O Der Spiegel (25.junho.2012) esclarece a questão.
Segundo informa, peritos financeiros avisam acerca de um colapso da zona euro e
suas consequências com a destruição de ativos de biliões de euros e desemprego
recorde na própria Alemanha, se as crises da dívida na Espanha e na Itália se
agravarem.
O facto de o
presidente do BCE, Mário Draghi, já não excluir um retorno às moedas nacionais
mostra quão grave a situação se tornou. O inconcebível tornou-se concebível,
em todos os níveis políticos e económicos – escreve o Der Spiegel.
Peritos do Deursch Bank pensam que um
colapso da moeda comum é “um cenário muito provável”. Empresas alemãs estão a
preparar-se para a possibilidade dos seus contratos em Madrid ou Barcelona
possam em breve ser pagos em pesetas novamente.
O artigo não esconde as graves
consequências desta situação, que conduziria a Europa a uma grave recessão além
de outras perturbações tais como a própria gestão de contratos comerciais
existentes. Perante este cenário seria necessário procurar um consenso tão
rapidamente quanto possível. Porém, ninguém fale de consensos hoje na Europa.
Pelo contrário, à medida que a crise económica se agrava na Europa do sul as
posições entre governos estão a tornar-se mais rígidas.
Espanhóis e italianos querem que a
Alemanha emita garantias sólidas sobre as suas dívidas. Mas a Alemanha apenas o
fará se os países da zona euro transferirem mais poder para Bruxelas.
Não importa que políticos prescrevam a
medicina dos EUA, o doente não apresenta quaisquer melhoras. de facto, está
cada vez pior. Quando Madrid decidiu requerer apoio de 100 mil milhões de
euros, a divida do governo subiu para 80% do PIB e em consequência os juros
subiram.
A experiência dos últimos dias mostra as
dificuldades dos políticos europeus em salvar o euro.
A situação é extremamente grave dado que –
segundo o artigo – não apenas o sistema bancário espanhol necessita de um
resgate, mas o próprio país. Os fundos de resgate ficariam totalmente expostos
a elevados juros (overtaxed) se a
Itália necessitasse de ajuda. O BCE já esgotou largamente os seus recursos.
A procura dos líderes europeus para salvar
o euro é uma corrida contra relógio. A questão é: ou a economia do sul da
Europa recupera antes que as ferramentas de salvamento do euro estejam
esgotadas ou se será demasiado tarde quando a recuperação chegar.
É uma questão de crescimento mas também se
espanhóis e italianos vão aceitar a dureza das reformas e por outro lado se os
países dadores do norte estão dispostos a proporcionarem assistência e fazer
sacrifícios.
Em suma, o mundo está a imaginar o
impensável: ou a saída de vários países da união monetária ou possivelmente o
colapso geral da zona euro.
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Face ao
anterior, não é difícil imaginar o que irá acontecer: justamente o que for mais
favorável para a Alemanha…Entretanto, tudo isto é pressurosamente escamoteado
pela comunicação social sob controlo.
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