”. Sem argumentos perante a evidência das trapalhices, inverdades, incúrias, provocações, satisfazem-se a dizer face à evidência de tudo o que podia e devia ser e ter sido feito para salvar a TAP, “não pode porque as regras da UE não permitem."
Mas então, qual é o conceito de país que esta gente tem? E de interesse nacional? O que se percebe é que os interesses da “UE" – isto é da oligarquia dominante e defensores fundamentalistas dos tais “mercados” - estão acima do país e do povo.
Eis, pois, a UE da pobreza, do desemprego, da estagnação e retrocesso democrático…com as suas sacrossantas regras.
Ao povo grego, sacrificado ao limite, dizem: “as regras da UE são para cumprir, têm de fazer mais “reformas”
Sabemos bem o que esta linguagem hipócrita quer dizer. Os funcionários da troika que nos visitam, não escondem ao que vêm e o que querem, o que tem sido convictamente feito por este governo da extrema-direita do PSD e CDS.
Desde janeiro saíram da Grécia 30 mil milhões de euros. Eis uma das “vantagens” apregoadas pelos “europeístas” que nos diziam que com o euro e a livre transferência de capitais os países não mais teriam problemas de financiamento! Viu-se. Mas são os mesmos que continuam a perorar defendendo na TV e jornais o inacreditável e inaceitável. Para isso são pagos.
Sabe-se que o cenário de saída da Grécia do euro já está estudado, talvez mesmo decidido. Segundo Jacques Sapir no seu blog (Greece : default ahead ? 12-06-2015) a saída da Grécia seria mais prejudicial à UE que à Grécia.
A pressão sobre o euro, a subida dos juros para países como Portugal, Espanha, Itália  - o que já se verifica - poderia conduzir a um efeito em cadeia. Para a Grécia uma desvalorização de 30% conduziria a uma inflação de 6 a 8% no primeiro ano. A Grécia teria possibilidades de fazer entrar parte dos capitais saídos do país através de medidas legais e fiscais.
De qualquer forma estas conversações seriam o cenário para a decisão já tomada, de forma a “salvar a face” de qualquer das partes.
Enfim, os países europeus mais frágeis têm de curar-se desta chamada União Monetária e UE: faz mal á saúde social e fisica das pessoas e se não é um pecado é um atentado à soberania e à democracia tão duramente conquistada na Europa contra o fascismo. 

 

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