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30 de janeiro de 2019

Sete (7) mil (1000) milhões


 Quando dissemos publicamente que a factura do BPN rondaria os setemil milhões de euros , não faltaram os comentadores que do alto da sua arrogância disseram tratar se de mais um exagero do PCP. Agora que o Tribunal de Contas aponta para tal valor seria de esperar da parte desses um reconhecimento da realista e fundada estimativa do PCP. Se houvesse honestidade intelectual. Se os preconceitos e o anti comunismo os não tornassem "cegos" e esquecidos , por conveniência .
"FATURA NO BPN PODE ASCENDER A 7 MIL MILHÕES A grande sangria no socorro à banca começou com o BPN em 2008 e a fatura não pará de aumentar. O banco foi nacionalizado, foi vendido aos angolanos do BIC, hoje EuroBic, por 40 milhões de euros, mas os ativos e os créditos tóxicos ficaram em veículos do Estado que não vêem a luz ao fundo do túnel. A cobrança dos créditos é dificil, ora por os seus beneficiários (particulares ou empresas) se encontrarem em processo de liquidação, ou porque muitos estavam parqueados em offshores e porque todos os anos o Tesouro tem estado a transferir dinheiro para os veículos para que estes paguem a fatura a empréstimos concedidos pela CGD (com aval do Estado, apesar de esta ser pública). Até agora já foram metidos no BPN mais de 4 mil milhões em termos líquidos, mas a fatura pode aproximar-se dos 6 mil milhões, se não for possível recuperar a maioria dos créditos ainda na carteira dos veículos do Estado. Em 2019, para os restos mortais do banco fundado por Oliveira Costa, serão transferidos cerca de 548 milhões de euros e a fatura continua aberto."
Dinheiro que falta na saude . no ensino . nas infra estruturas sociais...
Os contribuintes entraram com o dinheiro . Quem beneficia : os banqueiros , os gestores , os grandes accionistas.
O estado entra com o dinheiro e os bancos continuam privados.
Sobre isto os partidos do arco da corrupção também conhecido pelo bloco central das negociatas ficam significativamente calados.
ISABEL VICENTE E DIOGO CAVALEIRO - Expresso diario hoje
Têm sido milhões e milhões de euros, muitos dos quais quase a fundo perdido, em bancos ora nacionalizados, resolvidos, vendidos e liquidados. Entre 2008 e 2017, o Estado gastou €16,7 mil milhões em apoios aos bancos, de acordo com as contas do Tribunal de Contas. Já em 2018, a fatura cresceu em €932 milhões com a transferência de €792 milhões para o Novo Banco e €140 milhões de empréstimo ao fundo que vai pagar aos lesados do BES. Esta última parcela é, para já um financiamento, mas, caso não seja possível recuperar os ativos do fundo, podem mesmo vir a ser perdidos pelo Estado. E a fatura total com os bancos não se fica por aqui. Há mais €5,5 mil milhões em risco que podem levar o total para €23,3 mil milhões. 

