Assim, com tão competentes
gestores a negociarem contratos é o cidadão comum quem paga os desmandos das PPP, BPN, BANIF,
SWAP, etc., etc.
Dizem aquelas sumidades que no governo, como gestores públicos ou
consultores, deram origem a tanto prejuízo para o Estado e cidadãos – e lucro
para os oligopólios da construção civil ou para a especulação e fraude de certa
banca – que ninguém tinha previsto a crise, que se limitaram a seguir o que
reputados professores de economia defendiam e recomendavam, e – espante-se –
tiveram sempre em vista a defesa do interesse público!
É caso para relembrar Marx que referia a “estupidez bovina da
economia vulgar, que mistura certas espécies de lucro” (a obtida com a
mais-valia e a baseada na especulação) “com razões para os capitalistas
explorarem os trabalhadores” (em Teorias da Mais-Valia).
De facto, se lessem Marx não teriam cometido tantos erros,
mas ao menos ouvissem os que não esqueceram as suas lições, pois em 2008 quando
a seita neoliberal garantia que a crise estava ultrapassada, tinha sido um
problema dos EUA, não atingiria a Europa e Portugal estava a salvo, justamente
marxistas alertavam que a crise capitalista estava apenas no início e iria
agravar-se.
Aliás, como seria possível defender o interesse público, como
declaram, baseando-se na “ciência económica atual”, uma teoria elaborada
para defender os interesses privados, configurados nos monopólios e na
especulação, vulgo “os mercados”, que não as MPME. O resultado das suas ações
está na degradação da situação económica e social do país, quaisquer que sejam
pseudo justificações e hipotéticas recuperações.
Como disse Eça de Queiroz (não recordo onde): "um rato morto é
um rato morto, não interessa vir dizer: morreu por isto ou por aquilo, está
morto, pronto. Cheira mal!"
Tal como este governo e este sistema económico,
conduzido por “esses asnos que misturam os itens das contas com razões para
explorarem os trabalhadores”. Assim disse Marx.
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