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8 de novembro de 2017

A luta de um povo



SEGUNDO dados globais, as afetações do bloqueio económico, comercial e financeiro dos Estados Unido contra Cuba provocaram perdas ao ensino superior da ordem de US$ 1,5 milhão, só no último ano.
Esta quantia se reflete nas afetações por conceito de realocamento geográfico, dificuldades nas transferências bancárias, receitas que Cuba deixa de receber e limitações no acesso às publicações de alto impacto internacional.
Uma das consequências de maior envergadura na política estadunidense é o bloqueio tecnológico, o qual leva à procura de mercados geograficamente distantes, como o da China, para acessar à tecnologia. Isto cria um incremento, nada desprezível, dos custos por conceitos de frete.
Devido às limitações do bloqueio os pesquisadores cubanos têm limitado o acesso a mais de 200 sites. Igualmente, especialistas e profissionais de diferentes países não podem viajar à Ilha porque têm limitado seu acesso. Isto não só demonstra o caráter extraterritorial do labirinto legal, mas também dificulta a exportação de serviços e receitas de divisas no país.
Quando falamos de Educação Superior, no caso de Cuba, mantém-se a incitação à emigração e a fuga de talentos. Com esta prática se perde o esforço de vários anos realizado na formação de um profissional e o país é privado de seus melhores especialistas.
Além dos danos mencionados, a produção e os serviços são muito limitados pelos escolhos para acessar a determinados produtos, que atentam contra o desenvolvimento da docência.
Relativamente ao tema das afetações da criminal política do governo estadunidense contra Cuba, a diretora das Relações Internacionais do Ministério de Educação Superior, María Victoria Villavicencio, declarou:
«Muitas das afetações que hoje são provocadas pelo bloqueio impedem um número importante de possibilidades de avanço e significativas tentativas de desenvolvimento».
«Para nós não há dúvidas: o bloqueio é o principal escolho para o desenvolvimento tecnológico, científico e investigativo de nosso país».
À DISTÂNCIA DE UM CLIQUE 
No caso da Universidade das Ciências Informáticas (UCI), o bloqueio fica à distância de um clique. A casa de altos estudos neste ano identificou 209 sites que são públicos para o mundo, mas estão bloqueados para as direções IP desta instituição. No relatório de 2016 havia 116.
Da mesma forma, a instituição não pôde acessar a certificações profissionais, que são necessárias para a preparação e desenvolvimento de softwares.
A Universidade Agrária de Havana também sofre o impacto da política genocida dos Estados Unidos. Sua revista de ciências técnicas agropecuárias deve ter um identificador digital para cada artigo emitido, mas para Cuba é impossível devido aos efeitos do bloqueio.
Também nesta academia são afetadas consideravelmente as práticas docentes e a pesquisa científica, que são realizadas nos laboratórios, particularmente nas carreiras agropecuárias.
Atualmente, não é possível adquirir equipamentos para os laboratórios, nem reagentes ou meios de cultura, procedentes de firmas norte-americanas. Isto provoca o encarecimento extraordinário de todo o equipamento.
LIMITAÇÃO DAS RECEITAS 
O Centro Nacional de Sanidade Agropecuária, entre suas variantes para dar continuidade ao desenvolvimento científico, conta com as receitas que recebe pela exportação de produtos.
A partir de 2015 foi limitada significativamente a possibilidade de transferir da Nicarágua os fundos derivados das negociações com instituições desse país, devido à transferência tecnológica. Trata-se de perdas estimadas em quase US$ 50 mil.
Examinado de outra perspectiva, isto provoca falta de suficiente liquidez para que a instituição continue com sua missão fundamental: garantir o diagnóstico, controle e prevenção de doenças exóticas que afetam animais e objetivos de interesse econômico da Ilha maior das Antilhas.
Nestes últimos tempos, por causa do bloqueio, dificulta-se substancialmente a participação de cientistas cubanos em congressos internacionais. Estes encontros representam uma possibilidade de mostrar os resultados de nosso país no campo das Ciências Agropecuárias e trocar com especialistas de primeiro nível de outros países.
A UNIVERSIDADE DE HAVANA
As afetações financeiras, econômicas, bem como as barreiras tecnológicas para obter qualquer artigo essencial para a educação, afetam também a Universidade de Havana, a mais antiga destas instituições em Cuba.
As faculdades de Química, Física, Biologia e os centros de pesquisas ficam limitados. Além do equipamento precisam dos reagentes, mas devido ao bloqueio não é possível sua aquisição ou não têm financiamento para pagá-los.
Estas dificuldades nos pagamentos entorpecem as visitas e as trocas. As medidas contra Cuba anunciadas pela administração de Donald Trump podem reduzir enormemente a troca acadêmica e as visitas de estudantes, professores e pesquisadores do país do norte.
Apesar de todas estas dificuldades, a vontade política do governo cubano de elevar a qualidade da Educação Superior foi mantida em todos estes anos de Revolução, igualmente o compromisso dos estudantes e professores universitários.
«Se hoje as afetações não são maiores — assevera María Victoria Villavicencio — é porque contamos com um número importante de professores e pesquisadores com uma criatividade incrível, com muito profissionalismo e amor ao seu trabalho; com um compromisso enorme com as instituições, com nosso país, além de inventar fórmulas e inovar de modo que possam mitigar, de alguma maneira, os efeitos do bloqueio».

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