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16 de fevereiro de 2017

Mentiras, mentirolas e a pós-verdade da direita

Mário Senteno tem mostrado ser um homem honesto e competente. Não segue a ortodoxia neoliberal, nem dá provas de ser um europeísta submisso. Apesar de não contestar a burocracia da UE tem-na contudo enfrentado dentro dos limites que as contradições internas da UE têm permitido.
Por tudo isto, foi escolhido pela oligarquia e seus serventuários como alvo a abater na evidente estratégia de aversão que têm pela atual solução de apoio parlamentar. Procuram assim, esconder erros e fracassos da política de direita e tudo o que de positivo tem sido feito após ser arredada do poder.
A agenda mediática prossegue a via que assumiu desde que, contra as conquistas do 25 de ABRIL, se tornou foco contrarrevolucionário e defensor dos interesses do grande capital e da direita. Agarra-se agora a um não-facto, já lá vão meses, sem provas, incapazes de demonstrar que exista algo nos documentos oficiais que comprovem o que dizem. Ainda por cima tendo sido cumprida sem contestação a lei, ao contrário do que acontecia com o governo PSD-CDS.
Mas a propósito de mentiras, incompetência, falhanços, como se comportaram no passado os media e seus “papagaios avençados”? Vejamos, deixemos para trás Pina Moura, um farsante político ao serviço dos (futuros) patrões. Nada lhe foi cobrado pelos media. Teixeira dos Santos arruinou as finanças públicas desmotivando as pequenas poupanças de investir nos Certificados de Aforro para as canalizar para a voragem da especulação; com PPP à margem do que a própria lei exigia (está para fazer o livro branco – bem negro – deste tema); com “riscos sistémicos” que só o foram para os trabalhadores; em conluio com PSD e a finança assinou com Catroga - PSD - o pacto de agressão da troika (é conveniente chamar as coisas pelos nomes).
Em Comissão Parlamentar confrontado com as consequências dos seus atos disse que tinha decidido com os elementos de que dispunha. Bela resposta! Que nota se daria a um aluno que num exame justificasse assim os seus erros?!
Carlos Costa melífluo burocrata ao serviço da finança fraudulenta e dos burocratas do BCE e DGCOM, escondia-se no secretismo a que alegadamente estava obrigado, não dando respostas no Parlamento. Os interesses nacionais eram secundários. Mentiu nos casos BES-Novo Banco. O seu papel de supervisor foi uma fraude. Gente que culpa os trabalhadores pela falta de competitividade, apoia tudo isto.
Vitor Gaspar um neoliberal demitiu-se ao ver os erros das políticas seguidas. Maria L. Albuquerque, uma incompetente que falhou todas as previsões, mentiu repetidamente ao Parlamento e ao país. Até o Cavaco que dizia estudar profundamente todos os dossiers disse acerca das suas afirmações sobre o Novo Banco que “era o que lhe diziam”. Passos Coelho pode dizer-se que não fez outra coisa senão mentir desde a campanha eleitoral à demissão.
Nem um destes caso mereceu dos media destaque, foram repetidamente justificados, desculpados ou simplesmente ignorados e submersos em irrelevâncias.
Para a verdadeira esquerda só a verdade é revolucionária. A direita assume a estratégia de Goebells: uma mentira mil vezes repetida... Não há que admirar: o neoliberalismo é um neofascismo, é bom não esquecer o que está por detrás das suas fachadas.

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