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6 de agosto de 2019

CO2 o inimigo público nº1

As alterações climáticas são uma realidade, porém no mundo das “inevitabilidades” e do “não há alternativa”, a degradação ambiental é praticamente ignorada sendo instituído o dogma de que o dióxido de carbono, CO2 seria o inimigo principal do ambiente, tornando-se uma nova religião a ser aceite sob pena de excomunhão.

O grande capital deu esta bandeira aos “ecologistas reformistas” e absorveu-o nos seus esquemas, de tal forma que se propõe agora que os partidos da direita e extrema-direita assumam também este objetivo como seu.
Não há comprovação científica de que as alterações climáticas sejam causadas pelo CO2. Há dados empíricos interpretados de determinada forma, pondo de lado todo um complexo conjunto de contextos e causas possíveis e detetáveis. Isto mesmo tem sido repetidamente dito - e silenciado - por importante parte da comunidade científica.
Ora os gases de efeito de estufa relevantes são o CO2, o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O). Com a agravante do CO2 ser essencial para a existência de vida na Terra, enquanto os demais são tóxicos, poluentes e agressivos. Do ponto de vista do efeito de estufa o metano tem um potencial 60 vezes superior ao do dióxido de carbono e o óxido nitroso quase 300 vezes superior.
A agricultura industrial é responsável por 25% das emissões de CO2, 60% de metano e 70 a 80% do óxido nitroso, além disto a questão do CO2 foi centrada nos automóveis ligeiros. Trata.se de uma farsa, ignorando, por exemplo, os mais de 13 milhões de veículos pesados que circulam pelas estradas da Europa, graças ao sacrossanto comércio livre.
Os grandes porta-contentores queimam cada um 10 000 toneladas de combustível para uma viagem e regresso entre a Ásia e a Europa. A frota de cargueiros, petroleiros e outros navios atinge cerca de 100 000, percorrendo os mares. A que se somam a frota de pesca e recreio. (Carros elétricos assunto de reflexão, https://groups.google.com/forum/#!topic/tertulia-das-tercas/R7q1fiPYj-M )
Um estudo da ONU vem dizer - conforme noticiado esta semana - que é necessário mudar de forma de alimentação: comer mais vegetais e menos carne. Esta falsa ingenuidade mascara a incapacidade de chamar nomes às coisas e apontar os responsáveis pela degradação do que dizem defender. Assim, optam por “aconselhar” as transnacionais a procurarem ganhar dinheiro de outra forma. Comovente, porém deixemos os sermões entregues aos religiosos de ofício.
Vejamos: os EUA com pouco mais que 4% da população mundial consomem anualmente 25% dos recursos mundiais - e geram resíduos na mesma proporção. Seria o último modelo de sociedade que um ambientalista promoveria, mas os ecologistas do CO2 nada de concreto dizem sobre isto. Pelo contrário, apoiam os “mecanismos do mercado” e o liberalismo económico, como se não fossem altamente agressivos para o ambiente, a par com medidas avulsas que o sistema tolera e até apoia, visto tornarem-se fonte de lucro privado.
Para aferir a seriedade dos ambientalistas do sistema é ver qual a posição que tomam perante a globalização neoliberal, a agricultura industrializada e correspondente desflorestação. Também o belicismo imperialista com as suas imensas esquadras navais, aviões, misseis e guerras fica à margem das indignações destes ambientalistas.
A opinião pública vai ouvindo os sermões, e continua a ver fazer e a fazer como sempre nesta sociedade dita de consumo, porque para isso é conduzida a todos os instantes.

 

 

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