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17 de abril de 2023

Manhã de 2ª feira em fórum de opiniões na rádio

Sabe Vossa Excelência qual é o nosso mal? Não é má vontade dessa gente; é muita soma de ignorância. Não sabem nada. Eles não são maus, mas são umas cavalgaduras! Os Maias, Eça de Queiroz.
Não sei se são estúpidos por serem maus, se são maus por serem estúpidos. Anónimo

Dizia certo escritor que nada pior para um jovem com talento, que viver rodeado de ignorantes. Já não sou jovem, e quanto a talento os que tive ficaram no passado, por isso estou à vontade para referir o que por acaso ouvi numa rádio em que ouvintes podem dar as suas opiniões.

Claro que as perguntas já por si orientam certo tipo de respostas. Tratava-se da visita de Lula da Silva a Portugal e discursar na AR. A bem da minha sanidade mental, e porque tinha chegado no carro ao meu destino, apenas ouvi um participante e o comentador de política internacional.

Aprendi de alguém que era sábio e modesto, que ignorante não é o que desconhece algo, verdadeiramente ignorantes são os que não querem aprender. Recorde-se também Saramago: o homem mais sábio que conheceu, o seu avô, não sabia ler.

Lula da Silva não podia ser pior tratado, basta dizer que foi comparado em malvadez a Putin - tão ladrão é o que rouba como o que fica à porta - pelo facto de querer negociações para acabar com a guerra e dizer que para haver a paz eram precisos dois. O comentador  disse que para haver paz basta um: a Rússia retirar dos territórios que ocupou. É o que se chama não perceber nada – ou não querer que os outros percebem – do que se passa numa guerra. Devia estar a pensar nas guerras perdidas dos EUA, como o Afeganistão, Vietname, etc., esquecendo as negociações que existiram antes. Quanto à Crimeia disse que poderia ter um estatuto sob a égide internacional da ONU. Faz lembrar o Kosovo, não? Onde os EUA acabaram por instalar a sua maior base no Mediterrâneo.

Para estas pessoas, umas desinformadoras outras desinformadas, os acordos de Minsk garantindo autonomia ao Donbass, etc., nunca existiram apesar dos seus protagonistas ocidentais já terem dito que nunca tiveram a intenção do os cumprir. Também se ignoram os ataques e mortes (14 000) no Donbass pela Ucrânia/NATO.

Para que não deixemos de acreditar nas pessoas, as que querem aprender e não ficam fixados na assertiva arrogância da sua ignorância, antes da eleição de Bolsonaro na mesma rádio 100% dos brasileiros que intervieram tinham intenção de votar Bolsonaro. A realidade foi muito diferente: em Portugal o resultado deu uma votação equilibrada.

Entretanto, para esclarecimento, registemos uma jornada histórica que ocorreu em 14 de março em Moscovo, totalmente silenciada pelos media. O Ministro de Relações Exteriores Serguey Lavrov, com a porta -voz Maria Zakharova, recebeu cerca de 100 delegados de todo o mundo representando cerca de cinquenta países, em congresso para lançar o Movimento Internacional Russófilo que pretende tornar-se a internacional dos que combatem o sistema. Entre ao participantes estavam Pierre de Gaulle, bisneto de De Gaulle, Pepe Escobar, Steven Segal, etc., tendo sido escolhidos o presidente (um búlgaro) e vice presidentes.
Como o general francês Delawarde (na reserva) recentemente declarou:agora é uma questão de escolher seu campo: ou defendemos o mundo unipolar e seu projeto de "governança" global sob a domínio anglo-saxónico, ou escolhemos o caminho da multipolaridade proposta pela Rússia e apoiada por "a maioria mundial" para reconstruir um mundo onde as nações soberanas terão a garantia de poder escolher seu destino sem que um auto -proclamado polícia decide do topo da sua arrogância que política que você terá que conduzir de acordo com as suas regras."

Quanto a nós - levados, levados sim - cá estamos para apoiar Zelensky que, de acordo com o premiado Jornalista Pulitzer Seymour Hersh, desviou 400 milhões de dólares que os EUA alocaram para a compra de combustível. No seu blog, escreve: O Governo da Ucrânia, liderado por Volodymyr Zelensky, tem usado os fundos dos contribuintes americanos para pagar o combustível diesel vitalmente necessário que está mantendo o exército ucraniano em movimento em sua guerra com a Rússia.

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