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9 de setembro de 2013

O MAU CHEIRO DESTA POLÍTICA

Nas comissões parlamentares sobre as PPP, o BPN, ou os SWAP, tem sido recorrente os inquiridos com funções técnicas justificarem-se com as decisões políticas, e os inquiridos com funções políticas justificarem-se com os pareceres técnicos. Espantoso! Como se aqueles técnicos não fossem escolhidos pelos políticos, como se uns e outros não trocassem frequentemente de lugar, mas sempre defendendo critérios que permitiram as empresas maximizarem os seus lucros com o mínimo de risco, à conta do Estado.
Assim, com tão competentes gestores a negociarem contratos é o cidadão comum quem paga os desmandos das PPP, BPN, BANIF, SWAP, etc., etc.
Dizem aquelas sumidades que no governo, como gestores públicos ou consultores, deram origem a tanto prejuízo para o Estado e cidadãos – e lucro para os oligopólios da construção civil ou para a especulação e fraude de certa banca – que ninguém tinha previsto a crise, que se limitaram a seguir o que reputados professores de economia defendiam e recomendavam, e – espante-se – tiveram sempre em vista a defesa do interesse público!
É caso para relembrar Marx que referia a “estupidez bovina da economia vulgar, que mistura certas espécies de lucro” (a obtida com a mais-valia e a baseada na especulação) “com razões para os capitalistas explorarem os trabalhadores” (em Teorias da Mais-Valia).
De facto, se lessem Marx não teriam cometido tantos erros, mas ao menos ouvissem os que não esqueceram as suas lições, pois em 2008 quando a seita neoliberal garantia que a crise estava ultrapassada, tinha sido um problema dos EUA, não atingiria a Europa e Portugal estava a salvo, justamente marxistas alertavam que a crise capitalista estava apenas no início e iria agravar-se.
Aliás, como seria possível defender o interesse público, como declaram, baseando-se na “ciência económica atual”, uma teoria elaborada para defender os interesses privados, configurados nos monopólios e na especulação, vulgo “os mercados”, que não as MPME. O resultado das suas ações está na degradação da situação económica e social do país, quaisquer que sejam pseudo justificações e hipotéticas recuperações.
Como disse Eça de Queiroz (não recordo onde): "um rato morto é um rato morto, não interessa vir dizer: morreu por isto ou por aquilo, está morto, pronto. Cheira mal!"
Tal como este governo e este sistema económico, conduzido por “esses asnos que misturam os itens das contas com razões para explorarem os trabalhadores”. Assim disse Marx.

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