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13 de julho de 2012

O PROCESSO DE DESAGREGAÇÃO DA UE – SEGUNDO O “DER SPIEGEL”

Enquanto os propagandistas e os eurobacocos deitavam foguetes, o peão finlandês fazia o papel que a Alemanha lhe atribuía. Ainda não perceberam que a Alemanha não pode proceder de outra forma para manter a sua posição na chamada economia global e os seus desígnios imperialistas. Quanto ao sr. Hollande, verão que a “musette”parisiense se vai calar, pois sem que nada o justificasse em termos económicos já tem o mesmo nível de juros que a Alemanha, enquanto para a Espanha e Itália sobem para cerca de 7%.

O Der Spiegel (25.junho.2012) esclarece a questão. Segundo informa, peritos financeiros avisam acerca de um colapso da zona euro e suas consequências com a destruição de ativos de biliões de euros e desemprego recorde na própria Alemanha, se as crises da dívida na Espanha e na Itália se agravarem.
O facto de o presidente do BCE, Mário Draghi, já não excluir um retorno às moedas nacionais mostra quão grave a situação se tornou. O inconcebível tornou-se concebível, em todos os níveis políticos e económicos – escreve o Der Spiegel.
Peritos do Deursch Bank pensam que um colapso da moeda comum é “um cenário muito provável”. Empresas alemãs estão a preparar-se para a possibilidade dos seus contratos em Madrid ou Barcelona possam em breve ser pagos em pesetas novamente.
O artigo não esconde as graves consequências desta situação, que conduziria a Europa a uma grave recessão além de outras perturbações tais como a própria gestão de contratos comerciais existentes. Perante este cenário seria necessário procurar um consenso tão rapidamente quanto possível. Porém, ninguém fale de consensos hoje na Europa. Pelo contrário, à medida que a crise económica se agrava na Europa do sul as posições entre governos estão a tornar-se mais rígidas.
Espanhóis e italianos querem que a Alemanha emita garantias sólidas sobre as suas dívidas. Mas a Alemanha apenas o fará se os países da zona euro transferirem mais poder para Bruxelas.
Não importa que políticos prescrevam a medicina dos EUA, o doente não apresenta quaisquer melhoras. de facto, está cada vez pior. Quando Madrid decidiu requerer apoio de 100 mil milhões de euros, a divida do governo subiu para 80% do PIB e em consequência os juros subiram.
A experiência dos últimos dias mostra as dificuldades dos políticos europeus em salvar o euro.
A situação é extremamente grave dado que – segundo o artigo – não apenas o sistema bancário espanhol necessita de um resgate, mas o próprio país. Os fundos de resgate ficariam totalmente expostos a elevados juros (overtaxed) se a Itália necessitasse de ajuda. O BCE já esgotou largamente os seus recursos.
A procura dos líderes europeus para salvar o euro é uma corrida contra relógio. A questão é: ou a economia do sul da Europa recupera antes que as ferramentas de salvamento do euro estejam esgotadas ou se será demasiado tarde quando a recuperação chegar.
É uma questão de crescimento mas também se espanhóis e italianos vão aceitar a dureza das reformas e por outro lado se os países dadores do norte estão dispostos a proporcionarem assistência e fazer sacrifícios.
Em suma, o mundo está a imaginar o impensável: ou a saída de vários países da união monetária ou possivelmente o colapso geral da zona euro.
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Face ao anterior, não é difícil imaginar o que irá acontecer: justamente o que for mais favorável para a Alemanha…Entretanto, tudo isto é pressurosamente escamoteado pela comunicação social sob controlo.


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