Onde
estão os que aclamavam a “nova ordem” que os EUA iam levar para o Médio Oriente
e espalharia a democracia. Como se não soubéssemos que para eles “democracia” é
o poder do grande capital transnacional, em suma, do dólar.
Agora
dizem que a “Europa” tem de “salvaguardar os seus valores”. Mas quais valores?!
Os da austeridade, os da chantagem do euro e dos tratados europeus, que reduzem
os povos à miséria. Os valores da estagnação e recessão económica, do
desemprego (1), da pobreza, da apropriação dos bens públicos a favor do capital
monopolista?
Tudo
isto é mascarado atribuindo o que ocorre à “primavera árabe”: “a primavera
árabe resultou num acréscimo de violência em países como a Líbia e a Síria”
(RTP-2, Sr. Manuel Carvalho, 23/08). Bela Primavera que a Nato montou na Líbia
com 60 mil mortos, a maioria civis, e destruiu um país.
Em nome dos "direitos humanos" do grande capital, contra
o governo progressista no Afeganistão, foram criados núcleos de terroristas, extremismo
islâmico patrocinado pelos EUA e pelo seu aliado saudita que invadiu o país a partir do Paquistão, os “combatentes da liberdade” de Reagan
e Bush – mas também dos PS…
A
Europa está a pagar a sua submissão aos interesses dos EUA. Onde estão os
“valores europeus” perante os milhões de mortos nestas guerras do Iraque à
Síria, não esquecendo a Jugoslávia, a Somália, o Iémen, e o mártir povo
palestiniano? Mais de quatro milhões de mortos é a estimativa destas guerras.
(2) É o que Blair e Madeline Albright diziam “ter valido a pena”.
O
capitalismo da UE ficou a nu: aí estão os egoísmos, os ódios racistas, os
dogmas ideológicos a que todos têm de se submeter, a ditadura do euro.
Para
dominar os povos é fomentada não apenas a conspiração e a intervenção armada de
terroristas, mas também vagas de refugiados sob o controlo de máfias, em estados
completamente desestruturados, graças às “democracias" que os EUA e a UE
instauram.
Mas
que aponta o comentador acima mencionado como solução: “a estabilização desses países
implica o recurso ao poder militar”. Faltava juntar aos “valores europeus” a
tradição das guerras imperialistas. É bom não esquecer o passado…
1
- Segundo a Eurostat em 2014, a taxa de emprego UE (força de trabalho até aos
64 anos) 64, era de 64,9%. Na zona euro 63,9%. Em Portugal 62,6%. Números que
desmascaram as falsificadas contas do desemprego.
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