Num encontro nacional de preparação das eleições para o Parlamento Europeu realizado pelo PCP no passado dia 22 de Fevereiro, Agostinho Lopes fez uma muito interessante intervenção sobre a situação económica e social do país e sobre as inúmeras mentiras que a propósito dela têm vindo a ser ditas pelo Governo e reproduzidas pela comunicação social, sem pestenejar. Leia aqui essa intervenção.
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28 de fevereiro de 2014
19 de fevereiro de 2014
Notas sobre a Dívida Pública
Algumas notas sobre a problemática da
dívida pública_17.02.2014
Octávio Teixeira
1- Nos últimos 3 anos a dívida pública aumentou 55.000 milhões de euros,
mais 35%. Ou doutra forma, ¼ da dívida actual é da responsabilidade dos últimos
3 anos.
As previsões da troika quanto à evolução da dívida
prometiam um rácio de 115% do PIB em 2013, e o que se verificou foram cerca de 130%.
Estes factos mostram o fracasso claro da estratégia
seguida.
Por causa disso ou de qualquer outra coisa, no
relatório das 8ª e 9ª avaliações o FMI fez um exercício sobre a
sustentabilidade desta dívida.
As conclusões foram que para reduzir a dívida a 60% do
PIB daqui a 20 anos seriam necessários:
. saldos orçamentais
primários de 3% do PIB
. taxa de
crescimento real do PIB de 1,8% ao ano e o mesmo para a inflação
.emissões de dívida pública à taxa média de 3,8%.
Ora, isto não é
possível!
Porque para conseguir
aquele aumento do PIB - quase o dobro do que se verificou nos 6 anos que
antecederam a crise mundial de 2008 - seria necessário um enorme aumento das
exportações líquidas e/ou uma forte recuperação da procura interna.
Mas o crescimento da
procura interna é incompatível com a austeridade orçamental inerente a um saldo
primário de 3% durante 20 anos.
Seria então
necessária uma de duas coisas:
1ª, um aumento significativo
das exportações e que as importações não aumentassem; mas dada a estrutura
produtiva, travar as importações só é possível com recessão, o que contradiz a
hipótese de crescimento do PIB;
2ª seria pois preciso
que as importações aumentassem mas o aumento das exportações fosse de tal ordem
que compensasse o efeito do aumento das importações e da queda da procura
interna. Ora isto é impensável, exigiria um crescimento explosivo das
exportações que entraria para o Guiness.
Ou seja, não é
possível reduzir sustentadamente a dívida pública. A dívida é impagável na sua
totalidade. Não é uma questão de se querer ou não pagar: é uma impossibilidade
objectiva.
2- O Governo (mas também o PS) esconde esta realidade e diz que a dúvida
é se a partir de Maio vai aos mercados sem para-quedas ou se recorre a um
programa cautelar.
Para tentar a “saída em voo livre” vem fazendo
emissões de dívida para além das necessidades imediatas, para criar um
“pé-de-meia” que dê para 1 ou 2 anos, e que já ultrapassa os 20.000 milhões de
euros.
Isto significa um aumento evitável dos encargos com
juros superior a 1.000 milhões num ano.
Por outro lado, apesar dos mercados financeiros: (a) estarem
com um enorme excesso de liquidez que foi injectado pelos bancos centrais; (b) de
estarem conjunturalmente a tirar parte dessa liquidez dos mercados dos países
emergentes e precisarem de aplicações alternativas; (c) e de terem a garantia
do BCE de, se necessário, intervir sem limites no mercado secundário das
dívidas públicas dos países da zona Euro,
o melhor que o Governo conseguiu até agora foi uma
taxa de 5,1%. Bastante acima dos 3,8% que o FMI considera como limite para a
sustentabilidade da dívida num horizonte de 20 anos, e que aumenta
significativamente a factura dos juros já incomportável.
É possível que o Governo, por razões eleitoralistas, tente
seguir pela saída em voo livre mas agravando os problemas da dívida pública, da
sustentabilidade das finanças públicas e da austeridade.
Por outro lado, o recurso a um programa cautelar
permitiria obter financiamentos a taxas de juro mais baixas, da ordem dos 3,5 a
4%. Não é por acaso que os banqueiros o desejam. Mas implica necessariamente um
novo pacote de “condicionalidades”, um segundo programa de sequestro. Isto
significa a permanência da austeridade imposta e controlada por entidades
externas o que, como vimos nestes 3 anos, não resolve só agrava.
(Aliás, a dita saída “limpa” também mantém a
austeridade, mas sem a desculpa da imposição externa).
Ou seja, nenhuma das hipóteses é solução.
3- Assim, a renegociação da dívida é incontornável.
É indispensável para reduzir os juros que anualmente
são suportados pelas finanças públicas libertando recursos para diminuir a
austeridade e, em consequência, aumentar o PIB com mais procura interna e
aumentar as receitas fiscais que sustentem a redução do défice, e para permitir
a sustentabilidade da dívida.
A restruturação da dívida tem de incidir sobre
maturidades e taxas de juro, mas também sobre o montante da dívida.
Cingi-la às maturidades e taxas de juro alivia o
serviço da dívida no curto prazo mas aumenta-o no longo prazo. É empurrar com a
barriga.
Tem de haver, necessariamente, um incumprimento parcial
da dívida porque o montante actual é impagável.
A reestruturação tem de abranger todos os credores
incluindo as instituições da troika pois já detêm 35% da dívida. Apenas deverão
ser poupados os pequenos aforradores e os investidores públicos nacionais, como
o Fundo de Estabilização da Segurança Social.
O perdão de dívida deverá rondar os 50% para a reduzir
para próximo dos 60% do PIB que a União Europeia impõe para a considerar
sustentável.
E o aumento das maturidades não deverá ser inferior a
30 anos, pois só assim o aumento dos juros a pagar durante mais tempo será
compensado com a redução do valor actual da dívida decorrente da inflação.
Por último, a renegociação, que é urgente, deve ser
desencadeada e conduzida por Portugal por forma a defender os interesses
nacionais, e não pelos credores como sucedeu na Grécia com resultados
conhecidos.
Não é um caminho fácil, mas é condição necessária para a viabilidade
e sobrevivência do País.
O grande êxito ou o afundamento da economia ?
Portugal, 3 anos após o Pacto de Agressão
Três anos depois da assinatura do Pacto
de Agressão entre a Troika nacional (PS/PSD/CDS) e a Troika internacional
(CE/BCE/FMI), o conhecimento dos primeiros dados macroeconómicos de 2013,
referentes à evolução do PIB, do Comércio Externo, do Emprego, do Desemprego,
da Dívida Pública e do Défice Orçamental tornam possível a comparação dos
resultados obtidos, com aqueles que foram prometidos em 2011.
Vejamos, os resultados mais
significativos:
1. Disseram-nos que o PIB nestes três
anos iria caír 2,8% em termos reais e que em 2013, cresceria já 1,2%. Ora
aquilo a que assistimos foi a uma queda do PIB ininterrupta nestes três anos de
5,8%, mais do dobro do prometido, com o PIB a caír em 2013, 1,4%. O país vive
hoje o mais longo período de recessão da sua história, três anos consecutivos,
com uma quebra da riqueza produzida em termos reais de 9,4 mil milhões de
euros.
2. Disseram-nos que o Investimento
caíria 15,7% caíu 36,6%;
3. Disseram-nos que o ajustamento que
teria que ser feito no mercado de trabalho iria levar à queda de 1,9% do emprego
total, a queda no emprego foi nos últimos três anos de 10%. A destruição de
empregos foi 5 vezes superior ao previsto inicialmente, foram destruídos 464
700 empregos.
