O
sr. AV, como a Constança, não há festa nem festança a que não seja chamado. Aqui
é a festança neoliberal, que tem como nas touradas os “inteligentes”. Sabem tudo
e a sua missão principal é ensinar aos portugueses a serem pobres e aceitarem
tudo o que venha da UE. São soluções para a “convergência” (?!) para “relançar
o investimento”, para “reformas” (?!) para a “qualidade das instituições europeias”.
Parecem alquimistas à procura da pedra filosofal.
Como?
Não dizem, o que é curioso é que nisto não há povo nem interesses nacionais. É
a nova “cidade de Deus”, perfeita desde que o povo não se meta e com exclusão
dos hereges que não alinham no neoliberalismo.
O
que é preciso? “Mais integração” – federalismo – com “legitimidade democrática”.
Uma legitimidade que morre na praia “europeísta”. Repare-se: “o
governo grego prestou um mau serviço à causa europeia (?) ao tentar criar a
ideia que poderia usar a democracia nacional contra a UE"! E esta hein!Legitimidade só
a garantida por partidos que defendem o mesmo e povos sujeitos às
chantagens de Bruxelas e ao totalitarismo de Berlim. E vota-se tantas vezes
quantas as necessárias para ficar tudo como a oligarquia tiver decidido.
O
sr. AV não tem dúvidas que “Schauble é um europeísta convicto”. Pelo que se tem
visto: tão europeísta como Goering. Mas é injustiça criticar-se a Alemanha. “Somos
por vezes demasiado precipitados nas críticas que fazemos”.
“Estamos
de acordo em novas partilhas de soberania na zona euro, mas também de riscos”.
Pois, pois, o sr. Schauble, o sr. Trichet e outros já disseram que riscos eram:
quem não cumprir o pacto orçamental – e não é possível cumprir – torna-se
colónia governada por Berlim e Bruxelas.
Quanto
aos “problemas reais” o sr. AV faz uma descoberta: são “os desequilíbrios
competitivos”. Compreendemos que não faça a mínima ideia do que concretamente está
a dizer. A quem já deve ter perdido a conta a quantos lugares teve em
administrações não sobra tempo para estas coisas. O “equilíbrio competitivo”,
dogma neoliberal, é talvez a ideia mais estúpida e perversa alguma vez
formulada em economia. Como disse Keynes (para não ir mais longe) não tem
qualquer validade real, “a sua doutrina é enganadora e desastrosa em termos de
aplica-la aos factos da experiência”. Há ainda o “desfio das
desigualdades”, mas “não é fácil” vencer. Ou seja, é como quem diz aos
“pobrezinhos” tenham paciência ou mais ao seu estilo: “habituem-se”, até a
Alemanha aprender e entretanto “preste-se homenagem a essa chanceler.”
Quanto
à Grécia, a culpa é sua. Os negociadores “tinham um elefante na sala chamado
Grécia”. Bem este “elefante” é 1,9% da zona euro, 1,4% da UE.! Porém,
no horizonte veem ameaças ao euro e ao “projeto europeu” (o deles!). Diz a sra.
Teresa de Sousa: ”A Europa acabava” (!!) (será que as placas tectónicas se
moviam?) e para a AV : “uma catástrofe a nível global”. E ainda
há que se preocupe com as alterações climáticas… Consta que Reagan disse de
Mário Sores “destes socialistas eu gosto”. O mesmo poderão Schauble e Merkel
dizerem do sr. AV e comparsas.
1 - Jornal Público de 26/772015. Entrevista
de Teresa de Sousa a António Vitorino.
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