É
repetido à exaustão para ser interiorizado pela população o critério sem suporte constitucional do governo pela coligação “que ganhou as
eleições”, como se não tivesse que ser aprovado e prestar contas no Parlamento,
como se contra ele uma maioria de votos nas eleições não se tivesse expressado
contra esse mesmo governo. Como se esses eleitores não tivessem direitos
legítimos sobre quem ficou em minoria por ter obtido menos 700 mil
votos do que os que o vetaram!
Como
governaria esse governo não são capazes de explicar. Apenas exprimem um facciosismo irracional que leve as pessoas a culpabilizar a
Constituição, por permitir, como já foi afirmado, uma ditadura da AR, no fundo apelando
a uma ditadura deste PR…como Portas insinuou à saída de Belém.
O
governo da direita só poderia perdurar se a AR para nada contasse ou
simplesmente metessem o PS no bolso do casaco do Cavaco.
Para
o CDS é “ilegítimo” partidos com assento parlamentar serem livres de
estabelecer acordos pós eleitorais, isto é, outros que não eles! Só eles se
arrogam o direito de poder ganhar eleições e governar, mesmo com base na mentira, e
propalar para a opinião pública situações á margem da constituição como
“legítimas”.
Comentadores
que saudavam o PSD-CDS “por estar a fazer o que tinha de ser feito” e “se
não fosse a troika deitávamo-nos a dormir e não fazíamos nada” (J. Gomes
Ferreira) agora tornaram-se cartesianos e não cansam de expor sistemáticas
dúvidas existenciais.
O
CDS cumpre o papel de extrema-direita que lhe cabe na coligação. O governo é
“politicamente ilegítimo”. Porquê’? É a minoria a governar… Quando a minoria
são eles! Um partido responsável pela maior recessão económica, maior
desemprego, aumento do endividamento, maior quebra do investimento, emigração,
destruição das funções sociais do Estado, etc., tem a prosápia de já estar a imputar
estas situações ao novo governo.
Estes
discursos são o “ovo da serpente” fascista que se irá ampliando á medida que as
inevitáveis dificuldades governativas forem ocorrendo, dada a situação de
descalabro em que a direita deixou o país, recorde-se, com o apoio ativo do PR
e dos comentadores de serviço.
Os textos e intervenções da direita/extrema-direita, não podem ser ignorados. Estão
eivados de irracionalismo, parecem de gente descontrolada, que procura instilar
paranoias que na população. A veemência e agressividade da mentira e da calúnia
pretende inibir reações e constranger ouvintes e leitores. Torna-los
incapazes de contestação.
Menosprezar
a estratégia de extrema-direita que está a ser implementada, trata-los como
intelectualmente perturbados ou ridículos, é perigoso.
O
neofascismo da direita nasce desta sementeira de ódios. È o que se tem visto
noutros países, foi a estratégia da direita após o 25 de ABRIL.