A Europa está de luto, Berlim domina-a de novo, mas como
sempre para a destruir. A História repete-se primeiro como tragédia depois como
farsa, assim disse Marx. A Europa liberta da tragédia nazi-fascista, vive hoje
a farsa da UE. A farsa da democracia. Para quê votar? A farsa das “reformas”, a
farsa da austeridade, como os tributos aplicados a povos vencidos. A farsa dos
acordos que são imposições de rendição incondicional. A farsa de tratados
impossíveis de cumprir para colocar os povos com estatuto de colónia.
A farsa da Finlândia a fazer o papel agressivo da Alemanha,
à semelhança de 1940 ao atacar a URSS como teste para a futura operação
“Barbarossa”. A farsa das promessas da social-democracia que sem corar repete
que o Syriza é um partido radical, de extrema-esquerda.
Não, agora não é necessário enviar exércitos, a dívida faz o
mesmo serviço e sai mais barato. Disse Himler que se 10 000 mulheres russas
morriam de exaustão ao cavar uma trincheira antitanque só o preocupava se essa
trincheira era favor ou contra a Alemanha. O sr. Shauble e o s-d número dois do
governo alemão não falam muito diferente. Que importa que milhares de gregos se
suicidem, morram precocemente por falta de cuidados médicos, que crianças
passem fome, que não possam desenvolver-se e estudar convenientemente, que
jovens emigrem, que se trabalhe por salários de miséria, que em
2013 a pobreza ou exclusão social atingisse já 35,7% da população…se isso for
do interesse da finança alemã.
E quanto ao Syriza? Podemos perguntar: por que aconteceu
assim? Mas a pergunta está errada. A questão é: como poderia não ter
acontecido? O Syriza escolheu comportamentos, escolheu a defesa do euro,
escolheu portanto as respetivas consequências. Não há que admirar. O Syriza
começou a trair-se a si próprio logo em janeiro. Para perceber como age a UE e
as suas “instituições” recordem-se os bons filmes sobre a máfia. E não é
coincidência.
Passos Coelho e a direita rejubilam, a derrota da Grécia dá-lhes
o sentimento de poder que os perdedores, viciados no jogo, adquirem ao verem os outros
perderem antes deles.
E dizer que a Alemanha obteve tudo o que não quer dar
migalha a outros países, como o perdão da sua dívida após perder as guerras (também
as dívidas de 14-18 foram perdoadas mais tarde) e as facilidades que teve
quando anexou a RDA!
Porém a resistência dos povos à barbárie só vai crescer.
Sem comentários:
Enviar um comentário