Linha de separação


29 de junho de 2019

Os EUA no seu labirinto

Os EUA enredaram-se num labirinto de contradições do qual não se vê senão duas formas de tentarem sair: ou pela guerra ou por uma mudança do seu próprio regime.

1ª contradição - o colapso social, que se traduz em 40 milhões de pobres, 2 milhões de presos, 27,4 milhões de pessoas sem seguro de saúde, cerca de 4,2 milhões de crianças e jovens sem-abrigo, incluindo os que vivem na rua e em albergues, e os que estão temporariamente em casa de terceiros por não terem o seu próprio alojamento. (1)
2º contradição - a via do colapso financeiro e do dólar, com um dívida impagável de 22,4 milhões de milhões de dólares que aumenta 1 milhão de milhões por ano , 105% do PIB, uma dívida privada (empresas e famílias) 73 milhões de milhões incluindo 1,6 milhões de milhões de dívida estudantil.(https://www.usdebtclock.org/)
3ª contradição - perda da supremacia económica e tecnológica, os interesses das transnacionais levaram à deslocalização das empresas industriais e à privatização de sectores chave da economia que levou à perda de supremacia tecnológica evidenciada no caso Huaway.
4ª contradição - perda de superioridade militar, apesar dos EUA representarem 45% dos gastos militares do mundo, perderam a superioridade militar em termos tecnológicos face à Rússia. Os interesses económicos, bases e esquadras navais estão tão espalhados pelo mundo que esta estratégia os fragiliza, perante o potencial militar da Rússia e da China, A sua arma chave os porta-aviões são atualmente um ponto fraco do seu potencial. Os EUA não têm nem terão nos próximos anos - e com que custos... - defesa para os misseis Sarmat (Rússia), que os podem atingir vindos do Sul. pelo que o seu território não ficaria imune.



Quaisquer tentativas de superar uma destas contradições leva ao agravar das outras.
Os impérios perdem-se pelas contradições em que se envolvem levando ao colapso económico e financeiro e à perda de superioridade militar.
O poder dos EUA baseia-se na capacidade militar e na capacidade no dólar permanecer como moeda de reserva a nível mundial, isto é, que o resto do mundo financie os défices dos EUA. Apesar do FMI ao serviço deste objetivo, o dólar está em queda, visível na sua continuada desvalorização relativamente ao ouro.
Cada vez mais o império só consegue dirigentes incompetentes, corruptos, mentirosos, criminosos. Democratas e patriotas são ou tentam que sejam substituídos por vassalos daquele tipo que criam Estados disfuncionais.
Os EUA podem ameaçar, tornar o mundo mais instável, retrair a economia, promover a riqueza das camadas oligárquicas, mas não podem pelas suas próprias contradições, tornar o mundo mais seguro e mais feliz e além do mais, já não podem ultrapassar certos limites sem que eles próprios corram riscos da sua própria destruição.
Os EUA não conseguem resolver nenhum dos seus problemas e contradições sem uma “mudança de regime”, neste caso o seu, passando de, como afirma Stiglitz, do sistema de “um dólar um voto”, isto é, uma oligarquia, para um sistema efetivamente democrático e progressista ao serviço do seu povo e não do domínio mundial a favor da oligarquia transnacional.
 

 

Sem comentários: