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17 de junho de 2019

A dívida

"As várias regras que definem metas para a dívida, velocidades de ajustamento a essas metas, flexibilidade para responder a uma procura persistentemente baixa, devem ser revisitadas", afirmou Olivier Blanchard, no jantar de abertura do Fórum do Banco Central Europeu (BCE), que começou hoje em Sintra. 
Por outro lado, Olivier Blanchard considerou que, enquanto os défices primários forem necessários para sustentar a procura (uma ideia que está longe de ser consensual), estes deverão ser usados, tanto quanto possível, para investir no futuro, seja através de investimentos públicos ou no financiamento de reformas estruturais. 

O economista salientou também que, na medida em que os défices primários são necessários para sustentar a procura, "devem ser bem utilizados" e alertou que, desde 2007, o rácio do investimento público em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) desceu 1,3% em Portugal, um dos países que referiu na sua exposição.

"Isto sugere a revisitação da chamada regra de ouro orçamental, ou seja, a separação entre uma conta corrente e uma conta de capital para os governos, com a possibilidade de financiar os gastos da conta de capital através da dívida", salientou Olivier Blanchard.

O antigo economista-chefe do FMI referiu ainda estar "ciente dos perigos de classificar quase tudo como investimento", considerando que existe "claramente a necessidade de uma instituição a nível da zona euro" ter o mandato de decidir o que pode ser considerado ou não.Lusa


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