Linha de separação


16 de junho de 2014

A EUROPA ATRELADA AO CARRO DE GUERRA DOS EUA

A Rússia é para já o inimigo a abater. A China será o alvo a seguir. Lançando o caos onde quer que intervenham os EUA prosseguem a escalada militarista. Para manter o domínio mundial dispõem de mais de um milhar de bases e instalações militares no estrangeiro, sete esquadras navais, 13 porta-aviões, CIA e ONG como armas de conspiração, etc. A dívida atinge 17,4 milhões de milhões de dólares, as máquinas do FED não cessam de imprimir notas verdes, no último ano apesar dos cortes sociais, de Estados e grandes cidades estarem em bancarrota, a dívida aumentou mais de 700 mil milhões de dólares (no ano anterior 1 milhão de milhões).
Só para a constituição dos grupos neonazis na Ucrânia foram gastos 5 mil milhões de dólares.
Com estas políticas agressivas o mundo está ameaçado de guerras que não podemos imaginar como decorrerão nem quais as consequências globais. Eis os resultados das políticas de traição de Gorbatchov, Chevarnaze e do inqualificável Ieltsin.
A Rússia entretanto define estratégias e procura subtrair-se às ameaças. Recentemente, foi concluído um tratado com a Republica Popular da Coreia em que parte da dívida contraída com a URSS (10 mil milhões de dólares) foi perdoada. O remanescente (1 000 milhões) será investido em rede ferroviária, e infraestruturas para exportação de gás e eletricidade até à Coreia do Sul, além de tratados comerciais diversos.
A “guerra ao terror” dos EUA leva a uma degradação da vida individual e coletiva afirma Chris Floyd (1). “O sistema está a produzir exatamente aquilo que é o seu propósito: morte, desespero e crescentes lucros a baterem records.”
John W. Whitehead  (2) pergunta-se: por que devemos acreditar num governo que mata, tortura, mente, espia, engana e trata os seus próprios cidadãos como criminosos.? Por que razão acreditar num governo cujas políticas internas são ditadas mais pela paranoia que pela necessidade?
Paul Craig Roberts, considera que os EUA vêm os compromissos da Rússia para com a Europa como uma ameaça e trabalham para impedir que produtos energéticos russos fluam para a Europa. Os vassalos europeus dos EUA devem tomar nota: Washington está preparada para destruir a economia europeia para marcar pontos sobra a Rússia.
PCR acrescenta: “O secretário adjunto da Defesa para as Segurança Internacional disse-me há anos que Washington comprava políticos europeus com sacos cheios de dinheiro.” “Resta saber se os “líderes” europeus estão dispostos a sacrificar os seus povos e as suas próprias reputações para serem cúmplices da guerra que Washington está a planear para a Rússia, uma guerra que pode terminar com o fim da vida na Terra” (3)
Note-se que PCR colocou a palavra “líderes” entre aspas…

6 comentários:

Anónimo disse...

A história sobre quem foram os traidores da ex-URSS ainda está por fazer.
Mas será feita, não por si ou por mim, tão pouco por historiadores que se prestam à falsificação e deturpação.
Só tenho uma convicção : o regime da URSS nada tinha a ver com socialismo e Gorbatchev ficou entalado nos seus erros e entre a brigada do reumático saudosista da era brejneviana e os legionários que comunistas igualmente nunca foram, acantonados em torno de Ieltsin.
Sugiro-lhe a leitura do livro "A NOVA CLASSE" do jugoslavo Milovan Djilas, que, lido hoje, 59 anos depois de ser escrito, revela com lucidez o embuste que resultou da obra teórica de Marx.
Talvez perceba o que transformou uma ideologia humanista num monstro indevidamente baptizado por marxismo-leninismo, vulgata de estalinismo.

Fernando Oliveira
marxista, ex-militante e dirigente do PCP

Guilherme da Fonseca-Statter disse...

Eu só me pergunto que é que a obra teórica de Karl Marx - 95% ou mais sobre o Capitalismo e uma boa parte do resto «sarcasmo sobre as futilidades do socialismo utópico e de uma pseudo social-democracia então emergente» - tem a ver com o embuste de que fala Fernando Oliveira. Convinha esclarecer se aquele «embuste que resultou da obra teórica» significa algo do tipo «efeito que vem daquela causa».

Anónimo disse...

