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25 de novembro de 2015

O ovo da serpente

Na comunicação social aparecem textos e intervenções duma irracionalidade doentia. O anticomunismo primário (passe o pleonasmo) alardeia-se através da calúnia. Procura-se estabelecer o pânico na população como se o país fosse caminhar para o caos. Procura-se infundir a noção de calamidade, motivada por um governo ilegítimo devido a um golpe de Estado, da esquerda.
É repetido à exaustão para ser interiorizado pela população o critério sem suporte constitucional do governo pela coligação “que ganhou as eleições”, como se não tivesse que ser aprovado e prestar contas no Parlamento, como se contra ele uma maioria de votos nas eleições não se tivesse expressado contra esse mesmo governo. Como se esses eleitores não tivessem direitos legítimos sobre quem ficou em minoria por ter obtido menos 700 mil votos do que os que o vetaram!
Como governaria esse governo não são capazes de explicar. Apenas exprimem um facciosismo irracional que leve as pessoas a culpabilizar a Constituição, por permitir, como já foi afirmado, uma ditadura da AR, no fundo apelando a uma ditadura deste PR…como Portas insinuou à saída de Belém.
O governo da direita só poderia perdurar se a AR para nada contasse ou simplesmente metessem o PS no bolso do casaco do Cavaco.
Para o CDS é “ilegítimo” partidos com assento parlamentar serem livres de estabelecer acordos pós eleitorais, isto é, outros que não eles! Só eles se arrogam o direito de poder ganhar eleições e governar, mesmo com base na mentira, e propalar para a opinião pública situações á margem da constituição como “legítimas”.
Comentadores que saudavam o PSD-CDS “por estar a fazer o que tinha de ser feito” e “se não fosse a troika deitávamo-nos a dormir e não fazíamos nada” (J. Gomes Ferreira) agora tornaram-se cartesianos e não cansam de expor sistemáticas dúvidas existenciais.
O CDS cumpre o papel de extrema-direita que lhe cabe na coligação. O governo é “politicamente ilegítimo”. Porquê’? É a minoria a governar… Quando a minoria são eles! Um partido responsável pela maior recessão económica, maior desemprego, aumento do endividamento, maior quebra do investimento, emigração, destruição das funções sociais do Estado, etc., tem a prosápia de já estar a imputar estas situações ao novo governo.
Estes discursos são o “ovo da serpente” fascista que se irá ampliando á medida que as inevitáveis dificuldades governativas forem ocorrendo, dada a situação de descalabro em que a direita deixou o país, recorde-se, com o apoio ativo do PR e dos comentadores de serviço.
Os textos e intervenções da direita/extrema-direita, não podem ser ignorados. Estão eivados de irracionalismo, parecem de gente descontrolada, que procura instilar paranoias que na população. A veemência e agressividade da mentira e da calúnia pretende inibir reações e constranger ouvintes e leitores. Torna-los incapazes de contestação.
Menosprezar a estratégia de extrema-direita que está a ser implementada, trata-los como intelectualmente perturbados ou ridículos, é perigoso.
O neofascismo da direita nasce desta sementeira de ódios. È o que se tem visto noutros países, foi a estratégia da direita após o 25 de ABRIL.

17 de novembro de 2015

As carragas de Belem


Cavaco diz que em 87 esteve cinco meses em governo de gestão...a abrir a porta para uma solução que quer impor
Habilidades, sofismas que ficam mal a um Presidente que devia pautar a intervenção pela seriedade e pelo rigor.
Não se pode comparar o incomparável
Em 87 a dívida pública era de apenas 56% do PIB, não estávamos no Euro, não havia Tratado Orçamental, o Banco de Portugal podia financiar a dívida do Estado e o crescimento era de 7,6%, repito 7,6% do PIB.
 E o Presidente da República podia dissolver a A.R.
Hoje, quando estamos esmagados pelo peso da dívida, quando o Presidente  acena com a ameaça dos mercados e dizia que o país não pode viver com um Orçamento em duodécimos ,agora que lhe dá jeito o país afinal pode esperar, pode ficar 9 meses com um governo de gestão, que não há problemas com o Orçamento em duodécimos, nem com os mercados...
As contradições de Belém para salvar o seu PSD só poderão ser entendidas pelas cagarras e por mais ninguém.


13 de novembro de 2015

O Descaramento do PSD e do CDS


A estimativa do INE mostra claramente que as importações em volume continuam a ser maiores que as exportações , no entanto o deputado porta voz do PSD continuou tal como o faz Portas a falar mentirosamente , no motor das exportações . Desde a entrada da Troika até julho deste ano a  queda do PIB foi de 5,5% . Apesar de partirmos de um ponto muito baixo , apesar do preço do petróleo e da desvalorização do Euro a economia portuguesa não sai da cepa torta...





