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1 de agosto de 2022

Atenção! A lista negra de Kiev

 Que o regime de Kiev elaborava “listas negras” de ucranianos já tinha sido evidenciado (e escamoteado pelos media). A lista negra pública Myrotvorets de “inimigos do Estado” apoiou o assassinato de legisladores ucranianos acusados simpatias russas. Vários jornalistas e dissidentes ucranianos, incluindo o proeminente colunista Oles Buzina, foram assassinados por esquadrões da morte depois dos seus nomes apareceram na lista. Públicas ou não cidadãos que se opõem aos “democratas” de Kiev tem sido perseguidos.

Ver A campanha de Zelensky de assassinatos, sequestros e tortura de opositores políticos (resistir.info) e Zelensky, de celebridade populista a neoliberal impopular estilo Pinochet (resistir.info)

Os neonazis de Kiev têm toda a tolerância e mesmo declarado apoio das “democracias liberais” à criação de “listas negras” de cidadãos estrangeiros. O caso é destacado por Scott Ritter, ex-oficial dos marines do EUA, que viu o seu nome numa dessas listas escrevendo uma carta aberta aos seus Senadores e Congressistas (US Should Not Fund Ukrainian ‘Blacklist’ – Consortium News) de que selecionamos o seguinte:

(…) “Chamo a vossa atenção para a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos: “O Congresso não fará nenhuma lei... restringindo a liberdade de expressão ou de imprensa”. Ao promulgar a Lei 117-128, parecem ter revogado suas responsabilidades constitucionais na medida em que podem, de facto, ter feito uma lei que restringe a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa ao permitir que o Governo da Ucrânia, através do uso de dólares dos contribuintes dos EUA, publique uma “lista negra” destacando cidadãos dos EUA como “propagandistas russos” por exercerem seus direitos constitucionais relativos à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa. A "lista negra" em questão foi publicada em 14 de julho de 2022 pelo Centro Ucraniano de Combate à Desinformação e consiste numa lista de políticos, académicos e ativistas que o Centro afirma promoverem "propaganda russa". Muitos nesta lista são cidadãos dos Estados Unidos, alguns dos quais, como eu, juraram apoiar e defender a Constituição dos Estados Unidos.

Embora o critério usado para selecionar pessoas para inclusão nesta “lista negra” não seja conhecido, no meu caso o governo ucraniano parece ter-se ofendido com a minha articulação da Ucrânia como uma base de operações da NATO, minha análise do Massacre de Bucha, que atribui responsabilidade aos serviços de segurança ucranianos, e minha descrição do atual conflito Ucrânia-Rússia como um “conflito por procuração” sendo travado em nome dos Estados Unidos. (…) Ao articular meus pontos de vista, exerço meus direitos sob a Constituição dos Estados Unidos. Embora o governo da Ucrânia seja livre para expressar as suas opiniões sobre meus pontos de vista, o governo dos Estados Unidos, usando fundos apropriados pelo Congresso dos Estados Unidos, não deve facilitar as ações do governo da Ucrânia a esse respeito. A Lei 117-128 disponibilizou 8.766.000.000 de dólares para assistência à Ucrânia. Em 12 de julho de 2022, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) divulgou um comunicado à imprensa no qual anunciava a entrega de 1,7 mil milhões permitindo ao governo da Ucrânia, entre outras coisas, pagar os salários dos funcionários públicos ucranianos. Isso incluiria logicamente os funcionários do Centro Ucraniano de Combate à Desinformação. Como constituinte cujo nome apareceu numa chamada “lista negra” publicada pelo Centro Ucraniano de Combate à Desinformação, minha vida pessoal e profissional foi, e continua sendo, impactada negativamente pelo efeito assustador de ser rotulado de “propagandista russo” por simplesmente exercer o direito à liberdade de expressão garantido pela Constituição. 

Além disso, a Ucrânia tem um histórico de converter “listas negras” dessa natureza em “listas de morte”, onde aqueles que se manifestam contra as políticas do governo ucraniano são assassinados ou ameaçados de violência. Estou certo de que concordarão comigo que o Congresso não pode estar numa posição em que, por meio de suas ações, governos estrangeiros tenham os meios para intimidar os cidadãos dos Estados Unidos de exercerem seus direitos constitucionalmente protegidos. Como tal, solicito respeitosamente que se investigue se os fundos autorizados foram utilizados para pagar os salários aos funcionários ucranianos do Centro Ucraniano de Combate à Desinformação envolvido na preparação e divulgação desta chamada “lista negra”.

Se os fundos fossem, de facto, usados dessa maneira, eu respeitosamente solicitaria que como meus representantes eleitos no Congresso dos Estados Unidos, tomassem as medidas apropriadas necessárias para garantir que os fundos dos Estados Unidos não sejam usados suprimir os direitos de liberdade de expressão concedidos aos seus cidadãos, inclusive eu, pela Primeira Emenda da Constituição. Além disso, insisto que tomem as medidas apropriadas para garantir que o Governo da Ucrânia cesse e desista imediatamente de todas as atividades destinadas a ameaçar e intimidar os cidadãos dos EUA. (…)

O jornalista Michael Moreau, denuncia também “as ameaças à minha esposa e filhos”: “Aqui está uma amostra das ameaças diárias que recebo dos ucranianos pelo meu jornalismo sobre os crimes de guerra que a Ucrânia comete.” Telegram: Contact @intelslava

Por cá, não são precisas “listas negras” os comentadores (incluindo o sr. Pacheco Pereira que compara posições do Chega na AR contra imigrantes, com posições de defesa da paz na Ucrânia do PCP) encarregam-se de diabolizar tudo o que não diga o que a NATO quer – aproveitando para o já iniciado ataque ataque à Festa do Avante.

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