4. Disseram-nos que o desemprego em
sentido restrito, passaria de 10,8% em 2010 para 13,3% em 2013, o desemprego
subiu para 16,3% em 2013. Portugal tem hoje 876 mil desempregados em sentido
restrito, mais de 1 milhão e quatrocentos mil em sentido lato. E o desemprego
só não é maior porque muitos daqueles que perdem o seu emprego, emigram ou
desistem de procurar emprego e caem na situação de inactivos.
5. Disseram-nos que com este Programa de
Ajustamento a Divida da Administração Pública que em 2010 foi de 93% do PIB
passaria apesar de tudo para 115,3% do PIB, afinal está nos 129,4% do PIB. O
nosso país deve hoje mais 51,5 mil milhões de euros do que devia no final de
2010.
6. Disseram-nos que este Programa era a
solução para o nosso défice orçamental e que este iria ser reduzido para 3% em
2013, afinal apesar de cerca de 8 500 milhões de receitas extraordinárias provenientes da transferência dos
fundos de pensões do sector bancário, (+ 6 mil milhões de euros) das receitas
provenientes do regime excepcional de regularização tributária (+ 258 milhões
de euros), da receita extraordinária associada à venda de direitos de
utilização de licenças de 4ª geração de redes móveis (+292 milhões de euros),
da receita da concessão do serviço público aeroportuário de apoio à aviação
civil (+ mil e 200 milhões), da receita proveniente do fundo de pensões da PT
(+476 milhões de euros), da receita proveniente do fundo de pensões do BPN e do
IFAP (+145 milhões) e do recente perdão fiscal (+1279 milhões de euros), a
verdade é que mesmo assim o défice orçamental não deverá ficar abaixo dos 5% em
2013.
E por muito que se pretendam
valorizar os resultados mais recentes da evolução económica, realçando-se a
evolução positiva do PIB no último trimestre de 2013 em termos homólogos, as
evoluções positivas do PIB em cadeia desde o 2º trimestre de 2013, a evolução
do desemprego e a evolução do comércio externo, tais resultados não permitem
esquecer que tal só foi possível após onze trimestres de queda no caso do PIB,
após 18 trimestres de variação homóloga positiva no caso da taxa de desemprego
e no caso das exportações de mercadorias continuando estas a evoluir
positivamente, é no entanto clara a sua dependência de combustíveis refinados
(mais de 50% do ritmo de crescimento) e mais preocupante ainda, esse ritmo de
crescimento é cada vez menor de ano para ano (em 2011 cresceram em valor 14,4%,
em 2012 cresceram 5,7% e em 2013 4,6%).
Como temos vindo a reafirmar o que é
surpreendente não é a evolução conjunturalmente positiva destes indicadores,
mas antes como foi possível estes indicadores permanecerem com evoluções
negativas tantos trimestres sucessivos. Dificilmente esta coroa de glória da
direita e das políticas de direita em Portugal será ultrapassada nos anos mais
próximos.
O memorando de entendimento assinado
entre a troika nacional (PS/PSD/CDS) e a troika internacional (CE/BCE/FMI),
assumiu como problemas fundamentais da nossa economia, os nossos níveis de
endividamento público e de défice orçamental e impôs ao nosso país um conjunto
de medidas de política ditas de austeridade, que mais não visaram do que atacar
muitas das conquistas laborais e sociais conquistadas pelos trabalhadores e
pelo povo português com o 25 de Abril.
Nos últimos 3 anos, não apenas foi
congelado o salário mínimo nacional e foram destruídos centenas de milhares de
postos de trabalho, como se verificaram reduções nominais dos salários, pensões
e reformas, com especial incidência na Administração Pública. De acordo com o
INE os custos salariais neste período caíram 18,3% em termos reais no total da
nossa economia, sendo que na Administração Pública essa queda foi de 23,8%. Neste
mesmo período o subsídio de desemprego foi reduzido em montante e prazo de
duração, as indemnizações por despedimento foram consideravelmente reduzidas e
os despedimentos foram facilitados, as prestações sociais não contributivas
foram diminuídas, o acesso à saúde e à educação foi dificultado e a carga
fiscal aumentou de forma brutal sobre os trabalhadores e as famílias (IRS e IVA).