Nota sobre a estimativa rápida do PIB do 3º trimestre de 2015

De acordo com o INE, o PIB estagnou no 3º trimestre em relação ao 2º trimestre com uma variação 0,0% e cresceu 1,4% comparativamente com o 3º trimestre do ano anterior.
Ao mesmo tempo na zona euro esse crescimento em cadeia foi de 0,3% e em termos homólogos de 1,6%.
Com a informação agora disponibilizada pelo INE é possível afirmar que com grande probabilidade Portugal não irá crescer em 2015 mais do que 1,4%, ritmo de crescimento inferior ao previsto pelo governo demitido (1,6%), pelo Banco de Portugal (1,7%), pela Comissão Europeia (1,7%), pelo Fundo Monetário Internacional (1,6%) e pela OCDE (1,7%).
Para a evolução registada no PIB no 3º trimestre e em termos homólogos contribuiu positivamente a procura interna, apesar da desaceleração do investimento e do consumo privado e contribuiu negativamente a chamada procura externa líquida, devido a um crescimento em volume das importações superior ao das exportações.
O que estes resultados agora divulgados mostram foi que a nossa economia no 3º trimestre do ano e ao contrário do que o governo demitido PSD/CDS em plena campanha eleitoral afirmava, não se encontra em fase de franco crescimento, mas antes em fase de desaceleração e estagnação. A mentira tem sempre perna curta e não foi preciso muito tempo para que a realidade se sobrepusesse a ela.
Além do mais não podemos ignorar que a evolução positiva registada no PIB desde o 2º semestre de 2014, beneficia muito fortemente da queda do preço das matérias-primas e em particular da redução em mais de 40% do preço do barril de petróleo brent. Se assim não fosse a economia portuguesa permaneceria estagnada neste período ou quanto muito teria um crescimento dito rastejante (entre 0 e 1%).
O grande desafio que se vai colocar ao novo governo de iniciativa do PS será sem duvida interromper as políticas de austeridade, de empobrecimento, de cortes nos direitos laborais e sociais, de concentração de riqueza, de venda das principais empresas ao sector privado e a aposta na devolução de salários e pensões aos trabalhadores e ao povo, na reposição dos direitos laborais, na luta contra a precariedade, no relançamento do investimento na educação, na saúde, na cultura e na ciência. Uma aposta numa nova estratégia económica assente no crescimento e no emprego, no aumento do rendimento das famílias e no investimento público e privado.
CAE, 13 de Novembrode 2015
José Alberto Lourenço

10 de novembro de 2015

Não têm emenda

Três patriotas  condecorados por Cavaco , três grandes empresas , Corticeira Amorim , Jerónimo Martins e Altri vão usar as suas reservas de capital para distribuir até ao final do ano mais de 319 milhões de euros em dividendos extraordinários e outros que deveriam entregar em 2016 
Qual a razão ?
Querem evitar os riscos fiscais ...
Clarificando : não querem pagar eventuais aumentos de impostos que  um novo governo com apoio do PCP e Bloco venha a introduzir.
Percebe-se por que é que eles dizem tal como o governo : não estraguem o que já foi conseguido com o sacrificio dos portugueses .Sacrificio não deles que ganharam e muito com a crise e que ainda querem fugir aos impostos . São os amigos de Belém.

