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15 de agosto de 2022

Para vergonha dos media a Amnistia Internacional não calou crimes de Kiev

O relatório da Amnistia internacional (AM) foi praticamente escamoteado pelos media, pois contradiz totalmente a propaganda da NATO. Onde foi referido a responsabilidade foi atribuída à Rússia – repetindo uma fábula de La Fontaine. A  AM é uma organização ligada aos critérios ocidentais, pelo tem dito e pelo que tem calado, mas mostra as contradições no sector imperialista, havendo pressões para ser efetuado um inquérito à sua realização. 

Eis alguns trechos: As forças ucranianas ameaçaram civis ao estabelecer bases e operar sistemas de armas em áreas populosas, incluindo escolas e hospitais.“ “Tal tática viola o direito internacional humanitário e coloca civis em perigo, pois transforma objetos civis em alvos militares. Os ataques russos que se seguiram mataram civis e destruíram a infraestrutura civil.”

As forças ucranianas colocaram civis em risco e violaram as leis da guerra ao realizar operações em áreas povoadas. A posição defensiva não isenta o exército ucraniano de respeitar o direito internacional humanitário” - disse Agnes Callamard, Secretária Geral da AM.

Os investigadores da organização passaram várias semanas de abril a julho investigando ataques russos. Inspecionaram locais atacados, entrevistaram sobreviventes, testemunhas oculares, parentes das vítimas do ataque, etc. Durante as investigações, foram encontradas evidências das forças ucranianas dispararem de áreas densamente povoadas e do interior de prédios civis em 19 cidades e vilas. A organização analisou imagens de satélite para confirmar outros desses incidentes. De acordo com a AM, a maioria das áreas residenciais onde os soldados estavam localizados estavam a quilómetros de distância da frente.”

Havia alternativas viáveis que não colocariam civis em perigo, como bases militares, áreas densamente arborizadas próximas ou outras estruturas distantes de áreas residenciais. Nos casos documentados, a AM não tem conhecimento de que os militares ucranianos, localizados em estruturas civis em áreas residenciais, pediram ou ajudaram os civis a evacuarem os locais, o que é uma falha em tomar todas as precauções possíveis para proteger os civis.”

Sobreviventes e testemunhas oculares de ataques russos em Donbass, Kharkiv e na região de Mykolaiv disseram que os militares ucranianos realizavam operações perto de suas casas no momento dos ataques, expondo as áreas ao contra-ataque das forças russas. O Direito Internacional Humanitário exige que todas as partes em conflito evitem localizar, na medida do possível, alvos militares dentro ou perto de áreas densamente povoadas. Outras obrigações para proteger os civis dos efeitos dos ataques incluem a remoção de civis das proximidades de alvos militares e o alerta efetivo de ataques que possam afetar a população civil.”

Equipas da AM viram soldados usando prédios residenciais localizados a 20 metros da entrada do abrigo subterrâneo usado pelos moradores e onde um idoso foi morto. Numa cidade de Donbass em 6 de maio, as forças russas usaram munições de fragmentação num bairro onde as forças ucranianas estavam guarnecendo artilharia.”

No início de julho, um trabalhador agrícola foi ferido quando as forças russas atacaram um armazém agrícola na área de Nikolayev. Horas após o ataque, os investigadores testemunharam a presença de militares e veículos ucranianos na área de armazenamento de cereais e testemunhas confirmaram que os militares usavam o armazém, localizado em frente de onde os civis vivem e trabalham.” “Enquanto examinavam os danos em edifícios residenciais e públicos ouviram tiros de posições militares ucranianas próximas. Em Bakhmut, vários moradores disseram que os militares ucranianos usavam um prédio a apenas a 20 metros do outro lado da rua. Em 18 de maio, um projétil russo atingiu a frente do prédio, destruindo parcialmente cinco apartamentos e danificando prédios próximos.“

A AM testemunhou forças ucranianas usando hospitais como bases militares em cinco locais. Noutra cidade, soldados dispararam de perto de um hospital. Um ataque aéreo russo em 28 de abril feriu dois trabalhadores num laboratório médico nos subúrbios de Kharkiv depois das forças ucranianas estabeleceram uma base no complexo. Usar hospitais para fins militares é uma clara violação do direito internacional humanitário.”

O exército ucraniano estabeleceu rotineiramente bases em escolas no Donbass e na região de Mykolaiv. As escolas foram temporariamente fechadas no início do conflito, mas na maioria dos casos estavam localizadas perto de assentamentos civis. Em 22 das 29 escolas visitadas, foram encontrados soldados usando as instalações ou encontraram evidências de atividade militar – equipamento, munições, rações e veículos militares.”

Após o bombardeamento russo de escolas, soldados ucranianos mudaram-se para outras escolas próximas, colocando os bairros vizinhos em risco de ataques semelhantes. Numa cidade a leste de Odessa, soldados ucranianos usaram áreas civis para acomodação e preparação, incluindo veículos blindados sob árvores em áreas residenciais e usando duas escolas localizadas em áreas residenciais densamente povoadas.”

Conclusão: O relatório da Amnistia Internacional não foi uma surpresa. Desde o início do conflito, todos que acompanham o comportamento e as táticas do exército ucraniano testemunham essas táticas, estritamente proibidas pelo direito internacional. Porém a AM escrever sobre isso representa uma viragem estratégica. Podemos dizer que, mesmo no Ocidente, cresce lentamente a opinião sobre o comportamento criminoso do exército ucraniano.

Note-se que já o gen. Raul Cunha tinha alertado sobre estas práticas do exército ucraniano contrárias ao direito internacional. Claro que foi saneado dos media...

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