As políticas de austeridade
prosseguidas neste período significaram objectivamente um agravamento na
distribuição do rendimento, em benefício do capital e em prejuízo de milhões de
trabalhadores. O peso do factor trabalho é cada vez menor no rendimento
nacional.
De acordo com a revista Exame, embora
2012 tenha sido um ano negro para a esmagadora maioria dos trabalhadores
portugueses, reformados e pensionistas, as maiores fortunas do país continuaram
a crescer e mais do que duplicaram desde 1980. Os 25 mais ricos do país
possuíam em conjunto cerca de 16,7 mil milhões de euros, 10% do PIB nacional.
Vivemos hoje a maior crise económica
e social do pós 25 de Abril, empurrando para a pobreza e miséria milhares e
milhares de portugueses, forçando mensalmente mais de 10 mil portugueses a
emigrarem, procurando lá fora o emprego que aqui lhes é negado. Os níveis de
emigração superam já o período negro dos anos 60 em que milhares portugueses se
viram forçados a emigrar para fugir à guerra colonial ou para procurarem lá
fora os empregos e salários que aqui lhes eram negados.
Lamentavelmente e ao contrário de
outros indicadores económicos, a divulgação da informação estatística sobre os
níveis de pobreza tem habitualmente um desfasamento temporal de dois/três anos
o que dificulta, ou mesmo inviabiliza, a sua utilização como instrumentos de
orientação/avaliação da política social. Não é certamente por acaso que isto
acontece.
Camaradas e Amigos
Há muito que afirmamos que o
principal problema do nosso país é económico, os problemas financeiros que
enfrentamos decorrem dele. A perda de competitividade acumulada desde a adesão
ao euro, resulta da nossa estrutura produtiva ser muito mais frágil do que a dos
restantes países do euro e estar neste momento sujeita às mesmas regras e
políticas aplicadas a esses países.
Nestas condições as perdas de
competitividade sucedem-se e as dificuldades de concorrência nos mercados
externos agravam-se e a nossa balança corrente deteriora-se e consequentemente
o mesmo sucede à divida externa do país (privada e pública). Não admira pois
que o endividamento externo líquido continue a agravar-se tendo nos últimos 3
anos passado 107,2% do PIB para 117,1% em Setembro de 2013, de acordo com os
últimos dados do Banco de Portugal.
A saída da profunda crise em que o
país caíu tem de ter como base fulcral a ultrapassagem dos nossos
desequilíbrios externos, o que significa colocar o enfoque no aumento da
competitividade (para reduzir de forma sustentada o défice da balança de bens e
serviços) e na redução do serviço da dívida para melhorar a balança de
rendimentos.
Para tal é imprescindível
reestruturar a nossa dívida externa, nos seus prazos, taxas de juro e montantes
e aumentar consideravelmente os nossos níveis de competitividade externa,
através de uma desvalorização cambial só possível com a saída do euro, já que a
desvalorização interna do trabalho que este Governo tem prosseguido, conduzirá
ao empobrecimento dos trabalhadores portugueses, para níveis inimagináveis e
mesmo assim temos muitas dúvidas de que esse objectivo seja atingido dado o
peso cada vez menor dos salários nos custos de produção.
Portugal tem finalmente que apostar
no aumento da sua produção nacional, na subida dos salários e pensões, como
forma de dinamização do mercado interno, na promoção do emprego com direitos e
no combate à precariedade, na aposta na formação e qualificação dos portugueses
como factor determinante para a melhoria dos serviços prestados, numa maior
justiça fiscal, na valorização e desenvolvimento dos serviços públicos, na
recuperação por parte do Estado das alavancas fundamentais da nossa economia,
da banca, às telecomunicações, da energia, aos transportes, pela defesa de um
serviço nacional de saúde, universal e gratuito, pela defesa de uma educação
pública para todos e por uma segurança social a que todos tenham acesso.
