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12 de março de 2015

Uma audição , uma declaração espantosa de Todo Bom ... e o peso nas conciências


Audição sobre
Programa Eleitoral do PCP
Hotel Altis, 10 de Março de 2015



1. Duas ou três coisas para abrir...
Duas ou três coisas para iniciarmos esta Audição sobre o Programa Eleitoral do PCP para as Eleições Legislativas do próximo Outono.

Pretende esta Audição ouvir-vos sobre quais devem ser as linhas centrais, os eixos do Programa Eleitoral, na importante batalha política que se aproxima.
As linhas / opções centrais em torno das quais se devem articular políticas sectoriais e medidas de política das diversas áreas e temas da governação do País.
Sem vos querer condicionar de qualquer maneira, diria, não caberiam hoje grandes desenvolvimentos / pormenorizações de políticas sectoriais, a não ser na perspectiva da sua imbricação / suporte das tais linhas / ideias centrais.
As políticas sectoriais serão, oportunamente, tema e conteúdo de futuras audições e outras iniciativas que pretendemos vir a realizar.
Por outro lado, gostaríamos que a vossa participação e contribuição não ficasse limitada ao que nesta iniciativa queiram dizer. Pelo que, desde já, apelo a que outros contributos nos possam fazer chegar, nomeadamente para o endereço electrónico: programaeleitoral2015@pcp.pt.

Camaradas e Amigos
2. Outra inevitável referência para sinalizar a matriz e bases de partida do Programa.
Sendo um Programa para uma Política Patriótica e de Esquerda, ele conterá, obrigatoriamente:
  • Um conteúdo de clara ruptura com a política de direita levada a cabo por sucessivos governos e maiorias do PSD, CDS e PS, e não apenas uma contraposição com o governo de Passos Coelho / Paulo Portas;
  • a dimensão da soberania e independência nacionais como suporte das respostas políticas para os problemas do País;
  • um Programa de esquerda, tendo no centro das suas preocupações os trabalhadores e outras camadas antimonopolistas. Um claro e apurado sentido de classe.(...)
3. A confiança nos programas eleitorais do PCP
Camaradas
Por muitas razões que agora seria despiciendo aduzir, os textos que temos construído em anteriores eleições, mostram não só uma surpreendente actualidade, como  denunciam / evidenciam, que outra seria a situação do País, se se tivessem tido em conta as suas orientações e opções estratégicas.
E julgo podermos afirmar, de forma reforçada, a validade das análises feitas, a viabilidade e justeza das propostas avançadas! E porquê? Porque temos hoje um largo rosário de «arrependidos», em geral sem o «acto de contrição» em boa e devida forma, mas dizendo, ou melhor, descobrindo coisas espantosas, nunca vistas.
Não é só Juncker e a sua consideração dos atestados à «dignidade» dos países sujeitos à Troika. É o social-democrata Schulz, Presidente do Parlamento Europeu, e a descoberta de que os sacrifícios das pessoas foram / são para salvar a banca!
Não são só os que, tardiamente, descobriram a necessidade da renegociação da dívida ou a inadequação da arquitectura institucional da Zona Euro, e que agora falam também da «usurpação da legitimidade política de todos os Estados-membros» pelo BCE!
São também os que, como Vítor Bento, descobriram as «assimetrias de poder na União Europeia» e as suas responsabilidades na «assimetria do ajustamento, fazendo recair os seus custos «quase exclusivamente sobre os países mais pobres, empobrecendo-os ainda mais e aumentando o seu desnível para com os mais ricos».
São também os que, como Luís Todo Bom, escrevem um lancinante artigo sobre «A tragédia (nacional) das privatizações», que liquidou «empresas de referência com capacidade de inovação, de desenvolvimento tecnológico e de afirmação internacional» (sic), concluindo, pesaroso, «Teremos que viver com este peso nas nossas consciências». (sic)
E poderíamos acrescentar até um Jardim Gonçalves, considerando haver «espaço para nacionalizar algumas das grandes empresas portuguesas» (sic), julgando ele que tal «seria sensato» (sic). Ou um António Rousseau (ex-presidente da APED), perorando contra o sistema financeiro mundial, «Autista, cínico, hipócrita, ganancioso e até criminoso» (sic), assumindo que «Por cá, não somos excepção». Casos como o BPN, BES e o que ainda não sabemos das outras, são verdadeiros tumores sociais, que têm de ser extirpados. Pela nossa saúde» (sic)! Ou ainda Nicolau Santos, vertendo abundantes lágrimas pelo domínio dos maiores bancos e grandes empresas portuguesas, pelo capital estrangeiro. É caso para dizer, «Tarde piaste».
Tarde piaram, e não foi por falta de alertas e prevenções do PCP, em boa e devida forma, inscritos nos seus Programas Eleitorais!

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