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20 de dezembro de 2019

A europa dos bancos e Banqueiros

O filme de Costa Gravas baseado no livro de VaroufaKis e nas  gravações que este fez das diversas reuniões e conversas que teve enquanto foi ministro , independentemente da sua avaliação cinéfila ,tem o mérito de nos mostrar como é na prática a “democracia” na UE .
Mostra nos também as duas caras do governo francês e ,especialmente, a postura vergonhosa do Comissário Moscovic , bem como a subordinação vexatória dos vários estados em relação à Alemanha.
Mas mostra -nos ainda que quando eles querem , melhor dizendo quando a Alemanha quer os tratados e a legislação europeia  podem sempre ser moldados aos objectivos a atingir.
Schauble o intratável ministro alemão por mais de uma vez ofereceu à Grécia , como se fosse o dono da UE, a saída do euro por um determinado período , mostrando que isso era possível com o apoio da Alemanha , não sendo a legislação e os Tratados obstáculo. Aliás confirmou-o em entrevista há uns meses , a um jornal britânico . Fica claro que o que conta é a decisão política pois o resto tudo se arranja .
 Esta posição da Alemanha , no período da crise mais aguda da Grécia é uma resposta aos “euro-beatos” tipo Rui Tavares que nos procuram fazer crer que a saída do euro é uma impossibilidade.
Quando eles querem fazem -no. Já conhecemos como procedem em relação aos referendos de que não gostam , mas também em relação aos banqueiros e à banca.
Perante os milhões que foram para os banqueiros e a crescente contestação da opinião publica , com a drenagem de dinheiros públicos para a banca, A Comissão , o Conselho e o BCE inventaram as resoluções , isto é , em caso de necessidade de  fundos os bancos seriam salvos pelos accionistas e grandes depositantes segundo o principio do “ bail -in”(salvamento do interior ) e não como tinha sido antes pelo “bail-out”( salvamento pelos contribuintes ) . Mas na prática o que se tem visto é a criação de ficções(como o fundo de resolução) para levar a opinião pública a pensar que são os bancos que estão a pagar e que irão pagar no futuro.Ainda recentemente o Banco popular de Bari recebeu 900 milhões de euros do Estado Italiano e de um fundo interbancário , no seguimento de uma dezena de de Bancos regionais que beneficiaram de ajudas semelhantes. Para salvar as aparências  e enganar a opinião pública o termo “salvamento” foi banido do léxico governamental e substituído pelo “relançamento”...O banco em causa tem sete inquéritos a decorrer sendo um deles por falsificacão do balanço ...no entanto a factura é passada aos contribuintes
Na Alemanha é o banco regional Nord/LB que recebeu de dois Lands cerca de 1,7 milhares de milhão de euros , com a benção da autoridade europeia da concorrência..O mesmo se tem passado com as 384 caixas de poupança que para aliviar o seu balanço foi criado uma agência governamental do tipo da americana Fannie Mae para conceder aos empréstimos bancários uma garantia publica..
No entanto o capital financeiro continua a jogar no casino da especulação e na criação e aumento das comissões com o fechar de olhos de governos submissos ou seus representantes e com uma comunicação social domesticada

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