Este será o caminho alternativo que
permitirá ao nosso país ser um país soberano e independente, justo na
distribuição da riqueza pelos portugueses onde quer que eles se encontrem no
país e em que as suas maiores riquezas, os seus recursos humanos e naturais,
estejam ao serviço de todos os portugueses.
É por este país que lutamos e
lutaremos!
Encontro de deputados do PCP à AR e
ao PE
Seixal, 17 de Fevereiro de 2014
17 de fevereiro de 2014
OPOSIÇÕES “made in USA”
Tal como na Líbia, Síria, Ucrânia, tal como está a
ser na Bósnia etc., a oposição financiada pelos EUA passou ao ataque violento na
Venezuela. Governos eleitos democraticamente passam a ser alvo de ataques por bandos
armados, elementos anto-sociais, mesmo terroristas. O feudalismo, o racismo, a
opressão religiosa, o fascismo têm servido perfeitamente a “economia de
mercado” e a obsessão imperialista de controlar o mundo. (1)
Na Venezuela a tentativa de golpe de Estado
prossegue (2) bandos de arruaceiros de movimentos fascistas provocaram 3
mortos, 66 feridos e numerosos danos materiais.
Aparecem agora também grupos esquerdistas armados
reclamando a erradicação do capitalismo pela extinção pela força dos
capitalistas. Concentram-se perto da fronteira colombiana. Estão a ser usados
pela CIA, a Mossad e os paramilitares colombianos, empregando um discurso
ultraesquerdista destinado a criar confusão e divisões na Venezuela, sobretudo
entre os pequenos agricultores.
(http://fuerzasbolivarianasdeliberacion.blogspot.be/2013/06/percy-alvarado-contra-replica-las.html )
O lema fascista/neonazi “Pátria, honra e família”, está a ser
usado na América Latina (mas também na Europa)
Na Venezuela, o fascista mascarado de social-democrata, (atenção
ao que se passa em Portugal…) Capriles, depois das sucessivas derrotas sofridas
dá lugar a Leopoldo Lopez, claramente identificado como fascista, que organiza
a subversão mesmo que seja preciso matar e ferir grande número de pessoas e
destruir património público.
Que uma ínfima minoria siga Lopez não importa ao
império. O que é necessário é criar o caos para justificar intervenção armada.
Contudo o governo Venezuelano emitiu uma ordem de captura contra Leopold Lopez.
Face a isto o processo de diabolização do povo
venezuelano (à semelhança do cubano) está em curso pelas centrais de
(des)informação, nas mãos de governos reacionários ou da oligarquia.
A comunicação social controlada criticou o que se
passa? Não, considerou que era o povo em revolta contra a “miséria, a fome, a
insegurança”, caso da SIC, quando
se sabe que o governo bolivariano tem sido – ao contrário do que se passa nos
países capitalistas - dos que mais tem feito pelo aumento do nível de vida e da
cultura do povo!
Que tristeza ver como o jornalismo mercenário ocupa
o lugar que seria a liberdade de expressão. Um jornalismo que já não existe,
substituído por precários obrigados sob pena de despedimento a repetirem as
mentiras das centrais de informação.
Que vergonha
a informação a dada acerca da Venezuela, da Síria, da Ucrânia, etc. É a própria
democracia que está em causa. O PS alinha nisto tudo. Uma tristeza…
West
Manufactures ‘Opposition - By Andre Vltchek
Venezuela : la tentative de coup d’état se poursuit
- Anne WOLFF
14 de fevereiro de 2014
Uma queda do PIB - 40% superior à previsão do O. E. para 2013
Nota sobre a estimativa rápida do PIB
do 4º trimestre e do ano de 2013
1. Estas
estimativas rápidas do 4º trimestre de 2013 eram aguardadas com grande
expectativa por parte do Governo e da sua base de apoio a direita PSD/CDS.
Pretende o Governo e a direita continuar o foguetório de que o pior já passou e
de que a nossa economia já está a crescer.
