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14 de junho de 2022

Notas sobre a guerra na Ucrânia

 1 - Um dos aspetos mais relevantes é que, tal como no Afeganistão e na Geórgia, exércitos longamente preparados e financiados pela NATO, CIA, etc., desfazem-se quando têm de enfrentar as realidades no terreno. De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, os ucranianos perdem o equivalente a um batalhão cada dois dias, sem mencionar dezenas de tanques, veículos blindados, peças de artilharia, caminhões, centros de comando. Os nazis ucranianos "literalmente sequestram moradores locais e os forçam a pegar em armas. Além disso, levam não apenas jovens, mas até mesmo moradores idosos." Com a intensificação dos combates as perdas (mortes, feridos, desaparecidos, prisioneiros) são de 600 a 1000 por dia. Há uma enorme redução da capacidade de combate da Ucrânia, devido á tentativa falhada de defender Severodonetsk. 
O total de baixas por mês será cerca de 20 000, o que levanta a questão da capacidade de resistência para além do Verão.Intel Slava Z – Telegram 11/6)

2 - Em Severodonetsk, restando apenas um grupo de tropas ucranianas refugiadas numa instalação fabril representa a derrota de um dos grupos mais preparados do exército ucraniano. Diz o ministro das relações exteriores da Lituânia, Landsbergis: “Os russos continuam a apresentar sucessos, os ucranianos não são capazes de manter uma linha de contacto estável. As chances são bastante altas de que a Rússia vença.” (Intel Slava Z – Telegram 13/6)

3 - A situação é a seguinte: as forças russas controlam o espaço aéreo e marítimo da Ucrânia e 20 a 25% do território. As rotas para entrega de armas à Ucrânia são controladas pelo exército russo, as ferrovias estão danificadas e os caminhões com armas são atacados. Há resistência? Sim, em cidades, escondendo-se em instalações civis e zonas industriais. Os grupos nazis e dos serviços de segurança segundo relatos de prisioneiros controlam, ameaçam, matam mesmo os que tentam render-se. (Intel Slava Z – Telegram 14/6) Nada diferente do que acontecia no final da 2ª Guerra Mundial, no campo nazi, bem como o fanatismo ou o desespero de lutar para não morrer. Nada diferente nem na propaganda nem na posição da clique de Kiev e "conselheiros" da NATO, obrigando os soldados ucranianos a sacrifício inúteis.

4 - Ainda recentemente António Costa tal como J. Borrell da CE afirmavam que a guerra só termina quando a Rússia for derrotada. Isto é: não há lugar para a política, apenas para a guerra. Contudo, deveriam antes explicar como pensam vencer uma potência militar militar e nuclear como a Rússia... Quanto à derrota política está longe de acontecer, ao contrário do que anunciavam. O apoio a Putin na Rússia excede 80%. Das 195 nações da ONU, 165, incluindo Índia e China, recusaram-se a aderir a sanções contra a Rússia, deixando NATO e UE, não a Rússia, relativamente isolados do mundo.

5 - Curiosamente nos EUA a oposição à guerra parece ser mais forte que na UE. O New York Times considerava que o objetivo delineado na Ucrânia não pode ser alcançado, e que "não é do melhor interesse da América mergulhar numa guerra de total esforço com a Rússia, mesmo que negociar a paz possa exigir aos ucranianos tomarem decisões difíceis". Em sentido semelhante o Washington Post referia-se ao descalabro no exército ucraniano.

6 - Nos EUA que perante esta guerra há sectores que a questionam: "Cruzada moral ou interesse da classe trabalhadora? O que deve orientar nossas ações na Ucrânia e na escalada do conflito com a China? Como lidamos com os dilemas do ativismo pela paz, dada a confusão contraditória que é a Guerra na Ucrânia? As cruzadas morais tendem a descartar compromissos e negociações. Atrás deles está a miragem da “vitória total”. Mesmo a Segunda Guerra Mundial que terminou em uma vitória tão total quanto se poderia imaginar não acabou com o fascismo, o militarismo ou o império. Esses males são profundos porque sustentam o capitalismo." (1)

7 - Depois das afirmações triunfalistas do Secretário-Geral da NATO, agora faz-se eco das dúvidas dos EUA: “A paz na Ucrânia é possível. A questão é qual será o seu preço. Quanto território, liberdade e democracia (?!!) estamos dispostos a pagar. A NATO pretende ajudar a Ucrânia a dar-lhe a posição mais forte na mesa de negociações com a Rússia, que deve encerrar as hostilidades. Os militares da NATO não participam nas hostilidades e a própria Aliança opõe-se à propagação do conflito para fora do país. (Intel Slava Z – Telegram 12/6)

8 - Há uma diferença entre a arte da guerra e o belicismo. A arte da guerra, tem como objetivo não a realizar - diga-se que foi isto que Putin fez ao longo de vários anos. O belicismo nada tem que ver com aquela, consiste em levar as pessoas de olhos vendados, iludidos com falsas notícias para tragédias longamente preparadas. uma guerra nuclear no horizonte, algo que ao fim de 3 meses e meio de guerra nenhum dos grande media se lembrou de colocar, aos "comentadores" que debitam disparates sobre a derrota militar, económica e política da Rússia.

1 - Moral Crusade or Class Interest? Does the US Working Class Have a Material Interest in Ukraine?

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