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5 de dezembro de 2015

Ministra das finanças ou da manipulação de contas ?


Os últimos alertas da UTAO sobre a execução orçamental em 2015
A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), divulgou ontem a sua análise da execução orçamental dos 1ºs dez meses do ano, que a Direcção Geral do Orçamento tinha apresentado no passado dia 25 de Novembro.
Tal como vínhamos afirmando, a evolução das receitas e das despesas da Administração Pública nos últimos meses não perspetivava o alcançar da meta do défice de 2,7% no corrente ano e que foi tão badalada pelo Governo PSD/CDS, desde que essa meta foi por eles definida aquando da apresentação do orçamento de Estado para 2015 no final de 2014.
Ao que parece e de acordo com a nota da UTAO agora divulgada, confirma-se que após um défice orçamental das Administrações Públicas que estima em 3,7% nos 1ºs nove meses do ano, só uma melhoria muito substancial no défice orçamental do 4º trimestre permitiria assegurar o objectivo do défice orçamental de 2,7% anual, o que é de todo impossível tanto mais que o novo Governo que ontem viu aprovado o seu Programa de Governo tem menos de um mês para poder actuar e isso exigiria conseguir um défice orçamental no 4º trimestre de -0,3%, quando em igual período do ano passado foi de -1,9%.

Nesta sua nota a UTAO considera ainda que a obtenção de um défice da Administração Pública inferior a 3%, que permitiria ao nosso país deixar de estar submetido ao chamado Procedimento por Défice Excessivo (PDE), está em risco mas não é de todo impossível. Temos no entanto fundadas dúvidas em acreditar que até mesmo esse objectivo possa ser alcançado, pois como a própria UTAO reconhece estamos perante uma mudança de ciclo legislativo, o que aumenta a incerteza em torno da execução orçamental por comparação com o mesmo período do ano passado e para além disso o abrandamento registado na evolução do PIB no 2º semestre do ano irá conduzir a um crescimento do PIB em 2015 inferior ao previsto pelo Governo, o que irá afectar o cálculo do rácio do défice orçamental em percentagem do PIB.
É agora que finalmente nos vimos livres do Governo PSD/CDS que muitas das manobras por eles efectuadas virão à tona.    
CAE, 04 de Dezembro de 2015
José Alberto Lourenço

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