2. O
INE acabou de divulgar as estimativas rápidas do 4º trimestre de 2013 das
contas Nacionais. De acordo com o INE, o PIB no 4º trimestre de 2013 cresceu 1,6%
comparativamente com o 4º trimestre de 2012 e 0,5% comparativamente com o 3º
trimestre de 2013. O que é que estes resultados significam?
3. Significam
que ao fim de 11 trimestres consecutivos de variações homólogas negativas finalmente
a nossa economia regista uma variação positiva no seu PIB, o que não deixará de
ser assinalado pela direita com toda a pompa e circunstância.
4. Com
estes resultados fica claro que ao longo de 2013 o ritmo de recessão foi
abrandando o que é bem visível nas variações em cadeia positivas.
5.
Da
nossa parte teremos de assinalar o nº impressionante de trimestres com
variações homólogas negativas (11), situação nunca antes registada e que
naturalmente depois de trimestres sucessivos em queda, haveria de chegar o
trimestre em que batendo no fundo não se poderia caír mais. O que é
impressionante não é registar-se uma variação positiva do PIB ao fim de 11
trimestres consecutivos de queda, mas antes ser possível conduzir o PIB a
quedas sucessivas e ininterruptas durante 11 trimestres. Esta será uma coroa de
glória da direita portuguesa difícil de ser superada nos próximos tempos.
6.
Teremos
de assinalar que estes dados confirmam que 2013 foi mais um ano de recessão,
com uma queda do PIB de 1,4%. Desta forma pela 1ª vez na nossa história o nosso
país permanece em recessão durante 3 anos, acumulando uma queda do PIB neste período
de 5,8% (o PIB caiu 1,3% em 2011, 3,2% em 2012 e agora em 2013 1,4%), que
corresponde a uma destruição de riqueza produzida equivalente a 9 440 milhões
de euros, a uma destruição de 323 500 empregos, a uma subida da taxa de
desemprego real para cerca de 24%, com cerca de 1 milhão e quatrocentos mil
desempregados e, que levou a uma emigração forçada de mais de 200 mil
portugueses.
7. Por
fim apesar de todo o foguetório a verdade é que a queda do PIB é 40% superior à
previsão avançada pelo Governo, quando da discussão do Orçamento de Estado para
2013.
14 de Fevereiro de 2014
José
Alberto Lourenço (CAE
8 de fevereiro de 2014
Relatório da ONU sobre abusos sexuais de padres
Um Relatório
da ONU, emitido pela Comissão para os Direitos das Crianças, pede ações
imediatas do Vaticano contra os abusos sexuais sobre crianças. Considera que as
políticas adotadas pelo Vaticano permitiram que padres abusassem sexualmente de
milhares de crianças e ajudaram a esconder abusos largamente difundidos.
É pedido que
todos os clérigos conhecidos ou suspeitos de abusos sobre crianças sejam
imediatamente entregues às autoridades civis.
O relatório,
considerado devastador, considera que as políticas e práticas do Vaticano
conduziram à continuação dos abusos e impunidade dos perpetradores.
São também
criticadas as políticas do Vaticano relativamente à homossexualidade, aborto e
contraceção.
“Devido
a um código de silêncio imposto a todos os membros do clero sob pena de
excomunhão, casos de abusos sexuais sobre
crianças dificilmente são relatados às autoridades nos países em que foram
cometidos” – acrescenta o Relatório.
O
Vaticano é também acusado de não tomar medidas para prevenir caos como o
escândalo das lavandarias de Madalena na
Irlanda em que raparigas eram mantidas em condições de trabalho forçado por
freiras que incluíam “tratamento cruel e degradante” e “abusos físicos e
sexuais”.
Em
resposta ao relatório o Vaticano afirma estar decidido a proteger as crianças
de abusos sexuais. Neste sentido o Papa criou uma comissão em dezembro último
para lidar com estes casos.
