A dívida federal dos EUA atinge 18 883 mil milhões de
dólares,103,7 % do PIB. Mais grave ainda é o facto de cada ano desde há mais
de uma década aumentar em média 1000 mil milhões de dólares (10 12), 114
milhões por hora.. Além disto a dívida total (incluindo privados) atinge
64 614 mil milhões.
As despesas militares e de segurança ascendem a 584 mil
milhões, quase 60% do aumento da dívida. Contudo este valor está subestimado
pois (pelo menos) não inclui as pensões dos veteranos e despesas médicas militares.
A propaganda vigente contesta outros números: Medicare
–Medicaid: 1 013 mil milhões, Segurança social: 890,8 mil milhões.
É aqui e na educação pública (encerramento de escolas) que os cortes se têm
estado a fazer.
Há cerca de 2 milhões de presos, mais de 46 milhões de
pobres, mais de 45 milhões recebem subsídios de alimentação (food stamps).
Recorde-se
que quando foi pedida a intervenção da troika a dívida pública em Portugal era
94% do PIB, a dos EUA é agora maior. O aumento da dívida corresponde a
capital fictício titulado em dólares, sem correspondência na economia real
produtiva, pois as despesas militares são por natureza improdutivas.
A situação é tanto mais grave quanto o crescimento económico mundial,
que poderia exigir um acréscimo na procura de dólares, está estagnado e há
cada vez mais países cujo comércio se processa em moedas nacionais, como a
China, a Rússia e parceiros comerciais que escapam à órbita dos EUA/NATO.
Portanto, temos todos os ingredientes de crise e é isso que está a
acontecer-
No entanto, não é por este motivo nem assim que o capitalismo vai desaparecer.
Pelo contrário, as soluções que se desenham são para aplicar a receita
que aqui conduziu: mais concentração monopolista, mais finança usurária e
especuladora, mais “liberdade” para o capital e seus “paraísos”. Por exemplo, na UE, acelera-se a “união bancária” que formalizará o fim dos sistemas
financeiros nacionais como tal.
Os propagandistas do sistema promovem estas soluções, condimentando-as
com algumas críticas, factos tão evidentes que é impossível
esconderem-se, porém não deixam de concluir de forma muito assertiva dizendo
que a solução é: “mais europa”. Trata-se de fingir que se quer mudar alguma
coisa, para ficar tudo na mesma. Nesta traficância de ideias são eles bons,
têm muito treino…
Nota
Dados sobre os EUA em http://www.usdebtclock.org/
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19 de janeiro de 2016
EUA, o buraco negro da economia mundial
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