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23 de abril de 2013

ORA ABÓBORA PARA A UGT…


O novo líder da UGT afirma ser contra a política do governo, ou melhor, contra “ a austeridade pela austeridade” – o que quer que isto queira dizer, que é rigorosamente nada – mas também está contra a demissão do governo. Em resumo, e mais claramente: o governo (este!) deve governar, mas mudar de política.
Consta que os japoneses têm várias maneiras de dizer não, mas nenhuma delas é NÃO. Assim está o novo líder da UGT, que segue aquela espécie que infesta a comunicação social: o “vulgaris" comentador. É do género “austeridade, mas assim, não”, como nos presenteou já o PS”.
Que belo apoio o governo adquiriu - embora de forma não inesperada - quando nas suas próprias hostes a desagregação é evidente, e só se mantém para levar as malfeitorias até ao fim aguardando no final a costumada recompensa daqueles a quem verdadeiramente servem.
Ou seja, o condutor não respeita sinais, erra nos caminhos, danifica motor e carroçaria, é nitidamente incompetente – ou trabalha por conta das oficinas… - põe em perigo a segurança dos passageiros: que fazer? Não se muda de condutor e vai-se dando bons conselhos para guiar, um poucochinho melhor.
Dizer a um fanático do neoliberalismo como o sr. Vítor Gaspar para mudar de política, ou melhor, fazer austeridade sem ser “pela austeridade” – que raio quer isto dizer?! – é o mesmo que dizer a um heroinómano para “continuar a consumir, mas moderadamente.”
Como é que um governo que além da troika e do capital financeiro, não respeita nada nem ninguém, que considera a Constituição um obstáculo ao seu objetivo de destruir completamente o país com “reformas estruturais”, que não cumpre nenhum acordo da concertação social – mesmo com as mistificações da UGT –– muda o que quer que seja na sua política.
Como é que um governo que mandou os portugueses emigrar, e considera que os desempregados só o são por não terem qualificações ou não quererem trabalhar – na voz de um secretário de Estado – deve na opinião do líder de uma central sindical continuar até ao fim da legislatura?!
Afinal quem é que está “amarrado a deliberações partidárias”?
Como diria, mestre Aquilino Ribeiro: “Ora abóbora, sr. Carlos Silva!”

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