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10 de março de 2013

A Europa sob a ditadura – Portugal sob ocupação

Que se cante sempre a nossa “Grândola Vila Morena”, mas os tempos que correm também fazem lembrar o “Ó Pátria Opressa” de Verdi, adotado então pelos patriotas italianos. Desde os tempos da ocupação nazi que não se via na Europa tamanha ingerência e arrogância sobre outros povos, tamanho desprezo pela vontade e aspirações populares como atualmente.
A burocracia da UE sob a batuta alemã, ignora eleições, repreende e ameaça os povos no caso de alterarem as políticas que ela determina (caso recente da Itália, como antes da Grécia) trata como lacaios partidos que sempre aplaudiram e se subordinaram a “mais Europa” como no caso da carta a pedir batatinhas do sr. J. Seguro).
Passos Coelho feito primeiro-ministro na base da mentira e do ludíbrio em nome da oligarquia nacional e estrangeira, é o género de político que lhes interessa e que ouve elogios. Assim que assumiu o cargo mandou lixar o eleitorado: “que se lixem as eleições”.
O hábito da mentira política e do ludíbrio tornou-se uma segunda natureza deste governo. Diz-nos que o objetivo é poder “regressar aos mercados para reestabelecer a soberania monetária” (AR 03.março). Falso. Regressar aos mercados é justamente a entrega da soberania monetária aos interesses dos bancos privados e da especulação, que absorvem a função soberana de qualquer Estado de criar moeda.
São ditos os maiores disparates como se de verdades indiscutíveis se tratasse, no interesse dos lucros e rendas monopolistas e financeiros.
Afirma-se que “o desemprego estrutural não é combatido com medidas ativas, mas com medidas estruturais”. Isto dito por um governo que desde que tomou posse não fez outra coisa senão as tais medidas “estruturais” – tal como o anterior - aumentando o desemprego oficial de 12,1 para os 17,3% atuais. A sua submissão à dogmática neoliberal é tão desconforme que nem sequer a CGD está autorizada a intervir ativamente na economia. Todos os recursos são para a especulação, como tributo de guerra, a partir do pacto de agressão e ocupação.
O ministro Gaspar, executante primeiro desta política de destruição do país, não passa de um obtuso e ultrarreacionário burocrata ao serviço da finança internacional. Isto mesmo confirma-se nas suas palavras: - É mais importante ouvir elogios dos parceiros europeus que os protestos dos portugueses.
Pierre Laval – primeiro-ministro da França no tempo da ocupação nazi – não diria muito diferente. Gaspar ficará na História como outro Miguel de Vasconcelos deposto – por uma janela – em 1640.
Que vai fazer o PS? Que cosmética verbal usará para ceder relativamente aos 4 000 M€ de cortes? Ou se for um pouco menos já está bem?

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