9 de novembro de 2015

A estratégia da direita e o PREC 2

A direita ameaça: um governo PS com apoios à esquerda seria o PREC 2 (Paulo Portas). Portas revela a estratégia que a direita se propõe seguir. Sabe que para 70 ou 80% da população, da qual a maioria não seria ainda nascida ou não teria idade para o qualificar devidamente, o PREC teria sido uma espécie de terrorismo de Estado sob a égide do PCP.
Não admira que assim seja, é esta a imagem que a comunicação social passa ou deixa passar. Na realidade, 90% da informação veicula conceitos da direita e grande parte da restante não ia além de uma equidistância. Veremos como isto está a mudar.
Após a grandiosa manifestação popular dos 100 000 em seis de junho, a direita orquestrou na comunicação social controlada a sua estratégia, através da mentira, ocultação ou manipulação de dados, com o apoio descarado de comentadores e jornalistas que fez o PSD-CDS passar em poucos meses de 27 ou 28% nas sondagens para 38%.
Mas a confortável equidistância da maior parte caiu. Hoje é o mais primário reacionarismo que aparece da parte de pseudo intelectuais, que a direita adora e que aparecem como cavernícolas da política como o sr. António Barreto a insurgir-se contra a dependência do governo de uma maioria na AR acusada de ser “inútil, inoperante e incapaz”, de “ preguiçosos” lê-se num destrambelhado artigo no DN.
Outros consideram a solução PS apoiado á esquerda “ilegal”. Porquê? Não segue a tradição… Sousa Tavares diz que é “politicamente abusivo”, “seria preciso saber que é esta a vontade dos eleitores do PS para que não fosse abusivo. Mas a questão não é posta para acordos à direita, nem mesmo entre o CDS e PSD que diziam antes coisas completamente diferentes em relação à UE.Helena Matos critica o PCP "estalinista", que "até está presente no 1º de MAIO em Cuba"! Etc., etc.
O dito PREC, Processo Revolucionário em Curso, foi usado como arma ideológica contra as forças progressistas, através da calúnia. Oculta-se que nesse período foram estabelecidos os direitos laborais e sociais, salário mínimo, embrião de serviço nacional de saúde, criados mecanismos de apoio às PME, etc., além de que ter sido elaborada uma Constituição progressista.
Tudo isto face à conspiração da direita, à sabotagem económica dos monopólios, dos esforços da dita “extrema-esquerda” objetivamente aliada à direita no combate às forças consequentes na defesa do 25 de ABRIL. Tudo para desestabilizar o país a afastar largas camadas da população do que era efetivamente um processo revolucionário no sentido de alterar as estruturas económicas e sociais provenientes do fascismo.
A direita, aliada à extrema-direita, passou ao terrorismo, algo completamente omitido. Em Portugal, entre Maio de 1975 e meados de 1977 foram cometidas quase 600 ações terroristas: quase uma por dia, bombas, assaltos, incêndios, espancamentos, atentados a tiro. Mais de uma dezena de mortes, dezenas de feridos, milhares de pessoas perseguidas, aterrorizadas, às quais ou às famílias não foi dada qualquer compensação ou satisfação. A muralha do silêncio e cumplicidades é uma humilhação para as vítimas e famílias.
A partir destas ofensivas procedeu-se à divisão do MFA, como garante do processo em curso. A direita já ensaia e promove a divisão do PS até este viabilizar um governo PSD-CDS. Nesta altura o PS deixará de fazer sentido na vida nacional.

7 de novembro de 2015

Sempre o mesmo



                                                       Dos jornais
                                                                      





"␣␣␣␣␣␣␣␣␣␣␣␣␣""
␣␣ Mais de cem empresários subscreveram um manifesto a apelar “à união de todos”. Entre os subscritores contam-se Peter Villax, Vasco de Mello, Francisco Van Zeller, João Pereira Cou- tinho, Pedro Teixeira Duarte, Manuel de Mello Champalimaud, Alexandre Relvas, João Portugal Ramos, Duarte Champalimaud e Filipe de Mello"


Estes grandes patriotas com a pátria na carteira dizem se preocupados com a incerteza , com os atrasos que esta provoca...
É um recado para  Cavaco ?
São os mesmos ou os filhos dos mesmos que a seguir ao 25 de Abril apresentaram um plano fabuloso de investimentos para desenvolver o país , os mesmos que anos depois foram a Belém defender as privatizações com os centros de decisão nas mãos de nacionais para logo desenvergonhadamente ,no dia seguinte, as venderem a estrangeiros , os mesmos que criaram fortunas com os favores de sucessivos governantes desde o tempo da outra senhora ...
Preocupados com a pátria ou com os seus privilégios , as suas especulações , os seus lucros , as suas fugas aos impostos os seus ofshores  e as suas negociatas com o Estado ?

6 de novembro de 2015

Não estraguem o que já foi feito !

Não estraguem o que já foi feito diz a coligação de direita e os seus comentadores mercenários..
 Diz o Portas , o Coelho ...mas também a CIP : não estraguem o que já foi conseguido na legislação laboral , na redução dos salários , no congelamento dos salários .
Diz também a CAP verdadeira extensão do Ministério de Cristas : não estraguem os ricos subsídios , não introduzam , limites,"plafons " aos milhares que recebemos  da UE para aumentar os subsídios aos pequenos e médios agricultores...
Dizem os banqueiros : não estraguem a continua drenagem de milhares de euros á custa dos contribuintes  para a nossa capitalização e desendividamento , perdão, para a nossa desalavancagem.
Dizem os gestores doas empresas beneficiárias das rendas excessivas , das parcerias público privadas , dos acordos de swaps,.. não interrompam o que corre tão bem .
Dizem os especuladores bolsistas e não só , não venham com impostos que limitem o continuarmos a enriquecer enquanto dormimos...
Dizem os Mercados , a Comissão Europeia   as empresas de Rating : não toquem , na dívida pública que matem o pais colonizado e a trabalhar  para a elevada rentabilidade dos diversos fundos financeiros
E todos em uníssono tentam criar o pânico sobre o desastre imaginário de um governo que ponha em causa o statu quo ,   para fazer esquecer o desastre real em que estamos !

