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18 de setembro de 2020

Bolivia




A polarização observada entre o MAS e os golpistas está se intensificando, enquanto Carlos Mesa tenta manter um perfil discreto que o ajude a ganhar votos de uma direita desencantada com um governo transitório que desmorona após quase um ano de escândalos de corrupção e má gestão de a crise de saúde.
As últimas pesquisas são favoráveis ​​ao MAS-IPSP, que tem como candidato presidencial o ex-ministro da Economia, Luis Arce Catacora. O partido do movimento Evo Morales obteve 26,2 por cento no recente estudo de Mori (o único que acertou o resultado do referendo de 21 de fevereiro de 2016), que quando ponderado pela filtragem apenas dos votos válidos chega a 37 , 3 por cento, em comparação com 24,2 por cento para Carlos Mesa ou 14,4 por cento para Jeanine Áñez. Ou seja, Luis Arce estaria perto de ser eleito presidente no primeiro turno, desde que alcance 40% dos votos válidos e uma diferença de 10 pontos sobre Mesa, o que pode acontecer com uma boa campanha eleitoral e se os golpistas não descerem até Áñez. da corrida presidencial. Caso 40 por cento não seja alcançado, ou o atual presidente decline e Mesa se aproxime de menos de 10 pontos de diferença, o segundo turno seria inevitável e, nesse caso, 14 por cento dos líderes golpistas, somados ao do O "cívico" Fernando Camacho (12,4 por cento) lidera a intenção de votar na cidade mais populosa do país, Santa Cruz, o conservador Chi Hyun Chung (5,9 por cento) ou o homem do Departamento de Estado da Bolívia Tuto Quiroga (3,8 por cento) se uniria contra Evo Morales e Luis Arce, causando a derrota certa do MAS.

Duas semanas antes da eleição, no dia 4 de outubro, será realizado o debate entre os candidatos presidenciais, organizado pela Associação Nacional de Jornalistas da Bolívia, a Confederação de Empresários Privados da Bolívia, a Fundação Jubileu, a Universidade Mayor de San Andrés uma rede de mídia. Os 14 dias após o debate serão fundamentais tanto para os diferentes setores consolidarem seu voto, quanto para a possível queda de Jeanine Áñez.
Enquanto isso, no governo golpista, tentam por todos os meios lavar sua imagem e manchar a imagem de Evo Morales e do MAS; e eles apresentaram uma queixa da Procuradoria Geral do Estado ao Tribunal Penal Internacional acusando Evo de cometer crimes contra a humanidade. Os autores físicos e intelectuais dos massacres de Sacaba e Senkata, onde mais de 30 pessoas foram mortas a balas das forças de segurança, acusam o ex-presidente boliviano da morte de mais de 40 pessoas por falta de oxigênio durante os bloqueios de estradas do mês de agosto.
Ao mesmo tempo, e após uma viagem aos Estados Unidos de Arturo Murillo, Ministro de Governo, onde se reuniu 
Junto com o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, representantes do Departamento de Estado e dos senadores republicanos Ted Cruz e Marco Rubio, a empresa estadunidense CLS Strategies, vinculada aos serviços de inteligência americanos, começou a operar na Bolívia e, supostamente, chegará a Aconselhar o governo de "transição" boliviano em questões relacionadas à "democracia".
De forma complementar, e de acordo com vazamentos do ambiente de gabinete, os golpistas têm sobre a mesa uma proposta de eliminação do cadastro legal do MAS-IPSP, juntamente com uma análise do que tal ato implicaria em termos de mobilização e resposta social. A aposta é clara: um segundo turno entre Carlos Mesa e Jeanine Áñez, onde só haveria um vencedor: os Estados Unidos e seus interesses na Bolívia.
Nas ruas, pelo menos entre a classe média urbana, a sensação é de que se queria uma mudança, mas não assim, e isso está fazendo com que Mesa se mova para a direita para conquistar o maior voto ultra que não se sente mais representado por Áñez, que por sua vez poderia fazer com que o voto mais moderado do centro se aproximasse do MAS, porque entre o dilema de pensar como e quando eles foram melhores, em setembro de 2019 (as eleições foram em outubro e o golpe em novembro de 2019) ou em setembro 2020, fica claro que essa classe urbana tinha melhores condições sociais e, sobretudo, econômicas, há um ano.
A crise econômica faz com que as pessoas prefiram viver em setembro de 2019. Em 14 anos de processo de mudança as pessoas foram pagas em dia e podiam economizar, em 9 meses as pessoas perderam o emprego e gastaram suas economias. Esse é o novo senso comum que está se posicionando entre boa parte da população boliviana.

Se esse bom senso se torna maior inclinando a balança a favor do MAS-IPSP, então a alternativa dos que governam hoje parece ser um novo golpe dentro do golpe que impede Evo Morales, gestor de campanha do Movimento pelo Socialismo, de voltar a uma Bolívia governada por Luis Arce Catacora. 

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