Deixemos a poeira assentar sobre a Ucrânia e olhemos para o líder do mundo multipolar – a China - não já em gestação, mas em crescimento. (*)
Em 1 de outubro comemoram-se 23 anos da Revolução e vai realizar-se o 20º Congresso do PCC. É altura de olhar para os resultados da construção do socialismo. A economia chinesa corresponde a 18% do PIB global em paridade do poder de compra superando a economia dos EUA desde 2014. A China é a principal potência exportadora do mundo e maior parceiro comercial de 130 países.
As condições de vida materiais dos chineses foram radicalmente melhoradas. A expectativa de vida subiu de 36 para 64 anos de 1949 a 1976 e agora está em 78,3 anos, mais do que os EUA (76,1). Na China 95% da população tem cobertura de saúde, enquanto 50% da população mundial não tem nenhuma.
O analfabetismo e a desnutrição estão erradicados, a China tem um dos melhores sistemas de educação do mundo. Em em 1949, quase 90% das pessoas vivia em pobreza extrema, em 20 anos, a pobreza extrema foi eliminada. O salário médio continua a subir.
O PCC construiu uma economia mista impulsionada pelo Estado. O objetivo prioritário é o crescimento, baseado na modernização das empresas estatais que dominam setores-chave, na criação de um dinâmico setor privado, no uso de capital estrangeiro e nas transferências tecnológicas de países mais avançados. Este processo foi iniciado pelo próprio Mao Tsé-Tung em 1972. O Estado detém firmemente o leme do desenvolvimento económico, a propriedade pública continua dominante, e o setor financeiro privado está sob controlo.
A China já constrói reatores de terceira geração que equiparão novas centrais na China e em outros lugares do mundo. Em fevereiro de 2022, Argentina e China assinaram um acordo para construir uma central nuclear perto de Buenos Aires, projeto financiado por bancos chineses.
De 1 a 7 de Setembro, realizaram-se as manobras de Vostok 2022, com 50 000 soldados russos, sírios, bielorrussos, indianos e chineses, entre outros. Nunca antes a Índia tinha concordado participar com a China.
Quanto aos "campos de concentração" com "três milhões de uigures", a acusação é tão grotesca que é ridícula. O maior erro dos ocidentais é acreditar que essas calúnias têm o menor efeito sobre a estabilidade interna da China. Mas esta avalanche de mentiras não foi muito bem sucedida internacionalmente: na ONU, todos os países com maioria muçulmana apoiam a política chinesa em Xinjiang. Em 31 de março de 2014, terroristas uigures esfaquearam cerca de trinta passageiros.
Os países ocidentais estão irritados, porque veem desmoronar os fundamentos da sua supremacia , enquanto pensavam manter o domínio sobre os países do Sul por mais um século ou dois. Os chineses vivem mais do que os americanos, sua sociedade é mais coerente e tolerante. Enquanto navios de guerra dos EUA cruzam a costa da China, os chineses constroem ferrovias de alta velocidade, autoestradas, portos e hospitais na China e no exterior.
Na França, desde o início do ano, nove pessoas foram mortas pela polícia. Se houvesse a mesma taxa de homicídios da polícia na França, teria havido 180 cidadãos chineses mortos nas ruas nos últimos meses. E se compararmos a China com os Estados Unidos, o contraste seria alucinante. A menos que eu esteja enganado, não havia nenhum, porque nesta “ditadura abominável” a polícia simplesmente não tem armas. Apenas a polícia militar está armada, para vigiar locais sensíveis e combater o terrorismo. Na questão dos direitos humanos, como em muitos assuntos, é hora do mundo ocidental varrer sua própria porta.
No discurso na reunião da OCS em Samarcanda, Xi ressaltou a importância desta organização que se expande, tendo recebido 11 solicitações para ingressar na organização com estatutos diversos. O Irão foi admitido como estado membro e lançados procedimentos para a adesão da Bielorrússia e como parceiros admitir Bahrein, Maldivas, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Mianmar como parceiros.
Devemos nos precaver, disse Xi, contra as tentativas de forças externas de instigar “revoluções coloridas”, opor-nos conjuntamente à interferência nos assuntos internos de outros países e manter o nosso futuro firmemente em nossas próprias mãos.
Segundo XI, no Congresso Nacional, o PCC fará a revisão das principais conquistas alcançadas e a valiosa experiência adquirida nos esforços de reforma e desenvolvimento da China. Também formulará programas de ação e políticas abrangentes para atender às novas metas de desenvolvimento da China na jornada à frente na nova era e nas novas expectativas do povo. Continuaremos a seguir o caminho chinês para a modernização e continuaremos a promover a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade. https://thesaker.is/full-text-of-xis-speech-at-sco-samarkand-summit/
A China realizou o que nenhum país capitalista conseguiu – talvez com exceção dos países nórdicos sob a social-democracia tradicional - porém em capitalismo é algo sempre em risco, assim que os lucros caiam por qualquer crise. O país capitalista mais rico, os EUA, é um país de pobres. E se considerarmos o endividamento pessoal é um país maioritariamente de pobres.
* - Cumpre-me informar que por motivos estritamente de ordem pessoal – felizmente não tendo que ver com a saúde - o colaborador e fundador deste blog, Pena Preta, retomará a sua participação na próxima semana.
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