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26 de junho de 2012

Uma opinião sobre o relatório do Banco de Pagamentos Internacionais com sede na Suiça

Impressão e depressão
Cécile Che
Quem melhor do que um banco central para soar o alarme sobre a saúde ... dos bancos centrais? E o que dizer quando é o banco central dos bancos centrais que disparou o alarme?

O Banco de Pagamentos Internacionais  publicou um relatório sobre a saúde dos bancos centrais. E a conclusão é clara: eles estão queimados. Exaustos, secos, sem recursos, sem meios ... em resumo, é o Berezina.

Ora o BPI está muito bem informado pois esta instituição financeira internacional é o órgão de coordenação das diferentes políticas dos bancos centrais do planeta. É, portanto, uma fonte de primeira ordem sobre o estado das suas finanças.

Aqui estão as constatações do BPI: 1. Não há regresso ao crescimento. “Cinco anos após o início da crise financeira, a economia global está longe de atingir os objectivos de crescimento equilibrado", disse Stephen Cecchetti, Chefe da Divisão de Assuntos Económicos e Monetários do BCI, o banco central bancos centrais ", citado pela AFP.

2. Os bancos centrais esgotaram os seus meios legais de intervenção, quer os legais ou até mesmo os de fora do quadro previsto. Política de juros zero, compra sob várias formas de dívida soberana, apoio ao sistema bancário, tudo já tentaram  ... tendo como resultado …

3. ...a explosão ... dos balanços dos bancos centrais. O BPI afirmou que o balanço dos bancos centrais duplicou em 10 anos, para 18.000 biliões, ainda é 30% do PIB mundial. Nestas linhas voltámos várias vezes sobre a explosão do balanço do BCE ou da Fed que os levou a um estado de falência efectiva desde há meses.

4. Os bancos centrais não são os jogadores todo-poderosos da economia e eles não se podem substituir aos Estados, disse Stephen Cecchetti: "Há limites claros para o que os bancos centrais podem fazer. Eles não podem reparar os balanços patrimoniais, eles não podem aumentar a produtividade e eles não podem colocar a política no caminho da sustentabilidade ".

Ora, nós constatamos desde o início da crise grega, os Estados da zona euro, incapazes de se porem de acordo entre si sobre as soluções, tendem a delegar as decisões e as intervenções a organizações supranacionais, como o BCE ou mesmo o FMI.

O BCE forneceu dinheiro - alguns diriam que demasiado - mas ele não pode substituir a vontade política. Uma vontade política que na Europa deve também passar por meio de: - uma vontade comum de intervenção para salvar os países da Zona em perigo, e, portanto, a moeda única; - um enquadramento dos déficits e dos gastos dos estados; - uma reforma do funcionamento da zona euro, das suas instituições e das suas regras fiscais. [Nota do Editor: Actue antes que as coisas virem muito mal para a zona euro: Aqui estão seis medidas a tomar rapidamente para ajudar o seu dinheiro áa atravessar este momento difícil ...]

5. Um começo de solução com a união bancária. Depois de ter definido os limites do âmbito de intervenção dos bancos centrais, o BPI propõe a criação de uma União Bancária Europeia. Qual será o papel desta União Bancária Europeia?
- controlar os bancos europeus. Até agora, esta tarefa é delegada a instâncias nacionais; - garantir os depósitos dos bancos europeus. Um problema que está sob os holofotes nos últimos dias, enquanto a corrida aos bancos (fuga de depositantes) se acelera na Grécia, mas também em Espanha e Portugal. Com a implementação desta Garantia Europeia, o BPI espera tranquilizar os mercados e depositantes.

Este projeto deve ser discutido nos dias 28 e 29 de Junho, na Cimeira Europeia em Bruxelas. Bem ... não nos iludamos muito: quando se trata de passar à acção, a zona euro, de repente torna-se surda, muda e paralítica. A razão principal - e nisto, estamos de acordo com o BPI -: a zona euro sabe que o BCE continua a ser um último recurso tanto para acalmar os mercados de títulos como para apoiar os bancos europeus.

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