Joren Dijsselbloem (presidente do Eurogrupo) – (idem) – Referindo-se á “ameaça” (sic) do governo grego fazer um referendo caso as suas cedências não sejam aceites pelos credores: o país (Grécia) não tem tempo nem dinheiro para o fazer.
A
frase do vice primeiro-ministro português revela ignorância e maldade.
Ignorância,
visto que pretende reduzir a economia a contabilidade, segue aliás o que o
sr. Medina Carreira (como outros comentadores e propagandistas do sistema) anda há anos a
perorar. É a mentira do Estado ser gerido como uma "boa dona de casa" (tese também do salazarismo).
A contabilidade é uma técnica de cálculo e registo para ter contas
monetárias certas, para isso só precisa de aritmética e regras adequadas. Como foi
criado e a quem pertence cada número, cada entrada do mapa contabilístico não
tem nada que ver com contabilidade.
Numa
empresa é do foro da gestão, num Estado da economia política, isto é, da
política e da ideologia. Ou seja, que escolhas políticas, económicas e sociais
foram feitas. A direita pretende que “as escolhas passem por económicas na
realidade são políticas e ideológicas” (Jacques Sapir).
Um
vice primeiro-ministro que não sabe ou exibe ignorância sobre esta matéria, na
realidade promove a ignorância dos cidadãos e oculta escolhas feitas em
benefício dos inconfessáveis interesses de uma minoria. Seria estupidez os cidadãos mantê-lo
no cargo.
A
maldade revela-se em que perante as dificuldades, o sofrimento, os dramas individuais
e coletivos, se promove insistentemente a
chantagem das inevitabilidades e das ameaças contra tudo o que pretenda
combater a acrescida exploração dos povos por aquelas minorias. Em suma, é o neofascismo.
Quanto
ao sr. Joren Dijsselbloem, não pode ser referida ignorância, apenas maldade.
Desprezo, pelos interesses e sofrimento de um povo e de um país maravilhosos, tão
traído na sua história moderna. Revela não apenas falta de respeito pela
vontade popular, mas ódio à democracia.
Eis
dois exemplos da “democracia liberal” da UE, que a direita e o PS dizem
defender. Dois exemplos daquilo que se pode esperar desta UE, desta direita e
das conivências de partidos como o PS.
O
neofascismo não tem precisado de prisões políticas como as do passado. Têm
bastado a chantagem, as ameaças, as medidas antiterroristas e as leis de
exceção de “segurança nacional”. Neste sentido os EUA dão o (mau) exemplo. Como
afirma Paul Craig Roberts, (entre outros) os "EUA são hoje um Estado policial”.
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