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5 de maio de 2015

Ignorância + Maldade = Direita Neofascista

Paulo Portas – (jornal I (02/05) - Deixem de meter na economia a política e a ideologia
Joren Dijsselbloem (presidente do Eurogrupo) – (idem) – Referindo-se á “ameaça” (sic) do governo grego fazer um referendo caso as suas cedências não sejam aceites pelos credores: o país (Grécia) não tem tempo nem dinheiro para o fazer.
A frase do vice primeiro-ministro português revela ignorância e maldade.
Ignorância, visto que pretende reduzir a economia a contabilidade, segue aliás o que o sr. Medina Carreira (como outros comentadores e propagandistas do sistema) anda há anos a perorar. É a mentira do Estado ser gerido como uma "boa dona de casa" (tese também do salazarismo).
A contabilidade é uma técnica de cálculo e registo para ter contas monetárias certas, para isso só precisa de aritmética e regras adequadas. Como foi criado e a quem pertence cada número, cada entrada do mapa contabilístico não tem nada que ver com contabilidade.
Numa empresa é do foro da gestão, num Estado da economia política, isto é, da política e da ideologia. Ou seja, que escolhas políticas, económicas e sociais foram feitas. A direita pretende que “as escolhas passem por económicas na realidade são políticas e ideológicas” (Jacques Sapir).
Um vice primeiro-ministro que não sabe ou exibe ignorância sobre esta matéria, na realidade promove a ignorância dos cidadãos e oculta escolhas feitas em benefício dos inconfessáveis interesses de uma minoria. Seria estupidez os cidadãos mantê-lo no cargo.
A maldade revela-se em que perante as dificuldades, o sofrimento, os dramas individuais e coletivos,  se promove insistentemente a chantagem das inevitabilidades e das ameaças contra tudo o que pretenda combater a acrescida exploração dos povos por aquelas minorias. Em suma, é o neofascismo.
Quanto ao sr. Joren Dijsselbloem, não pode ser referida ignorância, apenas maldade. Desprezo, pelos interesses e sofrimento de um povo e de um país maravilhosos, tão traído na sua história moderna. Revela não apenas falta de respeito pela vontade popular, mas ódio à democracia.
Eis dois exemplos da “democracia liberal” da UE, que a direita e o PS dizem defender. Dois exemplos daquilo que se pode esperar desta UE, desta direita e das conivências de partidos como o PS.
O neofascismo não tem precisado de prisões políticas como as do passado. Têm bastado a chantagem, as ameaças, as medidas antiterroristas e as leis de exceção de “segurança nacional”. Neste sentido os EUA dão o (mau) exemplo. Como afirma Paul Craig Roberts, (entre outros) os "EUA são hoje um Estado policial”.

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