O PS ‘independentemente de boas
e louváveis intenções em certas áreas pretende no seu OE fazer uma política não
neoliberal, com os instrumentos e medidas neoliberais, as únicas permitidas
pela UE....É este um dos dramas do PS.
Citemos alguns vetores
essenciais ao desenvolvimento não possíveis com as “regras europeias”:
planeamento económico elaborado pelo Estado maximizando benefícios sociais,
banco estatal dedicado ao apoio ao investimento produtivo em função do plano,
controlo público do sistema financeiro posto ao serviço do desenvolvimento e
não da especulação, além de várias outras medidas propostas por exemplo no programa
eleitoral do PCP como as referentes à tributação do grande capital e controlo
público dos sectores económicos estratégicos.
O ministro Augusto Santos Silva
(ASS) evidenciou outro drama em que o PS se envolve. ASS fez na Comissão
Parlamentar dos Assuntos Europeus uma intervenção no mínimo absurda sobre o
chamado tratado de parceria transatlântica (TTIP). Disse então que a “UE conduz
o processo em nome de todos nós”. Frase que não passa de uma mistificação. Não
é a “UE” a conduzir o processo mas burocratas que dominam dossiers
aos quais nem os deputados do PE têm livre acesso. É exigido segredo e não
podem ter consigo algo que posa de alguma forma reproduzir a documentação que
lhes seja proporcionada sem saberem se está completa ou se é a mais relevante.
ASS não se coibiu de encómios ao
TTIP, para ele “é essencial concluir com êxito o esforço de ligação atlântica
entre os EUA e a “Europa” como um requisito essencial para a saúde da economia
global”, etc., etc.
O que é que este senhor aprende
com a realidade? Nada. A crise global que persiste e se agrava de novo mostra o
fracasso da globalização capitalista e eles nem sequer o entendem quando
afirmam que desta vez é devido aos problemas económicos dos BRIC!
A UE tornou-se um fantoche da
geopolítica imperialista dos EUA. A UE cuja prioridade externa seria paz e
colaboração nas suas fronteiras para sair da crise em que mergulhou, não passa
de um peão dos EUA colaborando nas suas agressões e ingerências, colocando-se ao lado dos neonazis de Kiev, assumindo as sanções
impostas por Washington mesmo que isso tenha consequências desastrosas para as economias
europeias .
ASS fala na transparência que
deve existir no TTIP, que os parlamentos nacionais devem participar no
processo, que não é aceitável a arbitragem privada. Piedosos votos que serão
objeto da cosmética já experimentada nos tratados da UE, quando o objetivo é só
um: colocar os Estados e os seus povos ao serviço das transnacionais podendo
ser penalizados se isso não ocorrer. Fazer dos cidadãos súbditos das empresas e
as funções sociais transferidas para os grandes interesses privados.
Sem comentários:
Enviar um comentário