5 de novembro de 2015

A Comissão Europeia a intervir na situação política nacional

Em ano de eleições aumentou o poder de compra e o consumo privado...milagre!!!


Previsão de Outono da Comissão Europeia para a Economia Portuguesa
A Comissão Europeia (CE) divulgou hoje as suas previsões de Outono para a União Europeia no seu conjunto e para cada um dos países que a integram.
No caso português a Comissão reviu em ligeira alta a previsão de crescimento do PIB para 2015 de 1,6% para 1,7%, ao mesmo tempo que para 2016 a revisão foi em ligeira baixa de 1,8% para 1,7%.
Em relação à anterior previsão da Primavera passada , a alteração mais significativa nas previsões agora apresentadas prende-se com os diferentes contributos dados pelas várias componentes do PIB na óptica da despesa.
Enquanto nas suas previsões da Primavera a Comissão Europeia previa um crescimento do PIB nacional de 1,6%, com o consumo privado a crescer 2,0%, o consumo público a cair 0,3%, o investimento a crescer 3,5%, as exportações a crescerem 5,3% e as importações a crescerem 4,7%. O que em termos agregado conduzia a um contributo da procura interna para o crescimento do PIB de 1,4%, enquanto a procura externa líquida (exportações-importações) contribuía com 0,2%.
Nas previsões agora apresentadas o crescimento previsto para o PIB em 2015 assenta exclusivamente na procura interna que cresce 2,3%, enquanto a procura externa líquida caia 0,5%.
De uma perspectiva de crescimento económico em que a procura externa líquida daria um contributo positivo para esse crescimento, as exportações seriam neste caso e como este governo defende um dos motores do nosso crescimento, passou-se para um modelo de crescimento em que é a procura interna e em especial o consumo e o investimento, os motores do crescimento que se perspectiva para o nosso país em 2015 e também em 2016 e 2017.
Nestas suas previsões a Comissão Europeia reconhece que o forte conteúdo importado das nossas exportações dificulta o ajustamento externo da nossa economia, particularmente num contexto em que também a procura interna cresce a um ritmo elevado. Dito de outra forma a Comissão Europeia reconhece que dada a fragilidade do nosso aparelho produtivo, incapaz de responder às nossas necessidades internas de consumo e investimento e à aposta nas exportações, qualquer crescimento mais elevado destas variáveis induz directamente um crescimento das importações e consequentemente um aprofundamento do desequilíbrio externo.  
Em termos orçamentais a CE estima que o défice orçamental em Portugal atinja em 2015 os 3% do PIB. A ligeira melhoria registada em comparação com as anteriores previsões da Primavera que apontavam para um défice de 3,1%, resultam segundo a CE das melhorias registadas na evolução da receita fiscal e do mercado de trabalho. No caso da receita fiscal essa melhoria deve-se à aceleração do crescimento do consumo privado, enquanto o melhor funcionamento do mercado de trabalho segundo a CE levou a que a despesa com o subsídio de desemprego tenha sido inferior ao esperado.
Para a dívida pública a CE estima que após ter atingido as 130,2% do PIB em 2014, esta possa baixar para 128,2% no final de 2015, para 124,7% no final de 2016 e para 121,3% no final de 2017.
A CE nesta sua breve previsão para a economia chama a atenção para os riscos resultantes de um agravamento do cenário macroeconómico internacional e refere ainda que um prolongado período de incerteza política pode afectar a confiança das empresas e dos consumidores.  
Algumas notas em torno destas previsões da CE:
1.     Embora a CE reconheça nestas suas previsões um abrandamento da nossa economia no 3º trimestre do ano, depois de ter crescido no 1º semestre a um ritmo anual em torno dos 1,5%, a verdade é que a sua previsão para 2015 é agora de um crescimento do PIB de 1,7%, ligeiramente superior ao estimado antes.
2.     A CE nas suas previsões para o défice orçamental em 2015 não parece levar em conta alguns alertas provenientes da execução orçamental até Setembro, que apontam para um abrandamento no crescimento das receitas fiscais, nem considera a possível necessidade de reforço de capital para o Novo Banco resultante dos testes de stress que estão a decorrer. Normalmente um fim de ciclo político traz à tona despesa pública até aí escondida.
3.     A CE ignora literalmente o impacto que a situação da VW possa ter sobre os resultados das exportações alemãs e até mesmo portuguesas. Sobre esta matéria há um silêncio de chumbo, embora todos saibamos o peso que essas mesmas exportações têm na balança comercial alemã e portuguesa.
CAE, 05 de Novembro de 2015