Contudo
a ONU afirma que nos arquivos do Vaticano existem dezenas de milhares de casos
de crianças que devem ser entregues às autoridades, para que os culpados possam
ser responsabilizados.Ver:
Vatican policies 'allowed priests to rape children' –
UN
VATICAN CITY February 5,
2014 (AP) By NICOLE WINFIELD Associated Press
Nota – O voto de castidade do clero secular (padres) só se tornou obrigatório
já no final século XI com o papa Gregório VII. O papa declarou inválidos
sacramentos por padres casados e excitou tumultos contra padres casados. No
fundo da questão estava a herança de bens do clero que deixavam de reverter para
a Igreja, mas para os filhos do padre.
5 de fevereiro de 2014
Desemprego- que dados positivos?
Nota sobre as Estatísticas do Emprego no 4º trimestre de 2013 e do ano de 2013
1.
Os resultados do Inquérito ao Emprego do 4º
trimestre de 2013 hoje divulgados pelo INE, permitem analisar a evolução do
emprego e desemprego no 4º trimestre de 2013, bem como analisar a sua evolução
anual em 2013 comparativamente com 2012.
2.
De acordo com estes resultados pode afirmar-se
por um lado que a taxa de desemprego baixou do 3º para o 4º trimestre de 2013
de 15,6% para 15,3%, como também se pode dizer que a taxa de desemprego subiu
de 15,7% em 2012, para 16,3% em 2013. Qualquer das taxas de desemprego está
correcta, só que uma se refere à taxa de desemprego no último trimestre de 2013
e a outra se refere à taxa de desemprego anual.
3.
Embora não ignoremos o valor da taxa de
desemprego e a evolução do emprego no último trimestre de 2013 e o facto de elas
reflectirem uma tendência clara de queda da taxa de desemprego ao longo dos
quatro trimestres deste ano (vale a pena relembrar que a taxa de desemprego
após ter subido no 1º trimestre de 2013 para 17,7%, desceu no 2º trimestre para
16,4%, no 3º trimestre para 15,6% e agora no 4º trimestre fixou-se nos 15,3%),
vamos neste análise fixarmo-nos na evolução da taxa de desemprego e do emprego
em termos anuais, a qual permite resolver os problemas de sazonalidade sempre
presentes nas comparações entre os vários trimestres.
4.
Apesar de mais de 100 mil portugueses terem sido
forçados a emigrar em 2013 procurando lá fora o emprego que aqui lhes é negado,
apesar deste Governo ter artificialmente reduzido o nº de desempregados através
da ocupação de 143 853 desempregados inscritos nos Centros de Emprego em falsos
programas de formação e emprego (quase o dobro do ano anterior e 3,5 vezes mais
do que em 2011), os dados hoje divulgados pelo INE mostram que mesmo assim a
taxa de desemprego em sentido restrito subiu de 15,7% em 2012 para 16,3% em
2013. Estes mesmos dados apontam para uma taxa de desemprego real em 2013 de
24,2% e cerca de 1 milhão e quatrocentos mil portugueses efectivamente
desempregados, valores que incluem 278 600 portugueses considerados inactivos
mas disponíveis para trabalhar e 263 200 trabalhadores em situação de
subemprego visível.
5.
Estes dados mostram também em termos anuais que
em 2013 foram destruídos 121 200 empregos, em especial na Agricultura e na
Industria Transformadora, que o desemprego jovem se mantem nos 37,7% e que os
desempregados de longa duração (desemprego superior a um ano) representam já em
2013 62,1% do total dos desempregados, quando em 2012 representavam 54,2%. Há
um número muito considerável e cada vez maior de desempregados que ao
permanecer nesta situação durante largos e largos meses, terá cada vez mais
dificuldades em regressar ao mercado de trabalho e por isso mesmo engrossa cade
vez mais o nº dos chamados inactivos disponíveis para trabalhar mas que
desistiram de o fazer.
6.
Os dados das Estatísticas do Emprego agora
divulgados revelam uma situação a todos os títulos anómala e que é bem
demonstrativa da situação degradante em que se encontra a nossa economia e o
nosso país, já que a redução do número de desempregados em Portugal não tem
correspondência na criação de empregos e não é consequência do crescimento
económico da nossa economia, que não se verifica já que continuamos em recessão.
