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2 de agosto de 2015

Para a António Vitorino “a Alemanha” é …bué d’estúpida

Sim, o sr. AV considera que “temos de ajudar a Alemanha a ultrapassar o seu momento unipolar. A Alemanha tem razão, falta-lhe aprender a ter razão”, contudo (quem havia de dizer…) “cheguei à conclusão que o processo de aprendizagem é mais lento do que eu esperava.”. É como quem diz: os rapazes têm qualidades, mas são tão burros…
O sr. AV, como a Constança, não há festa nem festança a que não seja chamado. Aqui é a festança neoliberal, que tem como nas touradas os “inteligentes”. Sabem tudo e a sua missão principal é ensinar aos portugueses a serem pobres e aceitarem tudo o que venha da UE. São soluções para a “convergência” (?!) para “relançar o investimento”, para “reformas” (?!) para a “qualidade das instituições europeias”. Parecem alquimistas à procura da pedra filosofal.
Como? Não dizem, o que é curioso é que nisto não há povo nem interesses nacionais. É a nova “cidade de Deus”, perfeita desde que o povo não se meta e com exclusão dos hereges que não alinham no neoliberalismo.
O que é preciso? “Mais integração” – federalismo – com “legitimidade democrática”. Uma legitimidade que morre na praia “europeísta”. Repare-se: “o governo grego prestou um mau serviço à causa europeia (?) ao tentar criar a ideia que poderia usar a democracia nacional contra a UE"! E esta hein!Legitimidade só a garantida por partidos que defendem o mesmo e povos sujeitos às chantagens de Bruxelas e ao totalitarismo de Berlim. E vota-se tantas vezes quantas as necessárias para ficar tudo como a oligarquia tiver decidido.
O sr. AV não tem dúvidas que “Schauble é um europeísta convicto”. Pelo que se tem visto: tão europeísta como Goering. Mas é injustiça criticar-se a Alemanha. “Somos por vezes demasiado precipitados nas críticas que fazemos”.
“Estamos de acordo em novas partilhas de soberania na zona euro, mas também de riscos”. Pois, pois, o sr. Schauble, o sr. Trichet e outros já disseram que riscos eram: quem não cumprir o pacto orçamental – e não é possível cumprir – torna-se colónia governada por Berlim e Bruxelas.
Quanto aos “problemas reais” o sr. AV faz uma descoberta: são “os desequilíbrios competitivos”. Compreendemos que não faça a mínima ideia do que concretamente está a dizer. A quem já deve ter perdido a conta a quantos lugares teve em administrações não sobra tempo para estas coisas. O “equilíbrio competitivo”, dogma neoliberal, é talvez a ideia mais estúpida e perversa alguma vez formulada em economia. Como disse Keynes (para não ir mais longe) não tem qualquer validade real, “a sua doutrina é enganadora e desastrosa em termos de aplica-la aos factos da experiência”. Há ainda o “desfio das desigualdades”, mas “não é fácil” vencer. Ou seja, é como quem diz aos “pobrezinhos” tenham paciência ou mais ao seu estilo: “habituem-se”, até a Alemanha aprender e entretanto “preste-se homenagem a essa chanceler.”
Quanto à Grécia, a culpa é sua. Os negociadores “tinham um elefante na sala chamado Grécia”. Bem este “elefante” é 1,9% da zona euro, 1,4% da UE.! Porém, no horizonte veem ameaças ao euro e ao “projeto europeu” (o deles!). Diz a sra. Teresa de Sousa: ”A Europa acabava” (!!) (será que as placas tectónicas se moviam?) e para a AV : “uma catástrofe a nível global”. E ainda há que se preocupe com as alterações climáticas… Consta que Reagan disse de Mário Sores “destes socialistas eu gosto”. O mesmo poderão Schauble e Merkel dizerem do sr. AV e comparsas.
1 - Jornal Público de 26/772015. Entrevista de Teresa de Sousa a António Vitorino.

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