Todos aqueles que até agora se pronunciaram publicamente , contra o salário mínimo , não ganham o salário mínimo, estiveram confinados , não andaram , nem andam de transportes públicos .
É um facto.
A maioria dos que ganham o salário mínimo , foram os que estiveram a trabalhar fora de casa , em período de confinamento. Todos os dias.
Mas em época de crise com sectores cheios de problemas o aumento do salário mínimo não vai levar mais empresas à ruina e ao desemprego?
Nem todos os sectores estão em crise , alguns até têm ganho mais dinheiro com esta . As companhias de seguros , como empresas ligadas à saude , são exemplos..
Depois aqueles gestores e grandes empresários que dizem , a procurar mostrar a sua preocupação social, " aqui, todos ganham acima do salário mínimo" , "todos ganham acima da tabela" sabem muito bem que o nosso salário mínimo é modesto e que poderiam pagar bem mais , sem terem que proceder a grande moderação nos lucros e dividendos. Em tempos de crise a dita moderação não pode ser só para os salários como tem acontecido . Passada a pandemia não se pode concluir, tal como aconteceu no tempo da Troika , que se acentuaram as desigualdades e que houve concentração de riqueza Concentração da riqueza então baptizada de austeridade.para todos
As micro e pequenas empresas , mesmo contando com os familiares , têm muito poucos assalariados .
As ajudas às empresas e sectores em dificuldades tem de ter outras fontes que não a estagnação do salário mínimo que é um dos menores em termos europeus . Em termos de proximidade geográfica basta olhar para o salário mínimo da vizinha Espanha.
Quanto à perda de competitividade externa esta não resulta dos salários e do salário mínimo em particular que em termos relativos na UE não tem recuperado terreno.
Os problemas da competitividade em relação a países fora da UE resulta em primeiro lugar da moeda forte , do euro e das suas valorizações , dos custos da energia , de um elevado peso de sistemas produtivos atrasados e de baixo valor acrescentado , e de níveis de gestão pouco eficientes.
Procurar compensar estes factores negativos com a estagnação dos salários e a erosão real do seu poder de compra é que é criminoso.
Como factor positivo em termos estritamente económicos, o aumento do salário mínimo vai induzir o aumento da procura interna , é um aumento de poder de compra para trabalhadores que na generalidade estão no limite ou em défice na satisfação das necessidades básicas -alimentação , saude ,habitação , ensino, suas e da suas famílias e que vai dinamizar a produção nacional .
Ao contrário do aumento dos dividendos e lucros que em boa parte não entram em" circulação" , são acumulados em poupanças e quando se dirigem para o consumo têm uma elevada propensão de consumo de bens com elevada componente estrangeira, muito diferente do consumo popular induzido pelo salário mínimo
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