Em causa estão responsabilidades que ficaram e ainda estão do lado do Estado, como sejam as garantias prestadas às sociedades que resultaram do BPN (€2,2 mil milhões) e que têm agora capitais próprios negativos de 1,7 mil milhões). Há também garantias resultantes da intervenção no Banif (556 milhões de euros), na solução encontrada para os lesados do BES (€153 milhões para assegurar as tranches seguintes depois de terem sido emprestados €140 milhões para a primeira tranche) e ainda os €3,89 mil milhões do mecanismo de capitalização contigente que obriga o Fundo de Resolução a compensar o Novo Banco por perdas numa carteira de ativos acordado na venda ao fundo norte-americano Lone Star.
Em 2018, já foram transferidos €792 milhões para o Novo Banco por conta da desvalorização desse conjunto de ativos. E a caminho pode estar um valor semelhante este ano.
BPP AINDA TEM CUSTOS
Logo a seguir ao estoiro e nacionalização do BPN, seguiu-se o Banco Privado Português (BPP), que está em liquidação. Precisava de capital e um consórcio de bancos injectou €450 milhões com aval do Estado naquela altura, sendo que a despesa pública foi ainda superior ao longo dos últimos anos, chegando aos €588 milhões. Parte do montante emprestado já foi reembolsado, falta pagar quase metade da fatura.
BES/NOVO BANCO PODE ASCENDER A €9 MIL MILHÕES, PELO MENOS
No BES, resolvido em agosto de 2014 e vendido no final de 2017, o erário público não ficou livre de ónus. Entraram à cabeça no Novo Banco €4,9 mil milhões do Fundo de Resolução que foram registados como despesa pública. No final de 2017, o banco foi vendido a custo zero ao fundo norte-americano Lone Star que o recapitalizou com €1000 milhões e, por via desta operação, o Fundo de Resolução ficou com 25% do capital e com a obrigação de injectar no banco até 3,89 mil milhões de euros (mecanismo de capital contigente para acomodar perdas com desvalorizações dos ativos tóxicos que empurrassem o rácio do banco abaixo dos 12%). É a soma destas duas parcelas que pode chegar aos €9 mil milhões, mas poderá haver mais custos decorrentes de processos judiciais, sobretudo colocados por investidores lesados. 
Em 2018, dados que não constam ainda do último relatório do Tribunal de Contas, já foi canalizado para o Novo Banco uma primeira parcela relativa às responsabilidades do Fundo de Resolução, €792 milhões, montante que a somar aos 4,9 mil milhões que foram injetados inicialmente. Se este ano entrar o que está previsto no Orçamento de Estado para 2019, até 850 milhões, a fatura com a intervenção no BES ultrapassa os €6,4 mil milhões. 
Só que o fim do banco que foi durante mais de duas décadas liderado por Ricardo Salgado já teve mais custos, por outra via: a dos lesados do BES. O Estado emprestou €140 milhões, no ano passado, ao fundo de recuperação de créditos que ficou responsável por ressarcir, numa primeira parcela, os clientes do banco que subscreveram papel comercial de sociedades do Grupo Espírito Santo. E, este ano, já há diplomas governamentais a assegurarem uma garantia de €152,8 milhões para pagar a segunda e terceira tranches.
EX-BANIF TEM GARANTIA POR DEVOLVER
No caso do Banif, intervencionado e vendido ao Santander Portugal por €150 milhões no final de 2016, o banco foi 'limpo' com mais de 2,2 mil milhões à cabeça. O modelo seguido foi criar um veículo à semelhança do que tinha sido criado para o BPN para acomodar os ativos problemáticos, embora este tenha ficado sob a alçada do Fundo de Resolução. Até 2017, o dinheiro injectado no Banif ascendeu a cerca de €3 mil milhões. 
O veículo Oitante teve de emitir €746 milhões no início da sua atividade para cumprir obrigações. A emissão mereceu a garantia do Fundo de Resolução, que ficou contragarantida pelo Estado. Ao longo deste período, a Oitante tem vindo a amortizar parte desta garantia, estando ainda por saldar €556 milhões.
Entretanto, também há lesados do Banif. O Governo já promoveu diligências para haver um entendimento que possa permitir o ressarcimento dos clientes afectados pela queda do banco fundado por Horácio Roque. Não se sabe qual a solução a criar. Nem os seus encargos para o Estado. 
CAIXA E A CAPITALIZAÇÃO
A Caixa Geral de Depósitos é, entre estas entidades, aquela que ainda está em atividade. Não foi intervencionada, mas o Estado, enquanto accionista único, capitalizou-a em 2011 e depois em 2017. Só neste último ano, entraram 4,9 mil milhões de euros. O Governo foi obrigado a fazê-lo pela Comissão Europeia como se de um investidor privado se tratasse. O banco encontra-se em reestruturação, reduzindo a rede e o quadro de pessoal, além de estar a vender ativos e bancos em outras geografias. A boa notícia é que pode, este ano, vir a pagar dividendos ao Estado – o que não acontece desde 2010. 



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