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9 de novembro de 2015

A estratégia da direita e o PREC 2

A direita ameaça: um governo PS com apoios à esquerda seria o PREC 2 (Paulo Portas). Portas revela a estratégia que a direita se propõe seguir. Sabe que para 70 ou 80% da população, da qual a maioria não seria ainda nascida ou não teria idade para o qualificar devidamente, o PREC teria sido uma espécie de terrorismo de Estado sob a égide do PCP.
Não admira que assim seja, é esta a imagem que a comunicação social passa ou deixa passar. Na realidade, 90% da informação veicula conceitos da direita e grande parte da restante não ia além de uma equidistância. Veremos como isto está a mudar.
Após a grandiosa manifestação popular dos 100 000 em seis de junho, a direita orquestrou na comunicação social controlada a sua estratégia, através da mentira, ocultação ou manipulação de dados, com o apoio descarado de comentadores e jornalistas que fez o PSD-CDS passar em poucos meses de 27 ou 28% nas sondagens para 38%.
Mas a confortável equidistância da maior parte caiu. Hoje é o mais primário reacionarismo que aparece da parte de pseudo intelectuais, que a direita adora e que aparecem como cavernícolas da política como o sr. António Barreto a insurgir-se contra a dependência do governo de uma maioria na AR acusada de ser “inútil, inoperante e incapaz”, de “ preguiçosos” lê-se num destrambelhado artigo no DN.
Outros consideram a solução PS apoiado á esquerda “ilegal”. Porquê? Não segue a tradição… Sousa Tavares diz que é “politicamente abusivo”, “seria preciso saber que é esta a vontade dos eleitores do PS para que não fosse abusivo. Mas a questão não é posta para acordos à direita, nem mesmo entre o CDS e PSD que diziam antes coisas completamente diferentes em relação à UE.Helena Matos critica o PCP "estalinista", que "até está presente no 1º de MAIO em Cuba"! Etc., etc.
O dito PREC, Processo Revolucionário em Curso, foi usado como arma ideológica contra as forças progressistas, através da calúnia. Oculta-se que nesse período foram estabelecidos os direitos laborais e sociais, salário mínimo, embrião de serviço nacional de saúde, criados mecanismos de apoio às PME, etc., além de que ter sido elaborada uma Constituição progressista.
Tudo isto face à conspiração da direita, à sabotagem económica dos monopólios, dos esforços da dita “extrema-esquerda” objetivamente aliada à direita no combate às forças consequentes na defesa do 25 de ABRIL. Tudo para desestabilizar o país a afastar largas camadas da população do que era efetivamente um processo revolucionário no sentido de alterar as estruturas económicas e sociais provenientes do fascismo.
A direita, aliada à extrema-direita, passou ao terrorismo, algo completamente omitido. Em Portugal, entre Maio de 1975 e meados de 1977 foram cometidas quase 600 ações terroristas: quase uma por dia, bombas, assaltos, incêndios, espancamentos, atentados a tiro. Mais de uma dezena de mortes, dezenas de feridos, milhares de pessoas perseguidas, aterrorizadas, às quais ou às famílias não foi dada qualquer compensação ou satisfação. A muralha do silêncio e cumplicidades é uma humilhação para as vítimas e famílias.
A partir destas ofensivas procedeu-se à divisão do MFA, como garante do processo em curso. A direita já ensaia e promove a divisão do PS até este viabilizar um governo PSD-CDS. Nesta altura o PS deixará de fazer sentido na vida nacional.

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