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30 de abril de 2012

Da Síria à bomba nuclear do Irão...

1 - A DERROTA IMPERIALISTA NA SÍRIA
(Réseau Voltaire - 20 abril 2012 – reproduzindo entrevista de Thierry Meyssan)
Durante um ano a Síria suportou uma guerra levada a cabo por milhares de mercenários vindos de toda a região e com experiência de combate no Iraque e na Líbia, sabotaram as infraestruturas energéticas e de telecomunicações além de crimes contra as populações. Poderosamente armados pela NATO, enquadrados por instrutores ocidentais, tentaram semear o terror e o caos perpetrando crimes de uma violência inaudita. A informação ocidental inventou então uma história de revolução/repressão.
As próprias informações dadas pela missão da Liga árabe foram escamoteadas. Segundo os seus relatórios nunca foram detectadas manifestações de massa contra o regime. Note-se que esta missão foi organizada pelos países da NATO e do Golfo, composta por militares e diplomatas.
A guerra chegou ao fim depois do duplo veto da Rússia e da China na ONU e entrega de armas anti-aéreas russas. A NATO viu-se então obrigada a abandonar o seu plano de bombardeamentos…Os últimos combatentes entrincheiraram-se numa zona de Homs, que serviu para continuar a manter a opinião pública intoxicada. No seguimento de um acordo concluído entre um responsável francês (Claude Guéant) e o general Assef Chawkat, os instrutores franceses deixaram o reduto e a maior parte dos mercenários rendeu-se. Restam ainda grupos isolados que causam danos à população.
Com a entrega do sistema de defesa anti-aéreo mais sofisticados do mundo – a ser operado por russos - a Rússia pôs fim ao domínio aéreo dos EUA e de Israel no Médio Oriente. Ora o poder das forças armadas norte-americanas consiste principalmente na sua capacidade de destruição aérea, as forças do solo têm mostrado a sua incapacidade de ocupar um terreno.
Segundo Thierry Meyssan, a derrota na Síria altera decisivamente o equilíbrio na zona. Em 2005 Israel foi derrotada no Líbano pelo Hezbollah (guerra por encomenda dos EUA) . Em 2011 o Pentágono foi obrigado a evacuar gigantescas bases militares que tinha construído no Iraque; a NATO recua na Síria e qualquer ataque ao Irão parece ser posto de parte. Porém, neste confronto o grande derrotado não é Israel, mas os regimes como a Arábia Saudita e o Qatar.
A Síria fazia parte de uma lista de 7 objetivos a serem atacados: Afeganistão, Iraque, Libia, Siria, Somália, Sudão e por fim Irão, esta decisão teria sido tomada em 15 setembro de 2001 em Camp David. O plano contra a Síria foi iniciado na base de falsos testemunhos hoje anulados, tendo Bachar- el Assad sido acusado de assassinatos no Líbano, entre os quais o do primeiro-ministro. Depois vieram as sanções.
A Síria, segundo os planos, seria desmembrada em Estados etnicamente homogéneos, mais fáceis de manipular. Os kurdos – a Turquia? - e Israel seriam os beneficiários. A Síria seria entregue a um fantoche, Burnham Galioum cujo programa político era romper a aliança com o Hezzbollah e o Irão, como ele próprio explicou ao Wal Street Journal. Há ainda a considerar a o interesse das multinacionais do sector energético no gás a explorar na região.
2 – ISRAEL CHEGA À CONCLUSÃO QUE O IRÃO NÃO DECIDIU CONSTRUIR UMA BOMBA NUCLEAR( Réseau Voltaire - 26 abril 2012)
Após 21 anos de intoxicação sobre o programa nuclear iraniano Israel chega à conclusão que o Irão não decidiu construir uma bomba nuclear…E quem o diz é o Chefe do Estado Maior Israelita, general Benny Gantz, em entrevista ao diário Haaretz, celebrando a data de autoproclamação do Estado de Israel. Diz concretamente: “O Irão dirige-se etapa por etapa para o momento em que estiver em condições de decidir fabricar uma bomba nuclear. Ainda não decidiu dar esse passo (…) Se o guia supremo, o ayatollah Ali Khamenei, quiser, dirigir-se-á para a posse de uma bomba nuclear, mas a sua decisão terá primeiro de ser tomada.”
Eis em que fica o “perigo eminente”,  transmitido sem contestação, duarnte anos, objeto de sanções por parte de uma decadente e amorfa UE, sem noção dos reais interesses dos seus povos. Desde 2006 a intriga e desinformação conduziu a resoluções do Conselho de Segurança que impuseram sanções unilaterais ao Irão para mascarar as intenções imperialistas, como o “escudo anti-míssil contra a Rússia com o argumento do perigo iraniano.
Depois das “armas de destruição maciça” do Iraque, da derrota já óbvia no Afeganistão, da derrota na Síria e do caos em que permanece a Líbia, aqui está a confissão de uma fraude informativa, as tais mentiras mil vezes repetidas...


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