O
PS e o alter-ego sindical da troika interna a UGT têm estado ao serviço do
grande capital à espera de migalhas na fantasmagoria da conciliação de classes,
na bondade dos bons sentimentos dos oligarcas.
A
troika interna aclamando a “economia de mercado” serviu de máscara à vitória
dos monopólios e da especulação. O que as camadas não monopolistas obtiveram foi
a falência das suas poupanças; corte nos seus rendimentos para beneficiar o
grande capital das SPGS; MPME falidas; hipotecas a serem acionadas sobre o que
pensavam ser seu. E tudo isto em nome da defesa da propriedade e do mercado!
A.
Costa fala em “romper com a visão a curto prazo, reunir vontades, construir
compromissos, mobilizar energias em torno de uma nova agenda mobilizadora”. Tudo
espremido resume-se a “fomentando o empreendedorismo, a inovação, fortalecendo
as empresas e apoiar a sua internacionalização”. Eis um conjunto de frases
destituídas de conteúdos concretos que o PSD e o CDS nunca se cansaram de
repetir.
Com
o poder económico e financeiro entregue nas mãos da oligarquia as críticas do
PS ao governo PSD-CDS, são tanto mais veementes quanto mais inúteis de facto,
pois recusam o papel interventivo das massas populares. O PS protesta “mas nos
limites da razão pura” (Marx, A Luta de
Classes em França) com medo de surgir como fator de instabilidade dos
interesses oligárquicos, hostilizando as forças de esquerda em tudo o que ponha
em causa os ditames da UE e imperialistas. A veemência das palavras cresce à
medida que se tornam inúteis. Baixa de tom ou cala-se sempre que seria
necessário juntar-se às forças populares em ações concretas.
J.
Seguro queria estabelecer consensos com o PSD; A. Costa quer que o PSD faça
consensos com o PS. Francisco Assis, dizia que “temos de aceitar a austeridade
que nos estava (!?) a ser imposta”, recentemente defendeu a coligação
governativa com o PSD. Dizia Ana Gomes (a das armas de destruição maciça no
Iraque…): “o bloco central (governo PS-PSD) pode ser necessário. Não o
descarto.” Como dizem que o PS está unido a unidade deve ser isto, mais as
“mudanças” na UE.
O
PS pode ter as ilusões e sonhos europeus que quiser, mas que fazer deste país? Nada
indica que a Alemanha esteja disposta a alterar algo além de cosmética, mas até
agora nem isso. Muito pelo contrário, quer o reforço destas políticas e um
“ministro das finanças da UE” ao serviço dos seus exclusivos interesses. Aliás,
a Comissão Europeia é constituída por gente devotada à ortodoxia
neoliberal e à hegemonia alemã. Portanto a questão que se coloca é: se as suas
quimeras europeístas não se concretizarem qual o plano B que o PS propõe para
defender os interesses nacionais? Não existe, tal como o PSD-CDS não o têm. É,
como se vê, a troika interna em ação…
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