O novo líder da UGT afirma ser contra a política do governo,
ou melhor, contra “ a austeridade pela austeridade” – o que quer que isto
queira dizer, que é rigorosamente nada – mas também está contra a demissão do
governo. Em resumo, e mais claramente: o governo (este!) deve governar, mas
mudar de política.
Consta que os japoneses têm várias maneiras de dizer não, mas
nenhuma delas é NÃO. Assim está o novo líder da UGT, que segue aquela espécie que
infesta a comunicação social: o “vulgaris" comentador. É do género “austeridade,
mas assim, não”, como nos presenteou já o PS”.
Que belo apoio o governo adquiriu - embora de forma não
inesperada - quando nas suas próprias hostes a desagregação é evidente, e só se
mantém para levar as malfeitorias até ao fim aguardando no final a costumada
recompensa daqueles a quem verdadeiramente servem.
Ou seja, o condutor não respeita sinais, erra nos caminhos,
danifica motor e carroçaria, é nitidamente incompetente – ou trabalha por conta
das oficinas… - põe em perigo a segurança dos passageiros: que fazer? Não se
muda de condutor e vai-se dando bons conselhos para guiar, um poucochinho
melhor.
Dizer a um fanático do neoliberalismo como o sr. Vítor Gaspar
para mudar de política, ou melhor, fazer austeridade sem ser “pela austeridade”
– que raio quer isto dizer?! – é o mesmo que dizer a um heroinómano para “continuar
a consumir, mas moderadamente.”
Como é que um governo que além da troika e do capital
financeiro, não respeita nada nem ninguém, que considera a Constituição um
obstáculo ao seu objetivo de destruir completamente o país com “reformas
estruturais”, que não cumpre nenhum acordo da concertação social – mesmo com as
mistificações da UGT –– muda o que quer que seja na sua política.
Como é que um governo que mandou os portugueses emigrar, e
considera que os desempregados só o são por não terem qualificações ou não
quererem trabalhar – na voz de um secretário de Estado – deve na opinião do
líder de uma central sindical continuar até ao fim da legislatura?!
Afinal quem é que está
“amarrado a deliberações partidárias”?
Como diria, mestre Aquilino Ribeiro: “Ora abóbora, sr. Carlos
Silva!”
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