Com todo o respeito, peço-lhe :

Largue a sua linguagem e formulações rebuscadas e elitistas e fale e escreva de forma clara, entendível para todos, que não se preste a equívocos e interpretações dúbias.
Tenha presente, nessa matéria, as lições simples de George Politzer que, na sua obra Princípios Fundamentais da Filosofia, com uma linguagem clara e fácil, desmontou a mistificação de filósofos e ideólogos que se escondiam atrás de uma escrita hermética e ininteligível.
E não seja tão simplista e redutor a analisar a obra de Marx e o seu legado principal : o materialismo dialético e as suas 3 leis, que outros andaram dezenas de anos dizendo que não eram aplicáveis à teoria e prática dos PCs de todo o mundo, sobretudo aos que estavam no poder.
Por isso lhe sugeri a leitura do livro de Milovan Djilas.

Fernando Oliveira

Guilherme da Fonseca-Statter disse...

Não sei se o comentário anterior me é dirigido. Em todo o caso quero esclarecer que a minha militância é simples: «tentar entender o funcionamento do sistema capitalista utilizando para o efeito as ferramentas analíticas desenvolvidas por Karl Marx».
Não tive nunca a pretensão de me dedicar - até por falta de tempo - ao estudo das investigações marxianas sobre todos os outros temas a que Marx e Engels também dedicaram estudo e atenção.
Nesse sentido não tenho qualquer pretensão a ser «grande especialista em Marxismo»...
Nesse contexto - e porque Karl Marx escreveu fundamentalmente sobre o Capitalismo - levantei a questão da saber se o «embuste da URSS» deriva (é consequência), ainda que remotamente, da obra teórica de Karl Marx.
Ponho-me essa questão apenas porque tal tem sido um argumento de muitos ideólogos de Direita.
Creio que é claro, simples e inteligível.

Anónimo disse...

Indo ao essencial, apenas digo o seguinte :
Na minha opinião,

1 - Gorbatchev não foi um traidor mas um traído, emboscado, tornado refém pelos neo-estalinistas e pelos legionários que se foram acolitando no PCUS, há muito um partido MORTO, um partido dos chefes de uma nova CLASSE dominante que se apropriou e comportou como dona da propriedade do Estado.

2 - O embuste do "socialismo real" resultou fundamentalmente de deturpações e falsificações do marxismo, baptizadas de "marxismo-leninismo", levadas a cabo durante décadas, de que destaco uma pretensa imunidade da teoria e prática dos PCs, designadamente os que estiveram no poder, às leis do materialismo dialético, negando a dinâmica dialética e transformando a produção ideológica "marxista-leninista" em dogmas e axiomas dignos de uma qualquer religião.

Fernando Oliveira

P.S. - Estou a começar a ler o seu livro "OS ERROS DE MARX E AS ASNEIRAS DOS OUTROS" que há um mês descobri na Feira de Livro.
Quando escrevi aqui o 1º comentário, não tinha reparado nos co-autores deste blogue.
Só agora me apercebi com quem estava a debater.

Anónimo disse...


Meu caro Guilherme Fonseca-Statter,

Permita-me que o trate assim.

Acabei de ler o seu livro e quero felicitá-lo pelo gosto e prazer que me deu lê-lo.
No essencial estou de acordo com a sua visão e abordagem.
Sobre os efectivos poucos erros de Marx, acho que poderia, a final, simplificar a conclusão na sua linguagem directa com um simples : o homem sistematizou um método de análise com um alcance extraordinário, mas não era BRUXO.
Era impossível, há 150 anos atrás, prever toda a capacidade de adaptação patenteada pelo sistema capitalista e pelo imperialismo mundial e, muito menos, uma realidade que nunca conheceu - o "socialismo real" e o seu desmoronamento e implosão.
Gostava muito de ler um escrito seu sobre estas duas realidades que Marx não conheceu, nem podia prever. E que esse seu novo livro tivesse um capítulo sobre a revolução portuguesa de Abril de 74, as suas fases, as vitórias e as derrotas da esquerda, a sua incapacidade de gerar uma plataforma que se apresente aos Portugueses apta a governar diferente e melhor (porque deixou de haver referências sobre o que é governar à esquerda, os porquês de o poder, 40 anos depois, estar nas mãos dos filhos, netos e bisnetos da corte de Salazar.
Dê novos contributos para preencher o gritante vazio de produção ideológica à esquerda, em Portugal e no Mundo.
Ainda uma palavra final sobre Gorbachev - eu vivi em Moscovo durante 7 meses, observei de perto a sociedade soviética, tive o privilégio de contactar com todas as realidades essenciais, inclusive a próxima do poder, pedi para assistir a uma reunião de um Comité do PCUS, participei numa reunião com a Administração de uma grande empresa e tirei conclusões que discuti com responsáveis políticos de lá e de cá.
E digo-lhe : Gorbachev e a Perestroika eram o dirigente e o programa revolucionário (e não reformista !) que a URSS precisava.
E não foi ele o traidor !
Tal como o não foi Dubcek !
O problema estava na NOVA CLASSE possidente e corrupta.

Fernando Oliveira