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14 de fevereiro de 2014

Uma queda do PIB - 40% superior à previsão do O. E. para 2013


Nota sobre a estimativa rápida do PIB do 4º trimestre e do ano de 2013
1.     Estas estimativas rápidas do 4º trimestre de 2013 eram aguardadas com grande expectativa por parte do Governo e da sua base de apoio a direita PSD/CDS. Pretende o Governo e a direita continuar o foguetório de que o pior já passou e de que a nossa economia já está a crescer.
2.     O INE acabou de divulgar as estimativas rápidas do 4º trimestre de 2013 das contas Nacionais. De acordo com o INE, o PIB no 4º trimestre de 2013 cresceu 1,6% comparativamente com o 4º trimestre de 2012 e 0,5% comparativamente com o 3º trimestre de 2013. O que é que estes resultados significam?
3.     Significam que ao fim de 11 trimestres consecutivos de variações homólogas negativas finalmente a nossa economia regista uma variação positiva no seu PIB, o que não deixará de ser assinalado pela direita com toda a pompa e circunstância.
4.     Com estes resultados fica claro que ao longo de 2013 o ritmo de recessão foi abrandando o que é bem visível nas variações em cadeia positivas.
5.     Da nossa parte teremos de assinalar o nº impressionante de trimestres com variações homólogas negativas (11), situação nunca antes registada e que naturalmente depois de trimestres sucessivos em queda, haveria de chegar o trimestre em que batendo no fundo não se poderia caír mais. O que é impressionante não é registar-se uma variação positiva do PIB ao fim de 11 trimestres consecutivos de queda, mas antes ser possível conduzir o PIB a quedas sucessivas e ininterruptas durante 11 trimestres. Esta será uma coroa de glória da direita portuguesa difícil de ser superada nos próximos tempos.  
6.     Teremos de assinalar que estes dados confirmam que 2013 foi mais um ano de recessão, com uma queda do PIB de 1,4%. Desta forma pela 1ª vez na nossa história o nosso país permanece em recessão durante 3 anos, acumulando uma queda do PIB neste período de 5,8% (o PIB caiu 1,3% em 2011, 3,2% em 2012 e agora em 2013 1,4%), que corresponde a uma destruição de riqueza produzida equivalente a 9 440 milhões de euros, a uma destruição de 323 500 empregos, a uma subida da taxa de desemprego real para cerca de 24%, com cerca de 1 milhão e quatrocentos mil desempregados e, que levou a uma emigração forçada de mais de 200 mil portugueses.
7.     Por fim apesar de todo o foguetório a verdade é que a queda do PIB é 40% superior à previsão avançada pelo Governo, quando da discussão do Orçamento de Estado para 2013.
14 de Fevereiro de 2014
José Alberto Lourenço (CAE

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