Perante os deputados são
evidentes as mentirolas e os conluios escudados ou na falta de memória ou no
secretismo em função das regras e procedimentos feitos pela burocracia da UE. O
governador do B de P, que deveria ser um representante do Estado português mostrou
não passar de um funcionário do BCE, um mero executante, aliás sem brio na
defesa do que seriam os interesses nacionais.
O governador do B de P não
informou o governo da proposta que iria apresentar ao conselho do BCE “nem o
podia fazer”! Repare-se nas suas
declarações: “os membros do conselho do BCE não podem por imposição das regras
europeias divulgar ou discutir com as autoridades nacionais questões que vão
ser decididas pelo conselho”. Mais: não podem receber ou solicitar instruções
de instituições ou de quaisquer entidades nacionais.
Esta “confidencialidade” é,
dizem, garantia da “independência”. Mas independência de quê e de quem? Acresce
que a ata da reunião do BCE que decidiu sobre o BANIF foi distribuída aos
deputados censurada. Traços negros impediam a leitura do texto e o governador
não estava autorizado perante a comissão de inquérito parlamentar a divulgar.
Bela regime parlamentar! É o que os propagandistas defendem como “democracia e economia
de mercado”…
Mas o BCE tem mais poderes discricionários,
os burocratas ao serviço da oligarquia decidem sobre as licenças de operação
bancária. Assim foi proibido que se constituísse um banco de transição do BANIF
separando as imparidades, não permitiu a utilização plena do chamado colateral
do banco, e decidiu a suspensão das operações de política monetária com efeitos
imediatos a partir de 21/12/2015, caso o banco não tivesse sido vendido ou
resolvido.
Isto é, o BCE toma decisões à
margem dos interesses do país, decisões que não explicam, não justificam, nem
sequer se podem divulgar as atas das reuniões havidas. Mas são no final tomam decisões
que implicam milhares de milhões a pagar pelos contribuintes e dívida que
acresce para o Estado.
Portanto era isto que os
propagandistas amestrados queriam com o “mais Europa” e a “Europa a falar a uma
só voz”, que resolveria…todos os problemas. A quem?
As privatizações da banca
renderam 3,63 mil milhões de euros (3,6% do PIB de 1997) entre 2008 e 2014 o
Estado gastou a salvar banqueiros “sistemáticos”, 19,5 mil milhões, sem contar
com o BANIF e outros. (Agostinho Lopes em sessão sobre a banca)
É pois necessário entender que o
euro é uma moeda disfuncional. Que um país sem moeda própria não tem soberania.
Que não é admissível “taxação sem representação” e isso é o que atualmente
ocorre na UE, quando entidades burocráticas não eleitas decidem sobre custos
para os cidadãos sem estes sequer serem informados nem terem alternativa de discutir
ou contestar decisões, pois os burocratas podem a qualquer momento cortar a
liquidez financeira de um Estado se não forem cumpridos os seus "ucasses".
Como disse Paul Craig Roberts: “a
finança é mais perigosa para os Estados que o terrorismo”.
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