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18 de junho de 2022

Atualizações e perspetivas

Grandes media dão voz a certos indivíduos que perante a tragédia que pode configurar uma guerra mundial, apenas espalham ódios e insultam os que apelam à paz ou fazem uma leitura diferente dos acontecimentos, aliás consentânea com o que nem a comunicação mais controlada pode esconder. Recorrerem mesmo a um pré-fabricado "estalinismo", para justificar os seus ataques. Como escreveu Hemingway "há muitos fascistas, mas não sabem que o são." Esta é também uma das tragédias dos nossos tempos.

Atualizamos informações e perspetivas segundo o sítio Intel Slava Z – Telegram , que reflete posições da Rússia e ocidentais devidamente referenciadas. Em termos factuais tem correspondido de uma maneira geral à realidade. Entre parêntesis a data em que foram postados.

1 - A situação em Sverdonetsk não difere de Mariupol. Os efetivos ucranianos, controlados por grupos nazis estão refugiados na fábrica Azot. Foram criados corredores humanitários para evacuar civis, mas esta ação tem sido bloqueada, dado que os nazis não querem perder os seus escudos humanos. Uma residente local afirmou : "Os ucranianos estão a disparar sobre nós. É impossível viver!" (15 e16/6)

2 - O Pentágono duvida da eficácia do lado ucraniano. (Desde março) As perdas ucranianas aumentaram dez vezes, enquanto o exército russo, pelo contrário, conseguiu reduzi-las significativamente. De acordo com analistas militares ocidentais, um aumento no fornecimento de armas para a Ucrânia não desempenhará um papel decisivo, as Forças Armadas da Ucrânia são forçadas a ocupar posições defensivas deliberadamente desvantajosas. (15/6)

"O número de baixas nas Forças Armadas da ucranianas sobe ao mesmo tempo que a moral das unidades desde" é o título de um artigo do The Guardian: “As perdas ucranianas variam de 600 a 1.000 pessoas por dia. "O número total de baixas - mais de 20 000 por mês - levanta questões sobre o estado o exército ucraniano se a guerra se prolongar até ao outono." "(13/6) Registam-se conflitos entre a direção militar, que defende a retirada de unidades antes de ficarem cercadas e Zelensky que defende a luta ("heroica"...) até ao fim, tal como acontecia nos finais do nazismo na Alemanha. (16/6)

3 - Para além do Donbass, a Rússia mostra clara intenção de libertar todas as cidades e regiões que considera russas - de maioria falante russo - como Kharkov e Odessa. Os serviços secretos britânicos e o Instituto Americano para o Estudo da Guerra relataram que as tropas russas têm sido bem-sucedidas em operações ofensivas na direção de Kharkov. (14/6) A ofensiva para Odessa, a ser preparada a partir de Nikolaev prevendo-se destino igual a Mariupol e Donetsk.

4 - Para além das palavras de apoio há sinais tanto nos EUA como na UE que face às realidades o desvario tem tendência a acalmar-se. Macron disse que a Ucrânia deve negociar com a própria Rússia "Nem a França nem a Alemanha farão isso em vez dela." (16/6) "O povo e o governo da Ucrânia, liderados pelo presidente Zelensky, devem decidir por conta própria a questão da possibilidade de concessões territoriais" (secretário de Estado dos EUA. Blinken) (15/6)

O Secretário-Geral da NATO afirma: "a paz na Ucrânia é possível, mas a questão é quais territórios ela mesma está disposta a desistir por isso. A NATO pretende ajudar a Ucrânia e dar-lhe uma posição mais forte na mesa de negociações com a Rússia, que deve encerrar as hostilidades. Os militares da NATO não participam nas hostilidades e a própria Aliança opõe-se à propagação do conflito para fora do país." (6/12) Porém, falar em concessões territoriais da Ucrânia está fora de tempo: elas já foram feitas. O que aquelas declarações significam é que a NATO não parece disposta a ir reconquistar esses territórios.

5 - A posição da Rússia perante estes sinais é de indiferença: "Quando agora se ouvem vozes do Ocidente sobre a necessidade de negociações, isso é apenas um disfarce para organizar uma pausa operacional temporária para que as Forças Armadas da Ucrânia possam respirar e a NATO proceda ao rearmamento intensivo da Ucrânia para a retomada das hostilidades. A Rússia não ganhará nada com negociações que não resolvam fundamentalmente o problema ucraniano. (15/6) E uma das condições é Zelensky ser levado a um tribunal internacional. Com tudo isto e o fornecimento de armas à Ucrânia, há sérias dúvidas de que a guerra termine em 2022.

A posição da Rússia ganha lógica tendo em conta as declarações contraditórias do lado da NATO. Disse a embaixadora dos EUA na Aliança Julianne Smith: "A Rússia tornar-se-á a principal ameaça à NATO no novo conceito da Aliança" "A Rússia é a prioridade número um", ao mesmo tempo que anunciou novos passos para fortalecer a NATO. (2/6)

6 - O principal assessor de Zelensky, Arakhamia lidera uma delegação aos EUA para aumentar o ritmo das transferências de armas e reconhecer a Rússia como um Estado que apoia o terrorismo. Arakhamia relatou que até 1 milhão de pessoas foram recrutadas nas fileiras das Forças Armadas da Ucrânia e há reservas para recrutar outros dois milhões de pessoas. Há recursos para uma guerra em grande escala. Apenas precisam de armas e munições. Arakhamia disse também que a Ucrânia é contra a desminagem nas águas de Odessa devido à da possibilidade de um desembarque russo. O que esclarece sobre a responsabilidade pela não exportação de cereais. (16/6)

Portanto, a Ucrânia continuará a ser abastecida com armas e afogada em sangue, apesar da sociedade americana estar dividida. Neste confronto, Biden tem recebido críticas crescentes. (1/6)

A constante insistência de Kiev na entrega de mais armas, devia fazer pensar para quê, se desde março que a NATO e UE fazem intensas entregas de armas à Ucrânia. Que foi feito delas? Bem, diariamente a Rússia anuncia a destruição de vários lotes... As rotas mais importantes para entregar armas à Ucrânia são controladas pelo exército russo, as ferrovias estão danificadas e os caminhões com armas ficam sob fogo russo.



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