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6 de novembro de 2019

A nova crise anunciada

Enquanto a propaganda elogia os grandes capitalistas e a sua eficiência e as políticas de direita multiplicam “incentivos” ao (grande) capital - assim não custa ser ’’eficiente’’ - uma nova crise capitalista está programada, ou melhor, agrava-se a de 2008 nunca verdadeiramente recuperada.
Entretanto, tudo é feito pela propaganda para que as populações permaneçam alheias aos que lhes irá acontecer. Os EUA poderiam servir para se analisar e esclarecer as populações quanto à eficácia das políticas da UE e do seu totalitarismo federalista.
 
Nos EUA (tal como na UE) a política de facilidades de liquidez (quantitative easinging) e taxa de juros zero ou negativa pouco ou nada fez para melhorar a economia real. Foram milhões de milhões de dinheiro barato ou a custo zero para os próprios bancos responsáveis pela crise, dinheiro esse que fluiu para investimentos especulativos por todo o mundo em enormes investimentos de crédito de alto risco.
A Moody's estima que pelo cerca de 50 das maiores empresas dos EUA estejam vulneráveis a desvalorizações indesejadas, a uma forte desaceleração económica ou ao aumento das taxas de juros. Os mais mencionados são o conglomerado elétrico e o aeroespacial designadamente o grupo GE, que, entre outras coisas, produz motores para a Boeing.
Atualmente o total da dívida empresarial dos EUA ultrapassa 9 milhões de milhões de dólares, mais 2,5 milhões de milhões desde 2008, um crescimento de quase 40%.
A Ford está a despedir 5 000 trabalhadores, a GM 4 400 nos EUA. Dezenas de milhares de outras demissões são consideradas prováveis nos próximos meses, se a economia piorar. Em setembro, 4 200 camionistas perderam o emprego devido à falta de tráfego de mercadorias. Nos primeiros seis meses de 2019, cerca de 640 empresas de transportes rodoviários faliram,
A chave para a economia dos EUA é a dívida e a dívida está no nível mais alto de todos os tempos, atingindo para o governo dos EUA 23 milhões de milhões de dólares, com um déficit federal de 1 milhão de milhões. Porém as muito exigentes agências de rating continuam a dar a classificação AAA+ aos EUA...
A dívida de empresas, famílias e estudantes, atingiu níveis máximos. A dívida total das famílias atinge 13,5 milhões de milhões de dólares, 68% deste total em hipotecas, a dos estudantes ultrapassa os 1,2 mil milhões de dólares. Dívidas que em grande parte nunca serão pagas dado o baixo nível de salários.
Não admira que alguns financeiros queiram que se aumentem os salários...
Na agricultura americana, os agricultores enfrentam a pior crise desde o início dos anos 80. Outro fator de crise é o preço do petróleo que ameaça muitos produtores de petróleo de xisto dos EUA, altamente consumidor de meios financeiros.
Porém, apesar do ataque à infraestrutura de petróleo saudita e às ameaças ao Irão e à Venezuela não se verificou uma subida dos preços. Se os preços do petróleo continuarem abaixo dos 55 dólares por barril, haverá uma nova onda de falências no setor de energia dos EUA,
A finança tem como principal qualidade profissional a ganância, quanto ao resto é incompetente e impotente perante o caos económico e social que cria. Porém, tem ao seu serviço os burocratas dos bancos centrais e, diga-se, sete esquadras navais com doze porta-aviões, que servem para ameaçar e chantagear países pequenos e pobres.
 
 

 

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