Aquilo a que assistimos hoje é ao abandono do mercado de trabalho, por
desistência de milhares e milhares de trabalhadores que caíram no desemprego, é
à saída maciça de centenas de milhares de portugueses, em especial jovens, que
procuram no estrangeiro resposta para as suas necessidades de emprego e é à ocultação
de perto de cento e cinquenta mil desempregados, através de programas de
emprego e formação por parte do IEFP, que fazem reduzir artificialmente a taxa
de desemprego e que custaram ao Estado, só em 2013 e até Novembro, 423 milhões
de euros.
5 de Fevereiro de 2014
José
Alberto Lourenço (CAE
1 de fevereiro de 2014
UCRÂNIA - A mentira por omissão. (1)
A grande maioria dos
ucranianos não quer esta espécie de guerra civil instalada.
Desde o fim da URSS a
Ucrânia passou de 51,4 a 45 milhões de habitantes. Emigração, baixa natalidade,
aumento da mortalidade por desmantelamento dos serviços de saúde. Pobreza,
subalimentação são hoje uma realidade. O salário médio é cerca de 325 dólares mensais.
Estes problemas agravaram-se
com o conflito gerado à volta da assinatura de um tratado de livre comércio com
a UE e aplicação de medidas propostas pelo FMI, cujas consequências seriam
desastrosas para a indústria da Ucrânia (sobretudo no leste) obrigadas a fechar
ou serem reestruturadas-desmanteladas pelas multinacionais.
Além da importação massiva
de produtos ocidentais, as exportações iriam encontrar enormes obstáculos
devido à imposição de normas da UE.
Existe também a questão da base russa de
Sebastopol que a Rússia não permitiria que aí fosse instalada uma base da NATO.
A imprensa europeia usa um maniqueísmo parcial
ignorando a realidade do país. Os jornalistas ocidentais entrevistam os que
dizem o que os governos ocidentais querem ouvir. É a mentira por omissão. Oculta-se
o fenómeno neofascista e neonazi do partido “Svoboda”, oriundo da região onde
se manifestou o colaboracionismo com os nazis e mesmo participando nas SS, a Galícia,
junto à Polónia.
O jornalismo
ocidental esconde a violência neonazi, as agressões antissemitas, os ataques a
administrações regionais, faz passar esta gente por democratas e nacionalistas.
O partido Oudar, que se qualifica democrático e das reformas, abertamente apoiado
pela Alemanha, é dirigido por um antigo boxeur, e os seus quadros receberam
formação na fundação Adenauer.
As verdadeiras
reformas são um radical e desumano programa neoliberal de verdadeiro terrorismo
social foram divulgadas na WikiLeaks a partir duma conversa entre o embaixador
dos EUA e um elemento do Oudar (antigo ministro das finanças).
O PC
ucraniano faz apelos à razão e recolheu mais de 3 milhões de assinaturas para a
realização de um referendo para decidir se a Ucrânia devia realizar um tratado
com a UE ou uma união aduaneira com a Rússia.
Presentemente é a Alemanha apoiada por políticos
dos EUA que conduz o processo de conspiração anti Ucrânia, com o objetivo
traçado pelos EUA nos anos 90 para fazer cair o país no campo da NATO.
A
irresponsável conspiração em curso pode levar ao desmembramento da Ucrânia. Por
exemplo o parlamento da Crimeia já decidiu que não permanecerá numa Ucrânia
fascista e a sua população manifestou maioritariamente o desejo de se integrar
na Rússia.
1 - Ukraine : « La très grande majorité des
Ukrainiens ne veut pas de cette nouvelle guerre civile »Jean-Marie Chauvier (jornalista e ensaísta belga)
http://www.legrandsoir.info/ukraine-la-tres-grande-majorite-des-ukrainiens-ne-veut-pas-de-cette-nouvelle-guerre-civile.html
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