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25 de outubro de 2015

A tradição da direita…é o que sempre foi

A tradição da direita são as desigualdades “lagarta gorda em terra mesquinha” (Aquilino Ribeiro) com os 25 mais ricos a deterem quase 10% do RN. Pobreza exposta à caridade que serve para evitar que os ricos não sejam como os camelos que não passam pelo fundo de uma agulha (segundo o Evangelho).
Ter direitos laborais não faz parte da tradição da direita, tendo de ser sempre reduzidos por prejudicarem a “competitividade” (a direção da UGT, como é sua tradição, apoia…). O argumento é o mesmo desde o século XIX e os direitos foram arrancados somente através de duras lutas sindicais e populares.
A tradição da direta é não haver “Estado Social”, por isso comentadores esmeram-se a demonstrar que não é mais possível existir, de acordo com as regras europeias. As regras são para cumprir as funções sociais do Estado, não. Educação, saúde, cultura é para quem pode pagar, quanto aos outros a Igreja católica que trate deles. É a tradição…
A tradição da direita é o obscurantismo e a negação da cultura – veja-se como o PSD/CDS a seguiram…
A tradição da direita é a salazarista manipulando e tripudiando sobre os resultados eleitorais. Para Cavaco Silva, (o PR que desconhecia os Lusíadas e confundia a Utopia, baseada nas descrições de um marinheiro português, com a Montanha Mágica ou Os Buddenbrook…) inepto, inculto, conflituoso, (em competição da asneirada e reacionarismo com Américo Tomás) os governos devem ser eleitos segundo a tradição…
A tradição da direita é a mentira que a comunicação social ao seu serviço. repete sem questionar e foi assim que PSD/CDS passaram de 27 ou 28% nas sondagens para 38%, graças ao adiamento das eleições, que foi contra tudo o que a direita e o PR defendiam antes.
A sua propaganda seguiu a tradição fascista do “caminhando para uma vida melhor” (programa da EN) enquanto o país ficava cada vez mais atrasado e desigual.
A tradição da direita é a emigração forçada em massa, o PSD/CDS seguiram-na, incentivaram-na…
A tradição da direita quanto a liberdade e democracia tem o mesmo carácter que as “liberdades feudais” que os senhores feudais reclamavam quando eram tomadas medidas a favor dos interesses populares.
A sua tradição é a das “medidas de segurança” (estilo PIDE) com que querem tirar direitos constitucionais aos partidos à esquerda do PS – ou mesmo ao PS se este se inclinar para a esquerda.
O único argumento da direita é a tradição, a tradição do atraso da incompetência e das políticas destrutivas de tudo o que é social, coletivo.
A tradição em política é das ideias mais estúpidas a que a direita se agarrou na sua decadência ideológica e reacionarismo. Se assim fosse, Portugal nunca chegaria a ser um país, não lutava pela independência em 1383-1385, não a recuperaria em 1640 – data que querem esquecer – nem faria uma Constituição em 1820, nem derrubaria a ditadura fascista no 25 de ABRIL.
Não, desta "tradição" basta.  A verdadeira tradição do país que lutou pela liberdade e pelo progresso é e será: Fascismo nunca mais, 25 de ABRIL, sempre!

 

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